Política

Defesa de pastor homofóbico constrange PT

Senador Lindbergh Farias (PT-RJ) defende Silas Malafaia, processado por incitar violência a gays, e gera reação do grupo LGBT do partido

O senador Lindbergh Farias
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Causou celeuma, no PT, o apoio manifestado pelo senador petista Lindbergh Farias (RJ) ao pastor Silas Malafaia durante a semana.

A polêmica teve início quando o senador Magno Malta (PR-ES) subiu à tribuna e afirmou, na terça-feira 3, que o Brasil corria o risco de criar “um império homossexual”. Era uma reação ao projeto que criminaliza a homofobia (PLC 122/2006), hoje em tramitação no Senado. Em sua fala, ele citou como exemplo a “campanha contra o pastor Silas Malafaia”, líder evangélico que está sendo processado por aconselhar os cristãos a “baixar o porrete” e “entrar de pau” sobre os homossexuais que levaram figuras de santos católicos em posições sensuais a uma parada gay em São Paulo.

Em aparte ao discurso do colega capixaba, Lindbergh saiu em defesa do pastor. Disse que a fala de Malafaia havia sido tirada de contexto. Segundo o senador petista, o pastor não queria incitar a violência física, mas apenas usar um termo referente a uma crítica contundente.

“Acho que estão agindo com intolerância contra Malafaia”, disse.

Foi o suficiente para que a coordenadoria nacional LGBT do PT fizesse um alerta a Lindbergh em nota distribuída à imprensa. A nota, assinada pelo coordenador do grupo, Julian Rodrigues, classifica Magno Malta como “pastor fundamentalista”, “ícone do obscurantismo” e “tenaz opositor dos direitos humanos”.

“Para a perplexidade da militância petista e de todo o movimento social LGBT brasileiro, assistimos ao senador Lindbergh Farias, do PT, possuidor de uma bela  trajetória de esquerda, de defesa da juventude, da população negra, dos pobres, se somar a Magno Malta na defesa de Silas Malafaia”, diz a nota.

A fala de Lindbergh, segundo o grupo LGBT, é “grave” por supostamente ignorar a luta dos que tentam impedir, por lei, a incitação à violência contra gays travestida de liberdade religiosa.

O grupo lembra que “a luta de diversos setores dos movimentos sociais é  para impedir que Malafaia siga propagando seus conceitos discriminatórios em emissoras de televisão, que são concessões públicas”.

“Discursos homofóbicos de pastores e padres, difundidos nos meios de comunicação de massa armam as mãos que, na sequência,  vão agredir e matar milhares de homossexuais e pessoas trans em todo o Brasil, cotidianamente”, diz a nota.

Na mesma semana, CartaCapital publicou um levantamento mostrando que, toda vez que há incitação pública de violência contra minorias, uma onda neonazista é produzida em seguida na internet e nas ruas como reação. (leia mais ).

A nota cita aliados do movimento gay, muitos dos quais eleitos no Rio de Janeiro, e lamenta que o mesmo estado tenha produzido “inimigos” como Malafaia, Anthony Garotinho e Jair Bolsonaro.

“Esperamos, sinceramente, que o senador Lindbergh Farias não tenha resolvido se perfilar com o segundo grupo de políticos fluminenses, os inimigos dos direitos humanos e da cidadania LGBT. Não há cálculo político ou eleitoral que justifique essa ruptura com os princípios do PT e com a própria trajetória do senador.”

Causou celeuma, no PT, o apoio manifestado pelo senador petista Lindbergh Farias (RJ) ao pastor Silas Malafaia durante a semana.

A polêmica teve início quando o senador Magno Malta (PR-ES) subiu à tribuna e afirmou, na terça-feira 3, que o Brasil corria o risco de criar “um império homossexual”. Era uma reação ao projeto que criminaliza a homofobia (PLC 122/2006), hoje em tramitação no Senado. Em sua fala, ele citou como exemplo a “campanha contra o pastor Silas Malafaia”, líder evangélico que está sendo processado por aconselhar os cristãos a “baixar o porrete” e “entrar de pau” sobre os homossexuais que levaram figuras de santos católicos em posições sensuais a uma parada gay em São Paulo.

Em aparte ao discurso do colega capixaba, Lindbergh saiu em defesa do pastor. Disse que a fala de Malafaia havia sido tirada de contexto. Segundo o senador petista, o pastor não queria incitar a violência física, mas apenas usar um termo referente a uma crítica contundente.

“Acho que estão agindo com intolerância contra Malafaia”, disse.

Foi o suficiente para que a coordenadoria nacional LGBT do PT fizesse um alerta a Lindbergh em nota distribuída à imprensa. A nota, assinada pelo coordenador do grupo, Julian Rodrigues, classifica Magno Malta como “pastor fundamentalista”, “ícone do obscurantismo” e “tenaz opositor dos direitos humanos”.

“Para a perplexidade da militância petista e de todo o movimento social LGBT brasileiro, assistimos ao senador Lindbergh Farias, do PT, possuidor de uma bela  trajetória de esquerda, de defesa da juventude, da população negra, dos pobres, se somar a Magno Malta na defesa de Silas Malafaia”, diz a nota.

A fala de Lindbergh, segundo o grupo LGBT, é “grave” por supostamente ignorar a luta dos que tentam impedir, por lei, a incitação à violência contra gays travestida de liberdade religiosa.

O grupo lembra que “a luta de diversos setores dos movimentos sociais é  para impedir que Malafaia siga propagando seus conceitos discriminatórios em emissoras de televisão, que são concessões públicas”.

“Discursos homofóbicos de pastores e padres, difundidos nos meios de comunicação de massa armam as mãos que, na sequência,  vão agredir e matar milhares de homossexuais e pessoas trans em todo o Brasil, cotidianamente”, diz a nota.

Na mesma semana, CartaCapital publicou um levantamento mostrando que, toda vez que há incitação pública de violência contra minorias, uma onda neonazista é produzida em seguida na internet e nas ruas como reação. (leia mais ).

A nota cita aliados do movimento gay, muitos dos quais eleitos no Rio de Janeiro, e lamenta que o mesmo estado tenha produzido “inimigos” como Malafaia, Anthony Garotinho e Jair Bolsonaro.

“Esperamos, sinceramente, que o senador Lindbergh Farias não tenha resolvido se perfilar com o segundo grupo de políticos fluminenses, os inimigos dos direitos humanos e da cidadania LGBT. Não há cálculo político ou eleitoral que justifique essa ruptura com os princípios do PT e com a própria trajetória do senador.”

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