Mundo

É possível pensar a Venezuela sem Chávez?

Desde sua eleição em 1998, nenhum outro governante do mundo venceu tantas disputas nas urnas

Insubstituível? Juan Barreto / AFP
Apoie Siga-nos no

No dia 7 de outubro deste ano, os(as) venezuelanos(as) novamente decidirão sobre o comando político e econômico de seu país. As mais variadas pesquisas apontam, até o momento, a vitória do atual Presidente Hugo Chávez. Com a sua doença muita se especula da sua capacidade de fazer campanha e de sua disponibilidade real em governar, caso seja reeleito.

Neste sentido, uma pergunta é inevitável: É possível pensar a Venezuela sem Chávez no comando? Primeiro é importante destacar: desde quando foi eleito em 1998, nenhum outro governante em todo o mundo venceu tantas disputas nas urnas, entre referendos e eleições, em tão pouco tempo. Foram doze vitórias. E, ao mesmo tempo, é extremamente difícil encontrar na história política mundial um Presidente que foi deposto e, em 48 horas, reconduzido ao poder pela pressão das massas populares.

Desde que assumiu, uma das principais mudanças políticas foi a Reforma Constitucional – diga-se de passagem, a Constituição venezuelana é bastante similar à brasileira – na qual introduz novas formas de participação que definem um regime político que combina as formas tradicionais da democracia representativa liberal (separação de poderes e a eleição de autoridades executivas e legislativas nos níveis municipais, estatais e nacionais), com formas de democracia direta, “participativa e protagônica”. Portanto, há uma certa polarização e politização de chavistas e anti-chavistas não somente pela disputa eleitoral e de poder, mas também por qual Venezuela quererão para o futuro.

Do ponto de vista econômico e social, com a consolidação da reforma petroleira em 2001, devido à reforma constitucional, as leis habilitantes e lei específica de hidrocarbonetos e, principalmente após o golpe de abril de 2002 e a retomada do governo e sua reestruturação, a partir de 2003, começa a consolidar políticas sociais denominada de misiones. Estas atingem aproximadamente 70% da população e ao mesmo tempo cria-se o FONDEN (Fundo de Desenvolvimento Nacional), com a finalidade de desenvolver empresas e empreendimentos que não estejam atrelados ao ramo petrolífero, ou seja, desenvolvendo o processo de substituição de importações, com recursos do petróleo.

Portanto, é neste momento, pós-golpe de Estado, que Hugo Chávez vem consolidar a distribuição da renda petroleira ao povo venezuelano. Algo muito similar ao que foi desenvolvido a partir de 1976, pelo então Presidente Carlos A. Pérez, com forte política social, nacionalizações de empresas e aumento do gasto público provenientes do petróleo.

Apesar dos avanços e a melhoria da qualidade de vida dos(as) venezuelanos(as) através da ampliação das políticas públicas via alta estrutural dos preços do petróleo, o Estado continua ineficiente, lerdo, corrupto e avesso às interferências populares, de certa maneira, as limitações de ação do governo Chávez são as limitações atuais da esquerda mundial, entretanto, a Venezuela é, com todos os problemas, o país onde mais se avançou, na contestação ao neoliberalismo e no questionamento do poder global norte-americano.

Com ou sem Chávez, a propalada revolução venezuelana ainda está por acontecer. Mas não se pode negar, na última década, as políticas internas e externas de Hugo Chávez interferiram e interferem direta e indiretamente na política latino-americana. O quanto o chavismo avançará, dependerá do grau de politização do povo venezuelano. Ao que tudo indica, basta observar o contragolpe de abril/2002, os ideais e as ideias de Hugo Chávez poderão sofrer uma certa dificuldade, mas ainda, a tendência de florescer no âmago dos(as) venezuelanos (as) é alta.

No dia 7 de outubro deste ano, os(as) venezuelanos(as) novamente decidirão sobre o comando político e econômico de seu país. As mais variadas pesquisas apontam, até o momento, a vitória do atual Presidente Hugo Chávez. Com a sua doença muita se especula da sua capacidade de fazer campanha e de sua disponibilidade real em governar, caso seja reeleito.

Neste sentido, uma pergunta é inevitável: É possível pensar a Venezuela sem Chávez no comando? Primeiro é importante destacar: desde quando foi eleito em 1998, nenhum outro governante em todo o mundo venceu tantas disputas nas urnas, entre referendos e eleições, em tão pouco tempo. Foram doze vitórias. E, ao mesmo tempo, é extremamente difícil encontrar na história política mundial um Presidente que foi deposto e, em 48 horas, reconduzido ao poder pela pressão das massas populares.

Desde que assumiu, uma das principais mudanças políticas foi a Reforma Constitucional – diga-se de passagem, a Constituição venezuelana é bastante similar à brasileira – na qual introduz novas formas de participação que definem um regime político que combina as formas tradicionais da democracia representativa liberal (separação de poderes e a eleição de autoridades executivas e legislativas nos níveis municipais, estatais e nacionais), com formas de democracia direta, “participativa e protagônica”. Portanto, há uma certa polarização e politização de chavistas e anti-chavistas não somente pela disputa eleitoral e de poder, mas também por qual Venezuela quererão para o futuro.

Do ponto de vista econômico e social, com a consolidação da reforma petroleira em 2001, devido à reforma constitucional, as leis habilitantes e lei específica de hidrocarbonetos e, principalmente após o golpe de abril de 2002 e a retomada do governo e sua reestruturação, a partir de 2003, começa a consolidar políticas sociais denominada de misiones. Estas atingem aproximadamente 70% da população e ao mesmo tempo cria-se o FONDEN (Fundo de Desenvolvimento Nacional), com a finalidade de desenvolver empresas e empreendimentos que não estejam atrelados ao ramo petrolífero, ou seja, desenvolvendo o processo de substituição de importações, com recursos do petróleo.

Portanto, é neste momento, pós-golpe de Estado, que Hugo Chávez vem consolidar a distribuição da renda petroleira ao povo venezuelano. Algo muito similar ao que foi desenvolvido a partir de 1976, pelo então Presidente Carlos A. Pérez, com forte política social, nacionalizações de empresas e aumento do gasto público provenientes do petróleo.

Apesar dos avanços e a melhoria da qualidade de vida dos(as) venezuelanos(as) através da ampliação das políticas públicas via alta estrutural dos preços do petróleo, o Estado continua ineficiente, lerdo, corrupto e avesso às interferências populares, de certa maneira, as limitações de ação do governo Chávez são as limitações atuais da esquerda mundial, entretanto, a Venezuela é, com todos os problemas, o país onde mais se avançou, na contestação ao neoliberalismo e no questionamento do poder global norte-americano.

Com ou sem Chávez, a propalada revolução venezuelana ainda está por acontecer. Mas não se pode negar, na última década, as políticas internas e externas de Hugo Chávez interferiram e interferem direta e indiretamente na política latino-americana. O quanto o chavismo avançará, dependerá do grau de politização do povo venezuelano. Ao que tudo indica, basta observar o contragolpe de abril/2002, os ideais e as ideias de Hugo Chávez poderão sofrer uma certa dificuldade, mas ainda, a tendência de florescer no âmago dos(as) venezuelanos (as) é alta.

ENTENDA MAIS SOBRE: ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo