Política

Em debate, Aref e cracolândia entram na discussão entre Serra e Haddad

Tema evitado por ambos ao longo da eleição, a cracolândia entrou na campanha como um tema escolhido pelos internautas

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Por Fernando Vives e Piero Locatelli

O penúltimo debate da eleição municipal em São Paulo de 2012, realizado pelo SBT e pelo UOL, viu novamente os ataques mútuos entre Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB). Além das condenações do “mensalão”, pretende desde o início da campanha, os candidatos trocaram farpas sobre o combate ao crack e sobre o escândalo de corrupção na construção civil envolvendo Hussain Aref Saab, ex-diretor do Departamento de Aprovação das Edificações da prefeitura.

Ao discutirem sobre corrupção, um dos temas escolhidos pelos internautas, Serra disse que a administração de Marta Suplicy a frente da prefeitura tem “mais de 70 processos na Justiça”. E, como fez ao longo de toda a campanha, o tucano insistiu em falar do “mensalão”. “Não podemos deixar de falar. Hoje não é processo, suspeita, nada. É condenação, formação de quadrilha, aqui em São Paulo há muita ideia de que isso não deve ser debatido, que não tem a ver com a prefeitura. Mas tem sim.”, disse Serra.

Haddad respondeu dizendo que a Serra que o “teu desrespeito chega às raias da insanidade. Trazer mensalão pra cá? Do que você está falando? Sabe que tenho 12 anos de vida pública, reputação ilibada”.

O petista lembrou do caso de Hussain Aref Saab, ex-diretor do Departamento de Aprovação das Edificações da prefeitura de São Paulo, acusado receber propinas milionárias de empresas ligadas à construção civil para conseguir liberações. Serra argumentou que Aref foi “o principal assessor de Marta para o plano diretor” e que a prefeitura já pediu a investigação ao Ministério Público.

Em outro momento, Haddad voltou a lembrar de casos de corrupção na prefeitura de São Paulo ao citar a “máfia da merenda”, suposto esquema de desvio de verbas. “O secretario [da Saúde, Januário Montone] responde por um processo por desvio de recursos de merenda, imagine vocês. Com tudo, ainda se manteve no cargo. No governo federal se apura e se pune, aqui é para debaixo do tapete”, disse Haddad, durante uma fala em que discutiam a fila em hospitais.

Cracolândia

O petista também qualificou como “desastrosa” a ação da prefeitura e do governo do estado na Cracolândia, região central de São Paulo, onde se concentra dependentes do crack. “A prefeitura desconsiderou uma parceria com o governo federal e meteu os pés palas mãos e foi uma ação desastrosa. Hoje existem dezenas de cracolândias em diversos bairros”, afirmou.

O tucano rebateu dizendo que prefeitura e estado não contam com a ajuda federal. “O governo investe apenas 8% do orçamento na prevenção”, declarou.

Serra evitou responder perguntas de Haddad sobre enchentes na capital. O petista perguntou ao tucano quais foram as suas atitudes, quando governador do estado, para evitar as enchentes na cidade. Na resposta, Serra usou seu tempo para falar de transporte público, prometendo ampliar o tempo do bilhete único de três para seis horas e lembrando do “bilhete amigão”, de uso ampliado nos finais de semana.


Haddad aproveitou a deixa para ironizar seu adversário. “Fiz um pergunta sobre enchentes, você fala do ‘bilhete amigão’. Fiz uma pergunta clara. Não sei nem o que te dizer”. Somente depois da fala de Haddad,  Serra voltou ao tema, falando da criação do parque linear do Tietê. “Há mais de dois anos São Paulo não tem vítimas de enchentes”.

O petista tentou emplacar uma questão envolvendo pedágios nas rodovias, que são das esfera estadual, que estão em áreas urbanas. “Muita gente passa nessas vias para chegar em Perus, São Miguel, etc. Se elas forem pedagiadas, esse morador será prejudicado.”. Serra negou que haja essa intenção. “Essa questão do pedágio dentro da cidade não existe. Ele [Haddad] está sendo mal assessorado, não conhece os problemas da cidade”. A réplica do petista:  “Se vocês desistiram de pedagiar, é um direito, é só assumir que mudaram de ideia”.

“Kassab virou o capeta”


Após Haddad dizer que Serra tenta se desvincular de Kassab, o tucano ironizou o fato do ex-presidente lula ter procurado o apoio do prefeito à candidatura de Haddad. “Haddad e Lula procuraram Kassab, mas como ele não os apoiou, virou o capeta”, disse Serra. “Quando é um aliado é santo. Pode ser o Collor, Maluf, pode ser quem for. Quando está contra, é o diabo”.

Por Fernando Vives e Piero Locatelli

O penúltimo debate da eleição municipal em São Paulo de 2012, realizado pelo SBT e pelo UOL, viu novamente os ataques mútuos entre Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB). Além das condenações do “mensalão”, pretende desde o início da campanha, os candidatos trocaram farpas sobre o combate ao crack e sobre o escândalo de corrupção na construção civil envolvendo Hussain Aref Saab, ex-diretor do Departamento de Aprovação das Edificações da prefeitura.

Ao discutirem sobre corrupção, um dos temas escolhidos pelos internautas, Serra disse que a administração de Marta Suplicy a frente da prefeitura tem “mais de 70 processos na Justiça”. E, como fez ao longo de toda a campanha, o tucano insistiu em falar do “mensalão”. “Não podemos deixar de falar. Hoje não é processo, suspeita, nada. É condenação, formação de quadrilha, aqui em São Paulo há muita ideia de que isso não deve ser debatido, que não tem a ver com a prefeitura. Mas tem sim.”, disse Serra.

Haddad respondeu dizendo que a Serra que o “teu desrespeito chega às raias da insanidade. Trazer mensalão pra cá? Do que você está falando? Sabe que tenho 12 anos de vida pública, reputação ilibada”.

O petista lembrou do caso de Hussain Aref Saab, ex-diretor do Departamento de Aprovação das Edificações da prefeitura de São Paulo, acusado receber propinas milionárias de empresas ligadas à construção civil para conseguir liberações. Serra argumentou que Aref foi “o principal assessor de Marta para o plano diretor” e que a prefeitura já pediu a investigação ao Ministério Público.

Em outro momento, Haddad voltou a lembrar de casos de corrupção na prefeitura de São Paulo ao citar a “máfia da merenda”, suposto esquema de desvio de verbas. “O secretario [da Saúde, Januário Montone] responde por um processo por desvio de recursos de merenda, imagine vocês. Com tudo, ainda se manteve no cargo. No governo federal se apura e se pune, aqui é para debaixo do tapete”, disse Haddad, durante uma fala em que discutiam a fila em hospitais.

Cracolândia

O petista também qualificou como “desastrosa” a ação da prefeitura e do governo do estado na Cracolândia, região central de São Paulo, onde se concentra dependentes do crack. “A prefeitura desconsiderou uma parceria com o governo federal e meteu os pés palas mãos e foi uma ação desastrosa. Hoje existem dezenas de cracolândias em diversos bairros”, afirmou.

O tucano rebateu dizendo que prefeitura e estado não contam com a ajuda federal. “O governo investe apenas 8% do orçamento na prevenção”, declarou.

Serra evitou responder perguntas de Haddad sobre enchentes na capital. O petista perguntou ao tucano quais foram as suas atitudes, quando governador do estado, para evitar as enchentes na cidade. Na resposta, Serra usou seu tempo para falar de transporte público, prometendo ampliar o tempo do bilhete único de três para seis horas e lembrando do “bilhete amigão”, de uso ampliado nos finais de semana.


Haddad aproveitou a deixa para ironizar seu adversário. “Fiz um pergunta sobre enchentes, você fala do ‘bilhete amigão’. Fiz uma pergunta clara. Não sei nem o que te dizer”. Somente depois da fala de Haddad,  Serra voltou ao tema, falando da criação do parque linear do Tietê. “Há mais de dois anos São Paulo não tem vítimas de enchentes”.

O petista tentou emplacar uma questão envolvendo pedágios nas rodovias, que são das esfera estadual, que estão em áreas urbanas. “Muita gente passa nessas vias para chegar em Perus, São Miguel, etc. Se elas forem pedagiadas, esse morador será prejudicado.”. Serra negou que haja essa intenção. “Essa questão do pedágio dentro da cidade não existe. Ele [Haddad] está sendo mal assessorado, não conhece os problemas da cidade”. A réplica do petista:  “Se vocês desistiram de pedagiar, é um direito, é só assumir que mudaram de ideia”.

“Kassab virou o capeta”


Após Haddad dizer que Serra tenta se desvincular de Kassab, o tucano ironizou o fato do ex-presidente lula ter procurado o apoio do prefeito à candidatura de Haddad. “Haddad e Lula procuraram Kassab, mas como ele não os apoiou, virou o capeta”, disse Serra. “Quando é um aliado é santo. Pode ser o Collor, Maluf, pode ser quem for. Quando está contra, é o diabo”.

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