Política

Demetrios e Estadão

Hoje saiu na página dois do jornalão uma obra-prima de humorismo

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O que diria Julinho? Foto: Agência Estado
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Há 42 anos, um certo Lenildo Tabosa Pessoa escreveu um texto intitulado “O Senhor Demetrio”, ou seja, eu mesmo, Mino, que na hora do batismo não tive a oportunidade de protestar ao ser marcado por nome tão pesado. Ao menos, na minha opinião. Quando comecei a escrever, ou a pintar, passei a me chamar Mino.

O tal Lenildo em 1970 definia-me como um hipócrita pretensamente refinado, disposto a servir tanto a Máfia quanto o Kremlin. O mesmo, três anos depois, diria a meu respeito, e pela tevê Globo, um certo Amaral Neto, titular de um programa noturno de grande audiência. Eram tempos difíceis, como sabemos.

O tal Lenildo era redator do Estadão e pretendia publicar seu libelo no jornal. Os diretores da casa, Julio de Mesquita Neto e Ruy Mesquita, não deixaram, e o texto saiu como matéria paga. Foi a forma encontrada pelos herdeiros do doutor Julinho para deixar claro que o artigo não contava com sua aprovação. Pareceu-me justa providencia, em memória do meu pai, que trabalhou por 16 anos no Estadão, e de respeito por mim, e do meu leal desempenho na criação da Edição de Esportes e do Jornal da Tarde.

Hoje saiu na página dois do Estadão uma obra-prima de humorismo assinada por um senhor Demetrio. Limito-me a constatar que o jornalão não é mais o mesmo.

Há 42 anos, um certo Lenildo Tabosa Pessoa escreveu um texto intitulado “O Senhor Demetrio”, ou seja, eu mesmo, Mino, que na hora do batismo não tive a oportunidade de protestar ao ser marcado por nome tão pesado. Ao menos, na minha opinião. Quando comecei a escrever, ou a pintar, passei a me chamar Mino.

O tal Lenildo em 1970 definia-me como um hipócrita pretensamente refinado, disposto a servir tanto a Máfia quanto o Kremlin. O mesmo, três anos depois, diria a meu respeito, e pela tevê Globo, um certo Amaral Neto, titular de um programa noturno de grande audiência. Eram tempos difíceis, como sabemos.

O tal Lenildo era redator do Estadão e pretendia publicar seu libelo no jornal. Os diretores da casa, Julio de Mesquita Neto e Ruy Mesquita, não deixaram, e o texto saiu como matéria paga. Foi a forma encontrada pelos herdeiros do doutor Julinho para deixar claro que o artigo não contava com sua aprovação. Pareceu-me justa providencia, em memória do meu pai, que trabalhou por 16 anos no Estadão, e de respeito por mim, e do meu leal desempenho na criação da Edição de Esportes e do Jornal da Tarde.

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