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Entrada da Venezuela no Mercosul é resposta à queda de Lugo, diz Mujica

Presidente do Uruguai afirma que o Mercosul, criado sob influência da política neoliberal, precisa ser “modificado”

Dilma cumprimenta Mujica durante a cúpula do Mercosul, na semana passada. Foto: Juan Mabromata / AFP
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Em meio a uma grande polêmica sobre a forma como Brasil, Argentina e Uruguai aprovaram a entrada da Venezuela no Mercosul, o presidente do Uruguai, José Mujica, defendeu a adesão venezuelana e afirmou que ela se deu por conta do surgimento de “novos elementos políticos” e por uma resposta ao Congresso paraguaio. Mujica também defendeu seu ministro do Exterior, Luis Almagro, segundo quem o Brasil pressionou pela entrada da Venezuela no bloco, e criticou duramente o parlamento vizinho, que promoveu o impeachment de Fernando Lugo em um processo sumário.

Mujica não deu detalhes sobre os “novos elementos políticos”, mas afirmou que a entrada da Venezuela é uma tentativa de “modificar” o Mercosul para adaptá-lo a novos tempos. “O Mercosul nasce em um marco jurídico e conceitual criado na década de 1990, com predomínio neoliberal, em pleno auge dos tempos dos ‘Chicago Boys'”, disse Mujica em referência à escola econômica neoliberal norte-americana que exerceu enorme influência sobre a América Latina. “Passaram muitos anos e nos vemos agora nos queixando de que não cumprimos acordo e regulamentos daquela época, mas não paramos para pensar que não cumprimos porque não se pode. Porque o direito deve se adaptar à vida e não a vida ao direito”, disse Mujica segundo o jornal uruguaio El País.

Mujica deu a entender que a aprovação da Venezuela foi uma resposta ao Paraguai. Ele lembrou que uma comitiva de ministros do Exterior de países do bloco foi a Assunção pedir o cumprimento do “das garantias do devido processo e aplicação de um processo digno contra Lugo”, mas foi recebido com uma “porta fechada na ponta do nariz”. O responsável por essa recepção nada amigável, disse Mujica, “foi esse mesmo Senado que há cinco anos nos tem enganado e negado o ingresso da Venezuela com argumentos imorais, e que agora troca um presidente como quem troca de camisa e desconsidera o pedido de mais de dez chanceleres”. Segundo Mujica, “por isso o Mercosul decidiu não mais validar a manipulação de quem durante anos desconsiderou 30 milhões de venezuelanos”.

Mujica também confirmou que a reunião entre ele as presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner (Argentina), na semana passada, na cidade argentina de Mendoza, foi solicitada por Dilma. Mujica, entretanto, negou que tenha sido pressionado a referendar a adesão da Venezuela. “É verdade que quem pediu a reunião reservada foi Dilma, mas os três estivemos de acordo”, disse. Segundo Mujica, nesta reunião surgiram os “novos elementos políticos” e aí, segundo ele, “o político superava largamento o jurídico”.

O presidente do Uruguai afirmou ainda que os três países estiveram “sintonizados” ao impedir que sanções mais duras fossem aprovadas contra o Paraguai por conta da derrubada de Fernando Lugo. Segundo Mujica, países da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) pediram punições ao Paraguai.

Em meio a uma grande polêmica sobre a forma como Brasil, Argentina e Uruguai aprovaram a entrada da Venezuela no Mercosul, o presidente do Uruguai, José Mujica, defendeu a adesão venezuelana e afirmou que ela se deu por conta do surgimento de “novos elementos políticos” e por uma resposta ao Congresso paraguaio. Mujica também defendeu seu ministro do Exterior, Luis Almagro, segundo quem o Brasil pressionou pela entrada da Venezuela no bloco, e criticou duramente o parlamento vizinho, que promoveu o impeachment de Fernando Lugo em um processo sumário.

Mujica não deu detalhes sobre os “novos elementos políticos”, mas afirmou que a entrada da Venezuela é uma tentativa de “modificar” o Mercosul para adaptá-lo a novos tempos. “O Mercosul nasce em um marco jurídico e conceitual criado na década de 1990, com predomínio neoliberal, em pleno auge dos tempos dos ‘Chicago Boys'”, disse Mujica em referência à escola econômica neoliberal norte-americana que exerceu enorme influência sobre a América Latina. “Passaram muitos anos e nos vemos agora nos queixando de que não cumprimos acordo e regulamentos daquela época, mas não paramos para pensar que não cumprimos porque não se pode. Porque o direito deve se adaptar à vida e não a vida ao direito”, disse Mujica segundo o jornal uruguaio El País.

Mujica deu a entender que a aprovação da Venezuela foi uma resposta ao Paraguai. Ele lembrou que uma comitiva de ministros do Exterior de países do bloco foi a Assunção pedir o cumprimento do “das garantias do devido processo e aplicação de um processo digno contra Lugo”, mas foi recebido com uma “porta fechada na ponta do nariz”. O responsável por essa recepção nada amigável, disse Mujica, “foi esse mesmo Senado que há cinco anos nos tem enganado e negado o ingresso da Venezuela com argumentos imorais, e que agora troca um presidente como quem troca de camisa e desconsidera o pedido de mais de dez chanceleres”. Segundo Mujica, “por isso o Mercosul decidiu não mais validar a manipulação de quem durante anos desconsiderou 30 milhões de venezuelanos”.

Mujica também confirmou que a reunião entre ele as presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner (Argentina), na semana passada, na cidade argentina de Mendoza, foi solicitada por Dilma. Mujica, entretanto, negou que tenha sido pressionado a referendar a adesão da Venezuela. “É verdade que quem pediu a reunião reservada foi Dilma, mas os três estivemos de acordo”, disse. Segundo Mujica, nesta reunião surgiram os “novos elementos políticos” e aí, segundo ele, “o político superava largamento o jurídico”.

O presidente do Uruguai afirmou ainda que os três países estiveram “sintonizados” ao impedir que sanções mais duras fossem aprovadas contra o Paraguai por conta da derrubada de Fernando Lugo. Segundo Mujica, países da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) pediram punições ao Paraguai.

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