Política

O fracasso das doações eleitorais online no Brasil

Candidatos arrecadam pouco de eleitores pela internet e financiamento das campanhas continua na mão de poucas empresas

Marcelo Freixo foi o candidato que mais arrecadou pela internet no país. Foto: Adriana Lorete/Divulgação
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Em 2008, Barack Obama arrecadou, pela internet, cerca de meio bilhão de dólares na campanha para se eleger presidente dos Estados Unidos. O exemplo empolgou os políticos brasileiros. Em 2009, o Congresso criou uma lei para regulamentar as doações feitas pela internet com cartão de crédito. Dizia-se, então, que a possibilidade de pessoas físicas doarem na comodidade das suas casas e de forma simples diminuiria o poder centralizado na mão de poucas empresas. Milhares de pequenas doações se somariam e viabilizariam candidaturas livres do lobby das grandes companhias. Nada disso ocorreu.

Em 2012, as doações online estrearam em eleições para prefeito e vereador como um fracasso retumbante. Todos os candidatos e um partido (o PSTU) declararam ter recebido somente 67 mil reais por meio dessa modalidade de arrecadação.

O valor é desprezível perto do arrecadado com empresas. A iniciativa privada colocou 1,8 bilhão de reais na mão de candidatos, comitês eleitorais e partidos em 2012. Isso significa que os políticos receberam 28 mil vezes mais de empresas do que de eleitores via internet.

O fracasso deste ano segue o das eleições de 2010, quando o sistema foi usado pela primeira vez. Naquele ano, todas as contribuições somaram 347 mil reais. Dilma Rousseff (PT) foi a candidata que mais arrecadou na rede, com 172,1 mil reais (0,13% de um total de 137,5 milhões de reais).

Candidatos do PSOL são os que mais arrecadaram

Parte da explicação para o fracasso está na falta de popularidade da arrecadação online. A adesão ao sistema foi baixíssima. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, somente nove candidatos declararam ter aberto a possibilidade de doações serem feitas pela internet com cartão de crédito. Esses políticos tiveram a ajuda de 649 doadores.

Entre os políticos, Marcelo Freixo (PSOL), candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, foi quem mais arrecadou com cartão de crédito pela internet. Ele conseguiu 41,3 mil reais de 438 doadores diferentes. O valor obtido na rede equivale a apenas 4% do que ele arrecadou de diversas fontes, 1,04 milhão de reais.

Os três candidatos que mais receberam são do PSOL. Renato Roseno, candidato em Fortaleza, ganhou 9,5 mil reais pela rede. Giannazi, em São Paulo, aparece em seguida, com 4,3 mil. O PSTU foi o único partido a receber contribuições diretamente dos eleitores. Foram 1.434,04 obtidos de 24 doadores.

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Em 2008, Barack Obama arrecadou, pela internet, cerca de meio bilhão de dólares na campanha para se eleger presidente dos Estados Unidos. O exemplo empolgou os políticos brasileiros. Em 2009, o Congresso criou uma lei para regulamentar as doações feitas pela internet com cartão de crédito. Dizia-se, então, que a possibilidade de pessoas físicas doarem na comodidade das suas casas e de forma simples diminuiria o poder centralizado na mão de poucas empresas. Milhares de pequenas doações se somariam e viabilizariam candidaturas livres do lobby das grandes companhias. Nada disso ocorreu.

Em 2012, as doações online estrearam em eleições para prefeito e vereador como um fracasso retumbante. Todos os candidatos e um partido (o PSTU) declararam ter recebido somente 67 mil reais por meio dessa modalidade de arrecadação.

O valor é desprezível perto do arrecadado com empresas. A iniciativa privada colocou 1,8 bilhão de reais na mão de candidatos, comitês eleitorais e partidos em 2012. Isso significa que os políticos receberam 28 mil vezes mais de empresas do que de eleitores via internet.

O fracasso deste ano segue o das eleições de 2010, quando o sistema foi usado pela primeira vez. Naquele ano, todas as contribuições somaram 347 mil reais. Dilma Rousseff (PT) foi a candidata que mais arrecadou na rede, com 172,1 mil reais (0,13% de um total de 137,5 milhões de reais).

Candidatos do PSOL são os que mais arrecadaram

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Entre os políticos, Marcelo Freixo (PSOL), candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, foi quem mais arrecadou com cartão de crédito pela internet. Ele conseguiu 41,3 mil reais de 438 doadores diferentes. O valor obtido na rede equivale a apenas 4% do que ele arrecadou de diversas fontes, 1,04 milhão de reais.

Os três candidatos que mais receberam são do PSOL. Renato Roseno, candidato em Fortaleza, ganhou 9,5 mil reais pela rede. Giannazi, em São Paulo, aparece em seguida, com 4,3 mil. O PSTU foi o único partido a receber contribuições diretamente dos eleitores. Foram 1.434,04 obtidos de 24 doadores.

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