Política

Neutralidade de Russomanno beneficia Haddad

Sem precisar posar para foto, o petista é favorito entre 56% dos eleitores que votaram no 1º turno no candidato que combateu

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A pergunta sobre quem sairia ganhando com o anúncio de neutralidade de Celso Russomanno (PRB) no segundo turno em São Paulo foi respondida em poucas horas. A pesquisa Datafolha divulgada na mesma quarta-feira 10 mostrou uma migração natural de votos para o candidato petista, Fernando Haddad. Russomanno recebeu no primeiro turno 1.324.021 dos votos, 21,6% do total. Segundo o levantamento, 56% desses eleitores manifestam agora a intenção de votar em Haddad; outros 25% optam pelo tucano José Serra.

É como se a campanha petista tivesse ficado com uma herança sem passar pelo constrangimento de posar ao lado do candidato sobre quem precisou elevar o tom na reta final do primeiro turno. Poderia soar mal festejar o apoio de quem, segundo o próprio Haddad, não tinha propostas concretas para São Paulo. Ficou, ao menos até agora, tão de bom tamanho que o Planalto não precisou entrar em campo para negociar um eventual apoio em troca de mais espaço na Esplanada.

A pesquisa mostrou que Haddad também deve herdar os votos da maioria dos eleitores de Gabriel Chalita (PMDB), quarto colocado na disputa com 833.255 votos. Ele deve anunciar em breve o apoio oficial ao petista. Entre estes eleitores, o petista tem apoio de 42% contra 34% do tucano.

Outra boa notícia para Haddad foi o fato de apenas 10% dos eleitores afirmarem que ainda podem mudar de voto. Os outros 90% se dizem decididos.

A liderança, ainda de acordo com o Datafolha, parece consolidada em duas macrorregiões. Na chamada zona leste 2, que reúne bairros como Guaianases, Itaquera e São Mateus e representa cerca de 20% do eleitorado paulistano, ele lidera com folga: 56% a 27%. Na zona sul 2 (Grajaú, Parelheiros e Santo Amaro), com 21% do eleitorado, Haddad venceria por 56% a 29%.

Embora tenha direcionado seu discurso à população mais pobre logo no início do segundo turno, Serra segue à frente apenas nas áreas mais ricas. O centro expandido é onde tem a maior vantagem: 49% a 36%.

O cenário, em meio à condenação da antiga cúpula petista no Supremo Tribunal Federal, parece consolidado em condições normais de pressão e temperatura. Ou seja: a tentativa de associar o candidato petista ao escândalo, já escancarada pelo comando tucano, não parece ter surtido efeito.

Mas a campanha ainda está longe de acabar. Até 28 de outubro o candidato petista, líder também entre o eleitorado religioso, terá de driblar os “fatos novos” que devem surgir a partir de agora. Que não haja dúvida: o “kit gay” de hoje, espécie de manual para evitar o preconceito em sala de aula manufaturado durante a gestão Haddad no Ministério da Educação (e jamais distribuído), deve ser usado neste ano como foi a questão do aborto em 2010. É a tática do desespero, já anunciada por lideranças religiosas anti-Haddad: ganhar o eleitor com base em seus medos mais irracionais. Em 2010 até funcionou, mas passou longe de ser suficiente para mudar a história da eleição.

A pergunta sobre quem sairia ganhando com o anúncio de neutralidade de Celso Russomanno (PRB) no segundo turno em São Paulo foi respondida em poucas horas. A pesquisa Datafolha divulgada na mesma quarta-feira 10 mostrou uma migração natural de votos para o candidato petista, Fernando Haddad. Russomanno recebeu no primeiro turno 1.324.021 dos votos, 21,6% do total. Segundo o levantamento, 56% desses eleitores manifestam agora a intenção de votar em Haddad; outros 25% optam pelo tucano José Serra.

É como se a campanha petista tivesse ficado com uma herança sem passar pelo constrangimento de posar ao lado do candidato sobre quem precisou elevar o tom na reta final do primeiro turno. Poderia soar mal festejar o apoio de quem, segundo o próprio Haddad, não tinha propostas concretas para São Paulo. Ficou, ao menos até agora, tão de bom tamanho que o Planalto não precisou entrar em campo para negociar um eventual apoio em troca de mais espaço na Esplanada.

A pesquisa mostrou que Haddad também deve herdar os votos da maioria dos eleitores de Gabriel Chalita (PMDB), quarto colocado na disputa com 833.255 votos. Ele deve anunciar em breve o apoio oficial ao petista. Entre estes eleitores, o petista tem apoio de 42% contra 34% do tucano.

Outra boa notícia para Haddad foi o fato de apenas 10% dos eleitores afirmarem que ainda podem mudar de voto. Os outros 90% se dizem decididos.

A liderança, ainda de acordo com o Datafolha, parece consolidada em duas macrorregiões. Na chamada zona leste 2, que reúne bairros como Guaianases, Itaquera e São Mateus e representa cerca de 20% do eleitorado paulistano, ele lidera com folga: 56% a 27%. Na zona sul 2 (Grajaú, Parelheiros e Santo Amaro), com 21% do eleitorado, Haddad venceria por 56% a 29%.

Embora tenha direcionado seu discurso à população mais pobre logo no início do segundo turno, Serra segue à frente apenas nas áreas mais ricas. O centro expandido é onde tem a maior vantagem: 49% a 36%.

O cenário, em meio à condenação da antiga cúpula petista no Supremo Tribunal Federal, parece consolidado em condições normais de pressão e temperatura. Ou seja: a tentativa de associar o candidato petista ao escândalo, já escancarada pelo comando tucano, não parece ter surtido efeito.

Mas a campanha ainda está longe de acabar. Até 28 de outubro o candidato petista, líder também entre o eleitorado religioso, terá de driblar os “fatos novos” que devem surgir a partir de agora. Que não haja dúvida: o “kit gay” de hoje, espécie de manual para evitar o preconceito em sala de aula manufaturado durante a gestão Haddad no Ministério da Educação (e jamais distribuído), deve ser usado neste ano como foi a questão do aborto em 2010. É a tática do desespero, já anunciada por lideranças religiosas anti-Haddad: ganhar o eleitor com base em seus medos mais irracionais. Em 2010 até funcionou, mas passou longe de ser suficiente para mudar a história da eleição.

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