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Liga Árabe pede ajuda à ONU

Após regime de Bashar al-Assad recusar proposta de transição de poder, grupo pede que Nações Unidas apliquem “as medidas necessárias” para levar a paz ao país

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As seis monarquias do Golfo decidiram nesta terça-feira 24 retirar seus observadores da Liga Árabe da Síria, como fez anteriormente a Arábia Saudita, e convocar a ONU a pressionar o governo sírio, declarou em comunicado o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG).

A Liga informou, pouco depois do anúncio do CCG, ter solicitado uma reunião com o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, para pedir o apoio do Conselho de Segurança ao plano proposto pelo grupo como saída para a situação na Síria.

No domingo 22, o grupo pediu que o presidente Bashar al-Assad entregasse o cargo ao seu vice, para negociar um governo de união nacional que seria convocado a se formar “em dois meses” com “uma personalidade de consenso” na direção, encarregada de preparar eleições legislativas e presidenciais “pluralistas e livres.”

O plano também pede ao “governo e a todas as correntes da oposição que iniciem um diálogo sério em um prazo que não supere duas semanas” para formar um gabinete de união.

O governo sírio recusou a proposta alegando ingerência externa em seus assuntos políticos e anunciou o fim das “soluções árabes”, além de reafirmar a determinação em combater os grupos armados. As autoridades de Damasco não reconhecem a amplitude da contestação popular que desde março ganha cada vez mais força, e alegam estar combatendo “grupos terroristas financiados no exterior” que tentam de semear o caos no país.

“Terminaram as soluções árabes”, disse o ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Mouallem, depois de acusar os árabes de “conspirar” para internacionalizar a crise e de adotar decisões “cientes de que serão rejeitadas” pelas autoridades sírias.

ONU

A demanda para o encontro com Moon foi formulada pelo secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, e pelo presidente de seu comitê encarregado da questão síria, o primeiro-ministro do Qatar, xeque Hamad ben Jassem al-Thani. “Apliquem todas as medidas necessárias para exercer pressões sobre a Síria e levá-la a aplicar o plano árabe de paz”, disse o grupo em comunicado oficial, pedindo atenção dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança.

O regime sírio respondeu, no entanto, que o governo tem “o dever de decidir o que é necessário fazer com os grupos armados que semeiam (o caos) em algumas províncias”. Damasco ainda ressaltou ter o apoio da Rússia, um dos cinco países com poder de veto no Conselho de Segurança, que “jamais aceitará” uma ingerência estrangeira na Síria.

“Ninguém pode duvidar da relação sírio-russa, pois é histórica e serve aos interesses dos dois povos”, disse o ministro das Relações Exteriores sírio, Walid Muallem.

Os observadores foram mobilizados para a Síria no dia 26 de dezembro depois do sinal verde dado por Damasco para um protocolo que prevê o fim da violência, a libertação de presos, a retirada dos tanques das cidades e a livre circulação da imprensa e de observadores. Mas nenhuma das cláusulas foi respeitada.

Pressão

A Alemanha e outros países europeus também decidiram pedir ao Conselho de Segurança da ONU que “apoie” o plano árabe. Por outro lado, uma resolução condenando a repressão na Síria, que segundo a ONU já deixou mais de 5,4 mil mortos desde março, é bloqueada por Moscou há várias semanas no Conselho de Segurança.

Frente à incessante repressão, a União Europeia adotou uma série de medidas contra 22 membros do aparato de segurança sírio e contra oito instituições do país. Cinco bancos sírios e três empresas de petróleo estão na lista de sanções adotadas na segunda-feira 23 pelo bloco, ao lado de 22 pessoas, principalmente integrantes do aparato de segurança.

Os bancos punidos foram os estatais Industrial Bank, Popular Credit Bank, Saving Bank e Agricultural Cooperative Bank, assim como uma filial do Commercial Bank of Syria — já sancionado pela UE –, o Syrian Lebanese Commercial Bank. Todos são acusados de “participar do financiamento ao regime”.

As empresas petroleiras Deir ez-Zur Petroleum Company, Ebla Petroleum Company e Dijla Petroleum Company também integram a lista por seu “apoio financeiro” ao regime de Bashar al-Assad.

Os bens das companhias e indivíduos na Europa foram congelados.

Na segunda-feira, pelo menos 23 civis morreram atingidos por disparos das forças do regime, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Com informações Agência Brasil e AFP.

Leia mais em .

As seis monarquias do Golfo decidiram nesta terça-feira 24 retirar seus observadores da Liga Árabe da Síria, como fez anteriormente a Arábia Saudita, e convocar a ONU a pressionar o governo sírio, declarou em comunicado o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG).

A Liga informou, pouco depois do anúncio do CCG, ter solicitado uma reunião com o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, para pedir o apoio do Conselho de Segurança ao plano proposto pelo grupo como saída para a situação na Síria.

No domingo 22, o grupo pediu que o presidente Bashar al-Assad entregasse o cargo ao seu vice, para negociar um governo de união nacional que seria convocado a se formar “em dois meses” com “uma personalidade de consenso” na direção, encarregada de preparar eleições legislativas e presidenciais “pluralistas e livres.”

O plano também pede ao “governo e a todas as correntes da oposição que iniciem um diálogo sério em um prazo que não supere duas semanas” para formar um gabinete de união.

O governo sírio recusou a proposta alegando ingerência externa em seus assuntos políticos e anunciou o fim das “soluções árabes”, além de reafirmar a determinação em combater os grupos armados. As autoridades de Damasco não reconhecem a amplitude da contestação popular que desde março ganha cada vez mais força, e alegam estar combatendo “grupos terroristas financiados no exterior” que tentam de semear o caos no país.

“Terminaram as soluções árabes”, disse o ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Mouallem, depois de acusar os árabes de “conspirar” para internacionalizar a crise e de adotar decisões “cientes de que serão rejeitadas” pelas autoridades sírias.

ONU

A demanda para o encontro com Moon foi formulada pelo secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, e pelo presidente de seu comitê encarregado da questão síria, o primeiro-ministro do Qatar, xeque Hamad ben Jassem al-Thani. “Apliquem todas as medidas necessárias para exercer pressões sobre a Síria e levá-la a aplicar o plano árabe de paz”, disse o grupo em comunicado oficial, pedindo atenção dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança.

O regime sírio respondeu, no entanto, que o governo tem “o dever de decidir o que é necessário fazer com os grupos armados que semeiam (o caos) em algumas províncias”. Damasco ainda ressaltou ter o apoio da Rússia, um dos cinco países com poder de veto no Conselho de Segurança, que “jamais aceitará” uma ingerência estrangeira na Síria.

“Ninguém pode duvidar da relação sírio-russa, pois é histórica e serve aos interesses dos dois povos”, disse o ministro das Relações Exteriores sírio, Walid Muallem.

Os observadores foram mobilizados para a Síria no dia 26 de dezembro depois do sinal verde dado por Damasco para um protocolo que prevê o fim da violência, a libertação de presos, a retirada dos tanques das cidades e a livre circulação da imprensa e de observadores. Mas nenhuma das cláusulas foi respeitada.

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A Alemanha e outros países europeus também decidiram pedir ao Conselho de Segurança da ONU que “apoie” o plano árabe. Por outro lado, uma resolução condenando a repressão na Síria, que segundo a ONU já deixou mais de 5,4 mil mortos desde março, é bloqueada por Moscou há várias semanas no Conselho de Segurança.

Frente à incessante repressão, a União Europeia adotou uma série de medidas contra 22 membros do aparato de segurança sírio e contra oito instituições do país. Cinco bancos sírios e três empresas de petróleo estão na lista de sanções adotadas na segunda-feira 23 pelo bloco, ao lado de 22 pessoas, principalmente integrantes do aparato de segurança.

Os bancos punidos foram os estatais Industrial Bank, Popular Credit Bank, Saving Bank e Agricultural Cooperative Bank, assim como uma filial do Commercial Bank of Syria — já sancionado pela UE –, o Syrian Lebanese Commercial Bank. Todos são acusados de “participar do financiamento ao regime”.

As empresas petroleiras Deir ez-Zur Petroleum Company, Ebla Petroleum Company e Dijla Petroleum Company também integram a lista por seu “apoio financeiro” ao regime de Bashar al-Assad.

Os bens das companhias e indivíduos na Europa foram congelados.

Na segunda-feira, pelo menos 23 civis morreram atingidos por disparos das forças do regime, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

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