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As reações internacionais à derrubada de Lugo no Paraguai

Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela não reconhecem o novo governo. O Brasil ameaçou sanções ao Paraguai

Lugo chega ao palácio presidencial em Assunção para fazer seu último discurso como presidente. Foto: Jorge Romero / AFP
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Na sexta-feira 22, o Congresso do Paraguai confirmou o impeachment do presidente Fernando Lugo, que estava no cargo desde 2008. Lugo foi tirado do poder em um processo sumário, o que provocou indignação da comunidade internacional e manifestações de que todo o processo se tratou de um golpe de Estado.

A presidenta Dilma Rousseff não usou este termo, mas ameaçou o Paraguai com sanções. Em entrevista coletiva durante a Rio+20, Dilma afirmou que Mercosul e União de Nações Sul-Americanas (Unasul) possuem em seus estatutos cláusulas que exigem o respeito às regras democráticas e que “há previsão de sanção”. Dilma afirmou que os países que não cumprirem essas exigências devem ser penalizados com a não participação nos blocos. No limite, a fala da presidenta indica que o Paraguai poderia ser expulso do Mercosul e da Unasul.

Confira abaixo as reações de outros países:

Argentina


A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, afirmou que seu país não vai “validar” o governo de Federico Franco. “O que ocorreu no Paraguai é algo inaceitável para uma região que havia superado definitivamente este tipo de situações antidemocráticas e contra as instituições”, disse. Para Cristina, o processo que levou ao fim do mandato de Lugo foi uma paródia. “Acaba de se consumar um golpe de Estado, foi uma intenção consumada porque tivemos outras tentativas como as que sofreram Evo Morales, Rafael Correa e, claro, Manuel Zelaya, em Honduras”.

Bolívia


Evo Morales afirmou que por trás da derrubada de Lugo “se move a mão de neoliberais internos e externos” e disse que a saída do colega paraguaio é “uma ação do imperialismo e da direita internacional”

Chile


O ministro do Exterior do Chile, Alfredo Moreno, disse que seu país vai esperar alguns dias para se pronunciar formalmente. Ele afirmou em entrevista ao canal de tevê TVN que o Congresso do Paraguai “desgraçadamente, apesar de todas os esforços que fizemos” persistiu na decisão de tirar o presidente. “Claramente isto não cumpriu os padrões mínimos do devido processo que merece qualquer pessoa”, disse.

Colômbia


O presidente Juan Manuel Santos fez um apelo para que não haja violência após a queda de Lugo. “Formalmente não houve ruptura da democracia, foi um procedimento dentro das instituições democráticas, isto na teoria, porque na prática só deram algumas horas ao presidente Lugo para sua defesa, o que vai contra a lógica. Era a história de uma remoção anunciada”, disse.

Equador


O presidente Rafael Correa classificou como um “golpe ilegítimo” a destituição de Lugo e confirmou que não vai reconhecer o governo Franco. “Independentemente da decisão de Fernando, da resolução da Unasul, a decisão do governo equatoriano é não reconhecer nenhum presidente paraguaio que não seja o presidente legitimamente eleito, Fernando Lugo Méndez”, afirmou. “A democracia não se fundamenta apenas em formalismos legais, mas também em legitimidade”.

Estados Unidos


Um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA afirmou à BBC Brasil que o governo americano está “acompanhando de perto” o desenrolar da crise e endossa a liderança de “atores regionais”, como o Brasil, na questão. “Pedimos aos paraguaios que ajam de forma pacífica, com calma e responsabilidade, dentro do espírito dos princípios democráticos do Paraguai”, disse o porta-voz.

Peru


O presidente peruano, Ollanta Humala, classificou a destituição de Lugo como “um revés ao processo democrático na região que obriga nossos países a se manter vigilantes”. Em uma mensagem dirigida ao povo paraguaio na noite de sexta-feira, o presidente manifestou sua “preocupação e pesar” por esta medida, informou a agência oficial Andina. Após expressar sua solidariedade com o povo paraguaio, Humala defendeu a unidade dos países integrantes da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), “não descartando a adoção de medidas neste âmbito institucional”, disse a agência.

México


O governo do México considerou que o processo de destituição não foi justo, ao não conceder a Lugo espaço para sua defesa, afirmou a chancelaria em um comunicado. “Embora o processo de julgamento político tenha se desenrolado seguindo o procedimento estabelecido no texto constitucional paraguaio, o México considera que este procedimento não concedeu ao ex-presidente Lugo os espaços e tempos para a devida defesa”, expressou a chancelaria do México.

Uruguai


O governo de Jose Mujica ainda não se pronunciou oficialmente. Mujica espera reunião com seu ministro do Exterior, Luis Almagro.

Venezuela


Hugo Chávez afirmou que Lugo foi “defenestrado de maneira totalmente ilegítima”, comparou o golpe ao que houve em Honduras em 2009 e disse que “o governo venezuelano, o Estado venezuelano, não reconhecem esse nulo, ilegal e ilegítimo governo que se instalou em Assunção.”

Com informações da AFP

Na sexta-feira 22, o Congresso do Paraguai confirmou o impeachment do presidente Fernando Lugo, que estava no cargo desde 2008. Lugo foi tirado do poder em um processo sumário, o que provocou indignação da comunidade internacional e manifestações de que todo o processo se tratou de um golpe de Estado.

A presidenta Dilma Rousseff não usou este termo, mas ameaçou o Paraguai com sanções. Em entrevista coletiva durante a Rio+20, Dilma afirmou que Mercosul e União de Nações Sul-Americanas (Unasul) possuem em seus estatutos cláusulas que exigem o respeito às regras democráticas e que “há previsão de sanção”. Dilma afirmou que os países que não cumprirem essas exigências devem ser penalizados com a não participação nos blocos. No limite, a fala da presidenta indica que o Paraguai poderia ser expulso do Mercosul e da Unasul.

Confira abaixo as reações de outros países:

Argentina


A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, afirmou que seu país não vai “validar” o governo de Federico Franco. “O que ocorreu no Paraguai é algo inaceitável para uma região que havia superado definitivamente este tipo de situações antidemocráticas e contra as instituições”, disse. Para Cristina, o processo que levou ao fim do mandato de Lugo foi uma paródia. “Acaba de se consumar um golpe de Estado, foi uma intenção consumada porque tivemos outras tentativas como as que sofreram Evo Morales, Rafael Correa e, claro, Manuel Zelaya, em Honduras”.

Bolívia


Evo Morales afirmou que por trás da derrubada de Lugo “se move a mão de neoliberais internos e externos” e disse que a saída do colega paraguaio é “uma ação do imperialismo e da direita internacional”

Chile


O ministro do Exterior do Chile, Alfredo Moreno, disse que seu país vai esperar alguns dias para se pronunciar formalmente. Ele afirmou em entrevista ao canal de tevê TVN que o Congresso do Paraguai “desgraçadamente, apesar de todas os esforços que fizemos” persistiu na decisão de tirar o presidente. “Claramente isto não cumpriu os padrões mínimos do devido processo que merece qualquer pessoa”, disse.

Colômbia


O presidente Juan Manuel Santos fez um apelo para que não haja violência após a queda de Lugo. “Formalmente não houve ruptura da democracia, foi um procedimento dentro das instituições democráticas, isto na teoria, porque na prática só deram algumas horas ao presidente Lugo para sua defesa, o que vai contra a lógica. Era a história de uma remoção anunciada”, disse.

Equador


O presidente Rafael Correa classificou como um “golpe ilegítimo” a destituição de Lugo e confirmou que não vai reconhecer o governo Franco. “Independentemente da decisão de Fernando, da resolução da Unasul, a decisão do governo equatoriano é não reconhecer nenhum presidente paraguaio que não seja o presidente legitimamente eleito, Fernando Lugo Méndez”, afirmou. “A democracia não se fundamenta apenas em formalismos legais, mas também em legitimidade”.

Estados Unidos


Um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA afirmou à BBC Brasil que o governo americano está “acompanhando de perto” o desenrolar da crise e endossa a liderança de “atores regionais”, como o Brasil, na questão. “Pedimos aos paraguaios que ajam de forma pacífica, com calma e responsabilidade, dentro do espírito dos princípios democráticos do Paraguai”, disse o porta-voz.

Peru


O presidente peruano, Ollanta Humala, classificou a destituição de Lugo como “um revés ao processo democrático na região que obriga nossos países a se manter vigilantes”. Em uma mensagem dirigida ao povo paraguaio na noite de sexta-feira, o presidente manifestou sua “preocupação e pesar” por esta medida, informou a agência oficial Andina. Após expressar sua solidariedade com o povo paraguaio, Humala defendeu a unidade dos países integrantes da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), “não descartando a adoção de medidas neste âmbito institucional”, disse a agência.

México


O governo do México considerou que o processo de destituição não foi justo, ao não conceder a Lugo espaço para sua defesa, afirmou a chancelaria em um comunicado. “Embora o processo de julgamento político tenha se desenrolado seguindo o procedimento estabelecido no texto constitucional paraguaio, o México considera que este procedimento não concedeu ao ex-presidente Lugo os espaços e tempos para a devida defesa”, expressou a chancelaria do México.

Uruguai


O governo de Jose Mujica ainda não se pronunciou oficialmente. Mujica espera reunião com seu ministro do Exterior, Luis Almagro.

Venezuela


Hugo Chávez afirmou que Lugo foi “defenestrado de maneira totalmente ilegítima”, comparou o golpe ao que houve em Honduras em 2009 e disse que “o governo venezuelano, o Estado venezuelano, não reconhecem esse nulo, ilegal e ilegítimo governo que se instalou em Assunção.”

Com informações da AFP

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