Mundo

Brasileiro deixa cargo de Alto Representante Geral do Mercosul

Em entrevista, Samuel Pinheiro Guimarães alega falta de apoio político, inclusive do Brasil, para implentar seus projetos

Brasileiro deixa cargo de Alto Representante Geral do Mercosul
Brasileiro deixa cargo de Alto Representante Geral do Mercosul
Foto: Elza Fiuza/ABr
Apoie Siga-nos no

O diplomata brasileiro Samuel Pinheiro Guimarães renunciou nesta quinta-feira 27 ao posto de Alto Representante Geral do Mercosul. O ex-ministro de Assuntos Estratégicos do Brasil estava no cargo desde janeiro de 2011 para um mandato de três anos e suas funções incluíam a formulação de propostas e representação das posições comuns do mercado. Segundo ele, a decisão ocorreu por falta de apoio político de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai para a implementação de projetos. “Essa função é política, não é administrativa ou burocrática. Se não houve apoio dos quatro Estados membros, no caso três porque o Paraguai foi suspenso, não é possível exercer o cargo”, disse em entrevista a CartaCapital.

Guimarães, que já está retornando ao Brasil, estava em Mendoza, na Argentina, para a 43ª Reunião do Conselho de Mercado Comum e Cúpula de Presidentes do Mercosul. O ex-ministro preferiu não comentar as dificuldades que sentiu para implementar seus projetos, mas negou que a decisão esteja relacionada a acontecimentos atuais no bloco, como a crise em provocada pela destituição de Fernando Lugo da presidência do Paraguai. “Foi algo refletido e analisado”, declarou.

Segundo ele, o anúncio, que surpreendeu muitos diplomatas, foi realizado na cúpula por ser o melhor espaço para a decisão. “Na cúpula há a oportunidade de apresentar o relatório [sobre a situação do bloco] e estarão presentes os diversos ministros e chanceleres.”

Em entrevista a CartaCapital na terça-feira 26, Guimarães já havia criticado alguns aspectos do Mercosul, como a disparidade entre os países do bloco e a necessidade de projetos verdadeiros de incentivo ao desenvolvimento mais igualitário. Uma destas iniciativas seria reforçar o Focem (Fundo para Convergência Estrutural do Mercosul) acima dos 100 milhões de dólares por ano destinados atualmente para a ação em caráter de doação e não empréstimo. Deste total, o Brasil é responsável por aportar 70%, Argentina 27%, Uruguai 2% e Paraguai 1%. Nos repasses, a ordem se inverte: Paraguai recebe 48%, Uruguai (32%) e Argentina e Brasil 10% cada. Isso é feito para corrigir as disparidades entre as economias destes países. “O orçamento nacional brasileiro fica em torno de 30% do PIB, algo em torno de 600 bilhões [de dólares]. Quanto significa 70 milhões de dólares para o Brasil por ano? Hoje isso é um pouco mais 0,001% do orçamento”, disse.

O diplomata brasileiro Samuel Pinheiro Guimarães renunciou nesta quinta-feira 27 ao posto de Alto Representante Geral do Mercosul. O ex-ministro de Assuntos Estratégicos do Brasil estava no cargo desde janeiro de 2011 para um mandato de três anos e suas funções incluíam a formulação de propostas e representação das posições comuns do mercado. Segundo ele, a decisão ocorreu por falta de apoio político de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai para a implementação de projetos. “Essa função é política, não é administrativa ou burocrática. Se não houve apoio dos quatro Estados membros, no caso três porque o Paraguai foi suspenso, não é possível exercer o cargo”, disse em entrevista a CartaCapital.

Guimarães, que já está retornando ao Brasil, estava em Mendoza, na Argentina, para a 43ª Reunião do Conselho de Mercado Comum e Cúpula de Presidentes do Mercosul. O ex-ministro preferiu não comentar as dificuldades que sentiu para implementar seus projetos, mas negou que a decisão esteja relacionada a acontecimentos atuais no bloco, como a crise em provocada pela destituição de Fernando Lugo da presidência do Paraguai. “Foi algo refletido e analisado”, declarou.

Segundo ele, o anúncio, que surpreendeu muitos diplomatas, foi realizado na cúpula por ser o melhor espaço para a decisão. “Na cúpula há a oportunidade de apresentar o relatório [sobre a situação do bloco] e estarão presentes os diversos ministros e chanceleres.”

Em entrevista a CartaCapital na terça-feira 26, Guimarães já havia criticado alguns aspectos do Mercosul, como a disparidade entre os países do bloco e a necessidade de projetos verdadeiros de incentivo ao desenvolvimento mais igualitário. Uma destas iniciativas seria reforçar o Focem (Fundo para Convergência Estrutural do Mercosul) acima dos 100 milhões de dólares por ano destinados atualmente para a ação em caráter de doação e não empréstimo. Deste total, o Brasil é responsável por aportar 70%, Argentina 27%, Uruguai 2% e Paraguai 1%. Nos repasses, a ordem se inverte: Paraguai recebe 48%, Uruguai (32%) e Argentina e Brasil 10% cada. Isso é feito para corrigir as disparidades entre as economias destes países. “O orçamento nacional brasileiro fica em torno de 30% do PIB, algo em torno de 600 bilhões [de dólares]. Quanto significa 70 milhões de dólares para o Brasil por ano? Hoje isso é um pouco mais 0,001% do orçamento”, disse.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo