Política

Imprensa tem dois pesos e duas medidas sobre mensalões, diz Barbosa

Ministro nega que tenha “agenda”, afirma que votou em Lula e Dilma e que não busca condenações de réus por ter feito carreira como promotor público

Joaquim Barbosa durante sessão do STF na quarta-feira 3. Na quarta-feira 10 ele deve ser conduzido à presidência do colegiado. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
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No momento em que está no centro das atenções por ser o relator do chamado “mensalão”, e é alçado à condição de herói por balizar os votos que condenam políticos do PT, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa concedeu entrevista afirmando que votou em Lula em 2002 e 2006 e no segundo turno de 1989 e na presidenta Dilma Rousseff em 2010 e que a imprensa brasileira não reporta de forma isenta os escândalos de corrupção.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Barbosa se recusou a comentar o “mensalão”, mas disse ver “dois pesos e duas medidas” por parte da imprensa. Barbosa se referia ao tratamento que recebe o caso envolvendo o PT e o chamado “mensalão mineiro”, que envolve políticos do PSDB e teria sido a origem do esquema julgado agora. Ainda segundo a Folha, Barbosa já afirmara antes que a imprensa “nunca deu bola para o mensalão mineiro”.

O ministro, que nesta quarta-feira assume a presidência do STF, disse ver manifestações de racismo contra os negros de forma sistemática e lamentou que “brancos e conservadores” controlem as “engrenagens” do poder no país. “A imprensa brasileira é toda ela branca, conservadora. O empresariado, idem. Todas as engrenagens de comando no Brasil estão nas mãos de pessoas brancas e conservadoras”, afirmou.

Na entrevista, Barbosa negou ter uma “agenda” contra o PT. O ministro disse ter defendido as “credenciais democráticas” de Lula antes de o ex-presidente ser eleito pela primeira vez e afirmou que em 2006 votou em Lula para a reeleição, mesmo em meio ao escândalo do “mensalão”, pois “as mudanças e os avanços no Brasil nos últimos dez anos são inegáveis”.

Barbosa negou também ter um “cacoete de condenação” por ter feito sua carreira jurídica no Ministério Público. Essa crítica têm se tornado comum diante da assertividade de Barbosa ao pedir a condenação das dezenas de réus do “mensalão”, mais intensa até mesmo que a do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ao ler a denúncia. “O que eu tenho do MP é esse espírito de coisa pública”, disse Barbosa.

A reportagem lembra que Barbosa foi voto vencido no STF nos processos contra Paulo Maluf (PP-SP) e Ronaldo Cunha Lima (PSDB-PP) e quase foi vencido também na aceitação da denúncia do “mensalão mineiro”, no qual o deputado Eduardo Azeredo (PSDB), ex-governador de Minas Gerais, se tornou réu. Em dezembro de 2009, Barbosa pediu a aceitação da denúncia, no que foi acompanhado por Ricardo Lewandowski, Carlos Ayres Britto, Cezar Peluso e Marco Aurélio Mello. José Antonio Dias Toffoli, Eros Grau (aposentado) e Gilmar Mendes acharam que a denúncia não se sustentava.

Ainda segundo o magistrado, a máquina de investigação e punição contra políticos brasileiros não deve parar após o julgamento do escândalo envolvendo o PT. “Haverá uma vigilância e uma cobrança maior do Supremo. Este julgamento tem potencial para proporcionar mudanças de cultura, política, jurídica. Alguma mudança certamente virá”, disse.

No momento em que está no centro das atenções por ser o relator do chamado “mensalão”, e é alçado à condição de herói por balizar os votos que condenam políticos do PT, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa concedeu entrevista afirmando que votou em Lula em 2002 e 2006 e no segundo turno de 1989 e na presidenta Dilma Rousseff em 2010 e que a imprensa brasileira não reporta de forma isenta os escândalos de corrupção.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Barbosa se recusou a comentar o “mensalão”, mas disse ver “dois pesos e duas medidas” por parte da imprensa. Barbosa se referia ao tratamento que recebe o caso envolvendo o PT e o chamado “mensalão mineiro”, que envolve políticos do PSDB e teria sido a origem do esquema julgado agora. Ainda segundo a Folha, Barbosa já afirmara antes que a imprensa “nunca deu bola para o mensalão mineiro”.

O ministro, que nesta quarta-feira assume a presidência do STF, disse ver manifestações de racismo contra os negros de forma sistemática e lamentou que “brancos e conservadores” controlem as “engrenagens” do poder no país. “A imprensa brasileira é toda ela branca, conservadora. O empresariado, idem. Todas as engrenagens de comando no Brasil estão nas mãos de pessoas brancas e conservadoras”, afirmou.

Na entrevista, Barbosa negou ter uma “agenda” contra o PT. O ministro disse ter defendido as “credenciais democráticas” de Lula antes de o ex-presidente ser eleito pela primeira vez e afirmou que em 2006 votou em Lula para a reeleição, mesmo em meio ao escândalo do “mensalão”, pois “as mudanças e os avanços no Brasil nos últimos dez anos são inegáveis”.

Barbosa negou também ter um “cacoete de condenação” por ter feito sua carreira jurídica no Ministério Público. Essa crítica têm se tornado comum diante da assertividade de Barbosa ao pedir a condenação das dezenas de réus do “mensalão”, mais intensa até mesmo que a do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ao ler a denúncia. “O que eu tenho do MP é esse espírito de coisa pública”, disse Barbosa.

A reportagem lembra que Barbosa foi voto vencido no STF nos processos contra Paulo Maluf (PP-SP) e Ronaldo Cunha Lima (PSDB-PP) e quase foi vencido também na aceitação da denúncia do “mensalão mineiro”, no qual o deputado Eduardo Azeredo (PSDB), ex-governador de Minas Gerais, se tornou réu. Em dezembro de 2009, Barbosa pediu a aceitação da denúncia, no que foi acompanhado por Ricardo Lewandowski, Carlos Ayres Britto, Cezar Peluso e Marco Aurélio Mello. José Antonio Dias Toffoli, Eros Grau (aposentado) e Gilmar Mendes acharam que a denúncia não se sustentava.

Ainda segundo o magistrado, a máquina de investigação e punição contra políticos brasileiros não deve parar após o julgamento do escândalo envolvendo o PT. “Haverá uma vigilância e uma cobrança maior do Supremo. Este julgamento tem potencial para proporcionar mudanças de cultura, política, jurídica. Alguma mudança certamente virá”, disse.

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