Política

Associação reclama de veto de governo a vídeo com casal gay

Ministério da Saúde tirou do ar campanha de prevenção a Aids para o carnaval; ABGLT repudia ato e vai denunciar influência de fundamentalismo religioso no governo

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A campanha do Ministério da Saúde para a prevenção do HIV/Aids neste carnaval foi alvo de críticas do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis).

Segundo a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, o Ministério da Saúde retirou do ar vídeos direcionados para o público jovem homossexual e travesti em ação “higienista e moralizante”.

O último Boletim Epidemiológico sobre a Aids mostrou um aumento expressivo no número de contaminações na população masculina jovem e gay. De 1998 a 2010, o percentual de casos na população heterossexual de 15 a 24 anos caiu 20,1%. Entre os gays da mesma faixa etária, no entanto, houve aumento de 10,1%. Com o intuito de aumentar a conscientização nessa faixa, três peças publicitárias utilizavam personagens travestis, hétero e homossexuais. Depois da divulgação da campanha, em 2 de fevereiro, segundo a ABGLT, os vídeos foram retirados do ar, assim como a relação dos materiais para a campanha disponíveis no site do Departamento Nacional de DST, Aids e Hepatites Virais.

Depois de questionamentos da ABGLT, o governo informou que os vídeos tinham sido retirados para edição. Por meio de novo informe, no entanto, o Ministério da Saúde afirmou que os primeiros vídeos não foram produzidos para veiculação em TV aberta e que seriam exibidos apenas em espaços fechados frequentados por homossexuais. Pouco depois, lançou um novo vídeo, em que um homem e uma mulher apresentam dados estatísticos sobre a epidemia. “Esse novo material prova que as políticas de saúde pública também se tornaram alvo da higienização moralista que vem ganhando espaço no Governo Federal, que se acovarda perante os ataques do fundamentalismo religioso”, diz a entidade.



ABGLT: 

 A organização reclama que a presidenta Dilma Rousseff nunca recebeu a militância gay, apesar de já ter se reunido duas vezes com a bancada fundamentalista e afirma que tomará providências para denunciar a influência do fundamentalismo religioso junto ao Governo Brasileiro. Setores da bancada evangélica reivindicam para si o veto ao vídeo da campanha.  Em seu Twitter, o deputado federal Marcos Feliciano, pastor e membro da frente parlamentar evangélica, escreveu, em 9 de fevereiro: “Pressão nossa: Ministério da Saúde manda tirar do site vídeo com cena homossexual”. Em contrapartida, a ABGLT expressou seu repúdio ao que classificou como homofobia institucional, “que vem se manifestando em determinadas ações do Governo Federal”.

Veja vídeo:

A campanha do Ministério da Saúde para a prevenção do HIV/Aids neste carnaval foi alvo de críticas do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis).

Segundo a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, o Ministério da Saúde retirou do ar vídeos direcionados para o público jovem homossexual e travesti em ação “higienista e moralizante”.

O último Boletim Epidemiológico sobre a Aids mostrou um aumento expressivo no número de contaminações na população masculina jovem e gay. De 1998 a 2010, o percentual de casos na população heterossexual de 15 a 24 anos caiu 20,1%. Entre os gays da mesma faixa etária, no entanto, houve aumento de 10,1%. Com o intuito de aumentar a conscientização nessa faixa, três peças publicitárias utilizavam personagens travestis, hétero e homossexuais. Depois da divulgação da campanha, em 2 de fevereiro, segundo a ABGLT, os vídeos foram retirados do ar, assim como a relação dos materiais para a campanha disponíveis no site do Departamento Nacional de DST, Aids e Hepatites Virais.

Depois de questionamentos da ABGLT, o governo informou que os vídeos tinham sido retirados para edição. Por meio de novo informe, no entanto, o Ministério da Saúde afirmou que os primeiros vídeos não foram produzidos para veiculação em TV aberta e que seriam exibidos apenas em espaços fechados frequentados por homossexuais. Pouco depois, lançou um novo vídeo, em que um homem e uma mulher apresentam dados estatísticos sobre a epidemia. “Esse novo material prova que as políticas de saúde pública também se tornaram alvo da higienização moralista que vem ganhando espaço no Governo Federal, que se acovarda perante os ataques do fundamentalismo religioso”, diz a entidade.



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 A organização reclama que a presidenta Dilma Rousseff nunca recebeu a militância gay, apesar de já ter se reunido duas vezes com a bancada fundamentalista e afirma que tomará providências para denunciar a influência do fundamentalismo religioso junto ao Governo Brasileiro. Setores da bancada evangélica reivindicam para si o veto ao vídeo da campanha.  Em seu Twitter, o deputado federal Marcos Feliciano, pastor e membro da frente parlamentar evangélica, escreveu, em 9 de fevereiro: “Pressão nossa: Ministério da Saúde manda tirar do site vídeo com cena homossexual”. Em contrapartida, a ABGLT expressou seu repúdio ao que classificou como homofobia institucional, “que vem se manifestando em determinadas ações do Governo Federal”.

Veja vídeo:

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