Política

Áudios apontam envolvimento de líder da paralisação com atos de vandalismo

Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça mostram que Marcos Prisco, que nega participação em atos de violência, instigou grevista a colocar fogo em veículo para interditar BR Rio/Bahia

Soldados do Exército fazem a segurança da área em torno da Assembleia Legislativa do Estado, ocupada por policiais militares em greve desde a semana passada. Foto: Agência Brasil
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Segundo trechos de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça da Bahia, Marco Prisco, presidente da Associação de Policiais e Bombeiros e um dos líderes da greve da Polícia Militar no estado, teria instigado atos de vandalismo durante a paralisação da categoria. Os áudios ainda mostram articulações para estender o movimento grevista a outros estados.

As gravações entre a liderança da greve, divulgadas nesta quarta-feia 8 pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, mostram Prisco, que nega ter participado de atos de violência, em uma conversa com um homem identificado como David Salomão, supostamente integrante da greve.

Prisco pede ao homem que desça com “toda a tropa” para Salvador. Ele responde positivamente e diz que vai queimar viaturas. “Eu vou queimar duas carretas agora na Rio/Bahia que não vai dar tempo”. Prisco rebate em seguida: “Fecha a BR aí meu irmão. Fecha a BR.”

Em outro trecho das gravações aparece Benevuto Daciolo, bombeiro do Rio de Janeiro e um dos líderes da greve da corporação carioca em 2011. Ele conversa com um homem não identificado sobre a votação PEC 300, emenda constitucional que igualaria os salários dos policiais militares de todo o país ao valor pago aos militares do Distrito Federal, em tramitação na Câmara dos Deputados desde 2008.

Na conversa, Dacilolo afirma que uma greve da corporação deve começar no Rio de Janeiro e outros estados também teriam sido convocados a participar. “Acreditamos que, se tivesse uma resposta do governo, assinalando numa possibilidade de votação no segundo turno da PEC, acalmaria muito, muito o que está acontecendo na Federação”, diz.

Mas, segundo declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), na terça-feira 7, não há acordo para votação da proposta. Para Maia, a decisão de reajustar os salários do funcionalismo público estadual cabe aos Executivos locais. “As demandas por reajuste salarial são enormes, mas as condições dos estados em atenderem a essas reivindicações são pequenas. Portanto, esse debate deve acontecer, primeiramente, nos estados. Transferir esse debate para o Congresso não me parece uma boa medida.”

Em mais um trecho da gravação, Daciolo, que parece estar em Salvador, conversa com uma mulher. Ela pede que ele tente evitar um acordo antes do início da greve no Rio de Janeiro. Segundo a mulher, se Daciolo voltar ao Rio de Janeiro, poderá garantir uma melhor proposta aos policiais baianos, além de ajudar Prisco. “O governo vai fazer uma propostinha rebaixada para vocês, vai melhorar um pouquinho esse negócio que eles colocaram. E acho, se vocês garantirem a greve aqui, a mobilização aqui, vocês vão ajudar eles a liberar o Prisco, a ter uma negociação.”

O governo baiano ofereceu aos policiais um aumento para o GAP4, gratificação de atividade militar, a partir de novembro e GAP 5 a partir de 2014, em um movimento que deve, segundo as autoridades, acrescentar 170 milhões de reais a folha de pagamento do estado. Além disso, apresentou uma proposta de aumento salarial de 6,5%, retroativo a janeiro.

Em entrevista a uma emissora de televisão, Prisco disse, porém, que os grevistas entrarão em acordo com o governo apenas se os mandados de prisão contra policiais forem revogados, inclusive o dele. Entre os 12 emitidos, 2 já foram cumpridos.

Enquanto um acordo entre os grevistas e o governo estadual ainda é costurado, os advogados de defesa de Prisco e dos outros 11 policiais com mandados de prisão preventiva decretados acionaram o Tribunal de Justiça da Bahia nesta quarta-feira 8 para conseguir habeas corpus.

Segundo trechos de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça da Bahia, Marco Prisco, presidente da Associação de Policiais e Bombeiros e um dos líderes da greve da Polícia Militar no estado, teria instigado atos de vandalismo durante a paralisação da categoria. Os áudios ainda mostram articulações para estender o movimento grevista a outros estados.

As gravações entre a liderança da greve, divulgadas nesta quarta-feia 8 pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, mostram Prisco, que nega ter participado de atos de violência, em uma conversa com um homem identificado como David Salomão, supostamente integrante da greve.

Prisco pede ao homem que desça com “toda a tropa” para Salvador. Ele responde positivamente e diz que vai queimar viaturas. “Eu vou queimar duas carretas agora na Rio/Bahia que não vai dar tempo”. Prisco rebate em seguida: “Fecha a BR aí meu irmão. Fecha a BR.”

Em outro trecho das gravações aparece Benevuto Daciolo, bombeiro do Rio de Janeiro e um dos líderes da greve da corporação carioca em 2011. Ele conversa com um homem não identificado sobre a votação PEC 300, emenda constitucional que igualaria os salários dos policiais militares de todo o país ao valor pago aos militares do Distrito Federal, em tramitação na Câmara dos Deputados desde 2008.

Na conversa, Dacilolo afirma que uma greve da corporação deve começar no Rio de Janeiro e outros estados também teriam sido convocados a participar. “Acreditamos que, se tivesse uma resposta do governo, assinalando numa possibilidade de votação no segundo turno da PEC, acalmaria muito, muito o que está acontecendo na Federação”, diz.

Mas, segundo declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), na terça-feira 7, não há acordo para votação da proposta. Para Maia, a decisão de reajustar os salários do funcionalismo público estadual cabe aos Executivos locais. “As demandas por reajuste salarial são enormes, mas as condições dos estados em atenderem a essas reivindicações são pequenas. Portanto, esse debate deve acontecer, primeiramente, nos estados. Transferir esse debate para o Congresso não me parece uma boa medida.”

Em mais um trecho da gravação, Daciolo, que parece estar em Salvador, conversa com uma mulher. Ela pede que ele tente evitar um acordo antes do início da greve no Rio de Janeiro. Segundo a mulher, se Daciolo voltar ao Rio de Janeiro, poderá garantir uma melhor proposta aos policiais baianos, além de ajudar Prisco. “O governo vai fazer uma propostinha rebaixada para vocês, vai melhorar um pouquinho esse negócio que eles colocaram. E acho, se vocês garantirem a greve aqui, a mobilização aqui, vocês vão ajudar eles a liberar o Prisco, a ter uma negociação.”

O governo baiano ofereceu aos policiais um aumento para o GAP4, gratificação de atividade militar, a partir de novembro e GAP 5 a partir de 2014, em um movimento que deve, segundo as autoridades, acrescentar 170 milhões de reais a folha de pagamento do estado. Além disso, apresentou uma proposta de aumento salarial de 6,5%, retroativo a janeiro.

Em entrevista a uma emissora de televisão, Prisco disse, porém, que os grevistas entrarão em acordo com o governo apenas se os mandados de prisão contra policiais forem revogados, inclusive o dele. Entre os 12 emitidos, 2 já foram cumpridos.

Enquanto um acordo entre os grevistas e o governo estadual ainda é costurado, os advogados de defesa de Prisco e dos outros 11 policiais com mandados de prisão preventiva decretados acionaram o Tribunal de Justiça da Bahia nesta quarta-feira 8 para conseguir habeas corpus.

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