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Após queda de Lugo, Brasil e Uruguai convocam embaixadores

Governos ainda estudam medidas de punição ao Paraguai após impeachment relâmpago de Fernando Lugo

Manifestantes favoráveis a Lugo fazem manifestação na madrugada deste domingo em frente à sede da TV Pública do Paraguai, em Assunção. Foto: Pablo Porciuncula / AFP
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Os governos do Mercosul tentaram ampliar neste fim de semana a pressão sobre o Paraguai, depois que o Congresso do país realizou um impeachment relâmpago do agora ex-presidente Fernando Lugo, colocando em seu lugar o vice, Federico Franco. O Brasil e o Uruguai convocaram seus embaixadores em Assunção para esclarecimentos, um sinal, na diplomacia, de relações estremecidas entre os países. A Argentina foi além e retirou oficialmente seu embaixador do Paraguai até “a restituição da ordem democrática”.

A posição inicial do Brasil foi tomada pela presidenta Dilma Rousseff na noite de sábado. Ela se reuniu com os ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Celso Amorim (Defesa) e Edison Lobão (Minas e Energia), além do assessor especial para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, para discutir a crise no país. Em nota divulgada no fim da noite de sábado, o Ministério das Relações Exteriores evitou usar o termo golpe para designar o que houve no Paraguai, mas afirmou que a destituição de Lugo é o “rompimento da ordem democrática”.

“O governo brasileiro condena o rito sumário de destituição do mandatário do Paraguai, em que não foi adequadamente assegurado o amplo direito de defesa. O Brasil considera que o procedimento adotado compromete pilar fundamental da democracia, condição essencial para a integração regional”, diz o Itamaraty em nota. Ainda segundo o governo brasileiro, “medidas” estão sendo estudadas pelo Mercosul e pela Unasul contra o Paraguai. Essas medidas, garante o governo Dilma, não terão como alvo a população paraguaia.

O governo do Uruguai tem posições semelhantes. Após dialogar com o presidente José Mujica, o chanceler Luis Almagro condenou o “julgamento sumário” de Lugo e afirmou que a forma como o impeachment foi realizado “não condiz com as garantias essenciais do devido processo”. Almagro pediu ainda que uma nova eleição seja convocada o mais rápido possível. A próxima eleição está marcada para daqui a nove meses.

O governo de Cristina Kirchner na Argentina foi mais radical e decidiu retirar seu embaixador de Assunção. Em nota, seu governo voltou a criticar a “ruptura da ordem” e ordenou a “imediata retirada de seu embaixador em Assunção, ficando a representação diplomática sob a responsabilidade de um funcionário de negócios, até que seja restabelecida a ordem democrática no Paraguai”.

Lugo fala em volta da ditadura

Lugo reapareceu na madrugada deste domingo e deu uma entrevista coletiva em frente à sede da tevê pública do Paraguai, em Assunção, onde seus apoiadores se reuniram em protesto. Ele elogiou a reação internacional a seu impeachment. “A comunidade internacional vê com objetividade e serenidade o processo aqui no Paraguai. Vocês têm noção de que nossos amigos, os presidentes do Brasil, da Argentina, do Uruguai, estão retirando seus embaixadores daqui”, disse o ex-presidente segundo a BBC Brasil. Ele ainda afirmou que o governo de Federico Franco vai fazer o Paraguai voltar à ditadura. “Mesmo o Paraguai sendo um país mediterrâneo, o governo está ilhando o nosso país. Eles serão responsáveis pela pobreza e pelo retorno da ditadura ao Paraguai”, afirmou.

Os governos do Mercosul tentaram ampliar neste fim de semana a pressão sobre o Paraguai, depois que o Congresso do país realizou um impeachment relâmpago do agora ex-presidente Fernando Lugo, colocando em seu lugar o vice, Federico Franco. O Brasil e o Uruguai convocaram seus embaixadores em Assunção para esclarecimentos, um sinal, na diplomacia, de relações estremecidas entre os países. A Argentina foi além e retirou oficialmente seu embaixador do Paraguai até “a restituição da ordem democrática”.

A posição inicial do Brasil foi tomada pela presidenta Dilma Rousseff na noite de sábado. Ela se reuniu com os ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Celso Amorim (Defesa) e Edison Lobão (Minas e Energia), além do assessor especial para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, para discutir a crise no país. Em nota divulgada no fim da noite de sábado, o Ministério das Relações Exteriores evitou usar o termo golpe para designar o que houve no Paraguai, mas afirmou que a destituição de Lugo é o “rompimento da ordem democrática”.

“O governo brasileiro condena o rito sumário de destituição do mandatário do Paraguai, em que não foi adequadamente assegurado o amplo direito de defesa. O Brasil considera que o procedimento adotado compromete pilar fundamental da democracia, condição essencial para a integração regional”, diz o Itamaraty em nota. Ainda segundo o governo brasileiro, “medidas” estão sendo estudadas pelo Mercosul e pela Unasul contra o Paraguai. Essas medidas, garante o governo Dilma, não terão como alvo a população paraguaia.

O governo do Uruguai tem posições semelhantes. Após dialogar com o presidente José Mujica, o chanceler Luis Almagro condenou o “julgamento sumário” de Lugo e afirmou que a forma como o impeachment foi realizado “não condiz com as garantias essenciais do devido processo”. Almagro pediu ainda que uma nova eleição seja convocada o mais rápido possível. A próxima eleição está marcada para daqui a nove meses.

O governo de Cristina Kirchner na Argentina foi mais radical e decidiu retirar seu embaixador de Assunção. Em nota, seu governo voltou a criticar a “ruptura da ordem” e ordenou a “imediata retirada de seu embaixador em Assunção, ficando a representação diplomática sob a responsabilidade de um funcionário de negócios, até que seja restabelecida a ordem democrática no Paraguai”.

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Lugo reapareceu na madrugada deste domingo e deu uma entrevista coletiva em frente à sede da tevê pública do Paraguai, em Assunção, onde seus apoiadores se reuniram em protesto. Ele elogiou a reação internacional a seu impeachment. “A comunidade internacional vê com objetividade e serenidade o processo aqui no Paraguai. Vocês têm noção de que nossos amigos, os presidentes do Brasil, da Argentina, do Uruguai, estão retirando seus embaixadores daqui”, disse o ex-presidente segundo a BBC Brasil. Ele ainda afirmou que o governo de Federico Franco vai fazer o Paraguai voltar à ditadura. “Mesmo o Paraguai sendo um país mediterrâneo, o governo está ilhando o nosso país. Eles serão responsáveis pela pobreza e pelo retorno da ditadura ao Paraguai”, afirmou.

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