Mundo
Dois terços dos islandeses votam a favor de uma nova Constituição
Em um exercício de democracia direta sem precedentes e em resposta à crise, a Islândia votou por meio de um referendo uma futura constituição que deve ser elaborada pelos próprios cidadãos


REIKIAVIK, Islândia (AFP) – Dois terços dos islandeses apoiaram as propostas de um comitê de cidadãos para redigir uma nova Constituição, segundo dados definitivos do referendo consultivo de sábado, divulgados nesta segunda-feira pela rede de TV pública RUV. Em um exercício de democracia direta sem precedentes, 66,3% dos eleitores afirmaram que desejam que a futura Carta Magna se baseie no projeto apresentado.
A participação foi de 49%, muito abaixo dos 72,9% registrados no ano passado no referendo sobre a compensação que deveria ser dada aos britânicos e holandeses vítimas da quebra em 2008 do banco Icesave.
No referendo realizado no sábado, os islandeses deveriam responder sim ou não a seis perguntas sobre diferentes temas. Assim, 82,5% dos eleitores se pronunciaram contra a propriedade privada dos recursos naturais da Islândia e 57% pela manutenção de uma Igreja de Estado. Como no Reino Unido, onde a Igreja Anglicana desfruta de status oficial, a igreja oficial da Islândia é a Igreja Evangélica Luterana da Islândia.
“Fico feliz com o resultado e a participação (…) É superior ao previsto. É uma grande vitória para o processo democrático”, considerou a chefe de governo islandesa, a social-democrata Johanna Sigurdardottir, segundo a RUV.
A proposta de uma nova Constituição foi redigida por uma comissão eleita em 2010 para revisar a lei fundamental composta por 25 cidadãos comuns.
A Islândia conta com pouco mais de 300.000 habitantes. A atual lei fundamental foi adotada em 1944, após a independência da Islândia da Dinamarca. Há muito tempo existe um acordo sobre a necessidade de reexaminá-la, mas sua reforma sempre foi adiada.
A crise econômica do país em 2008 desencadeou movimentos sociais massivos e levantou a reivindicação de que a futura Constituição fosse redigida por cidadãos comuns. Um grupo de 25 cidadãos de diferentes origens trabalhou, assim, no projeto constitucional entre abril e julho de 2011 e o colocou na internet para que todos pudessem opinar e enriquecer o texto, antes de enviá-lo, no fim de julho de 2011, ao Parlamento, que decidiu submetê-lo a um referendo.
Mais informações em AFP Movel.
REIKIAVIK, Islândia (AFP) – Dois terços dos islandeses apoiaram as propostas de um comitê de cidadãos para redigir uma nova Constituição, segundo dados definitivos do referendo consultivo de sábado, divulgados nesta segunda-feira pela rede de TV pública RUV. Em um exercício de democracia direta sem precedentes, 66,3% dos eleitores afirmaram que desejam que a futura Carta Magna se baseie no projeto apresentado.
A participação foi de 49%, muito abaixo dos 72,9% registrados no ano passado no referendo sobre a compensação que deveria ser dada aos britânicos e holandeses vítimas da quebra em 2008 do banco Icesave.
No referendo realizado no sábado, os islandeses deveriam responder sim ou não a seis perguntas sobre diferentes temas. Assim, 82,5% dos eleitores se pronunciaram contra a propriedade privada dos recursos naturais da Islândia e 57% pela manutenção de uma Igreja de Estado. Como no Reino Unido, onde a Igreja Anglicana desfruta de status oficial, a igreja oficial da Islândia é a Igreja Evangélica Luterana da Islândia.
“Fico feliz com o resultado e a participação (…) É superior ao previsto. É uma grande vitória para o processo democrático”, considerou a chefe de governo islandesa, a social-democrata Johanna Sigurdardottir, segundo a RUV.
A proposta de uma nova Constituição foi redigida por uma comissão eleita em 2010 para revisar a lei fundamental composta por 25 cidadãos comuns.
A Islândia conta com pouco mais de 300.000 habitantes. A atual lei fundamental foi adotada em 1944, após a independência da Islândia da Dinamarca. Há muito tempo existe um acordo sobre a necessidade de reexaminá-la, mas sua reforma sempre foi adiada.
A crise econômica do país em 2008 desencadeou movimentos sociais massivos e levantou a reivindicação de que a futura Constituição fosse redigida por cidadãos comuns. Um grupo de 25 cidadãos de diferentes origens trabalhou, assim, no projeto constitucional entre abril e julho de 2011 e o colocou na internet para que todos pudessem opinar e enriquecer o texto, antes de enviá-lo, no fim de julho de 2011, ao Parlamento, que decidiu submetê-lo a um referendo.
Mais informações em AFP Movel.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.