Política

Doria é eleito em São Paulo e fortalece Alckmin para 2018

Vitória do tucano em 1º turno reforça racha interno no PSDB e põe o governador paulista no calcanhar de Aécio na corrida pela presidência

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A vitória de João Doria Jr. (PSDB) em primeiro turno nas eleições municipais de São Paulo faz do governador Geraldo Alckmin (PSDB) o grande vencedor da eleição de 2016. O tucano apostou num candidato sem histórico nas urnas e sem tradição na militância da legenda, mas com dinheiro suficiente para bancar a própria campanha em tempos de vacas magras. Com 91% das urnas apuradas, Doria chegou a 53% dos votos válidos, contra 16% do atual prefeito, Fernando Haddad (PT), 13% de Celso Russomanno (PRB) e 10% de Marta Suplicy (PMDB).

A vitória da dobradinha Doria-Alckmin é uma derrota fragorosa do PT na capital paulista, a maior cidade do País. O tucano recebeu dois milhões de votos a mais que Haddad. Foi eleito pelo centro expandido, mas principalmente pela periferia, antigo bastião petista que rejeitou o candidato do partido. A vitória de Doria trata-se da primeira em primeiro turno em São Paulo desde que o sistema de dois turnos foi estabelecido, em 1988.

Para além do embate regional, a eleição representa uma ameaça à disposição do senador Aécio Neves (PSDB) em disputar a Presidência da República em 2018. Na corrida eleitoral pela presidência em 2018, Geraldo Alckmin sai na frente de Aécio Neves.

Embora ambos sejam tucanos, a eleição municipal deste domingo 2 em São Paulo e Belo Horizonte reeditava o embate interno no PSDB. Aécio apostou em João Leite, ex-jogador de futebol que entrou na política e já foi vereador e deputado estadual. Leite vai ao segundo turno com uma diferença de menos de dez pontos percentuais do segundo colocado.

Alckmin escolheu Doria e, para isso, enfrentou José Serra e Fernando Henrique Cardoso, apoiadores de Andrea Matarazzo, que acabou migrando para o PSD e formou chapa com Marta, sua antiga adversária.

Alckmin escolheu um homem de mídia. Doria é jornalista e publicitário, cuja fortuna de quase R$ 180 milhões foi construída na sua capacidade de convencer empresários e governos e suas estatais a pagar para conversar entre si mediados por ele.

Para Cláudio Gonçalves Couto, cientista político e professor do Departamento de Gestão Pública Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), a diferença entre os candidatos colocou Alckmin em vantagem e o deixou à frente de Aécio na escolha interna do PSDB para 2018. “O Aécio ficou em clara desvantagem com essa eleição”, afirma.

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