Mundo
Anúncio de saída de Monti desencadeia nova crise política na Itália
O primeiro-ministro italiano fez um pedido “irrevogável” de demissão após perder apoio no Parlamento. Berlusconi tentará voltar ao poder
Em entrevista publicada no domingo 9 pelo jornal Il Sole 24 Ore, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, pediu para que a Itália não abandone o caminho das reformas econômicas depois de o primeiro-ministro, Mario Monti, ter declarado que renunciará ao cargo.
Monti comunicou na noite anterior ao presidente do país, Giorgio Napolitano, sua intenção de renunciar, após o partido do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi ter retirado seu apoio ao governo. Durão Barroso pediu à Itália que as próximas eleições “não se convertam num pretexto para duvidar da necessidade das medidas adotadas pelo governo Mario Monti”.
Na entrevista, o presidente da Comissão Europeia elogiou o chefe de governo italiano “não apenas pelas importantes medidas que adotou para organizar as contas públicas e reformar a economia nacional, mas também pelo seu papel no debate europeu”. Durão Barroso pediu também aos italianos que “não caiam na ilusão de que existem soluções rápidas ou mágicas [para sair da crise]”, lembrando que a Itália ainda tem “algumas perspetivas negativas” em matéria econômica.
A decisão de Monti foi anunciada num comunicado da presidência da Itália, depois de um encontro no sábado entre o presidente e o primeiro-ministro. Na nota, a presidência afirma que Monti considera que não pode continuar seu mandato “depois da declaração de sexta-feira no Parlamento pelo secretário-geral do partido Povo da Liberdade (PdL), Angelino Alfano, que constitui uma categórica retirada de confiança para o governo e a sua linha de ação”.
A decisão de Monti foi divulgada depois de os deputados do PdL terem optado na quinta-feira pela abstenção na votação de vários projetos de lei e horas depois de o fundador do partido, Berlusconi, ter anunciado que pretende se candidatar às legislativas de 2013.
Monti vai “verificar o mais rapidamente possível” se as forças políticas que não queiram ser responsáveis por “uma crise de consequências graves” estão dispostas a “contribuir para a aprovação da lei de estabilidade orçamental no prazo mais breve possível”, segundo o comunicado.
“Imediatamente após” a votação do orçamento, o primeiro-ministro irá “formalizar a sua demissão irrevogável e entregá-la ao chefe de Estado”, acrescenta o texto.
Mario Monti, economista, chefia um governo de tecnocratas, não eleito, que há um ano substituiu o executivo liderado por Berlusconi para impor um programa de austeridade, a fim de evitar que a Itália seja obrigada a pedir um empréstimo internacional.
Após a formalização do pedido de demissão, o presidente tem de dissolver o Parlamento e convocar eleições no prazo de 70 dias.
Pouco antes da divulgação da decisão de Monti, Berlusconi, de 76 anos, anunciou que deseja se candidatar ao cargo de primeiro-ministro pela quinta vez. Ele havia renunciado no ano passado, sob crescente pressão de problemas econômicos do país.
Em entrevista publicada no domingo 9 pelo jornal Il Sole 24 Ore, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, pediu para que a Itália não abandone o caminho das reformas econômicas depois de o primeiro-ministro, Mario Monti, ter declarado que renunciará ao cargo.
Monti comunicou na noite anterior ao presidente do país, Giorgio Napolitano, sua intenção de renunciar, após o partido do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi ter retirado seu apoio ao governo. Durão Barroso pediu à Itália que as próximas eleições “não se convertam num pretexto para duvidar da necessidade das medidas adotadas pelo governo Mario Monti”.
Na entrevista, o presidente da Comissão Europeia elogiou o chefe de governo italiano “não apenas pelas importantes medidas que adotou para organizar as contas públicas e reformar a economia nacional, mas também pelo seu papel no debate europeu”. Durão Barroso pediu também aos italianos que “não caiam na ilusão de que existem soluções rápidas ou mágicas [para sair da crise]”, lembrando que a Itália ainda tem “algumas perspetivas negativas” em matéria econômica.
A decisão de Monti foi anunciada num comunicado da presidência da Itália, depois de um encontro no sábado entre o presidente e o primeiro-ministro. Na nota, a presidência afirma que Monti considera que não pode continuar seu mandato “depois da declaração de sexta-feira no Parlamento pelo secretário-geral do partido Povo da Liberdade (PdL), Angelino Alfano, que constitui uma categórica retirada de confiança para o governo e a sua linha de ação”.
A decisão de Monti foi divulgada depois de os deputados do PdL terem optado na quinta-feira pela abstenção na votação de vários projetos de lei e horas depois de o fundador do partido, Berlusconi, ter anunciado que pretende se candidatar às legislativas de 2013.
Monti vai “verificar o mais rapidamente possível” se as forças políticas que não queiram ser responsáveis por “uma crise de consequências graves” estão dispostas a “contribuir para a aprovação da lei de estabilidade orçamental no prazo mais breve possível”, segundo o comunicado.
“Imediatamente após” a votação do orçamento, o primeiro-ministro irá “formalizar a sua demissão irrevogável e entregá-la ao chefe de Estado”, acrescenta o texto.
Mario Monti, economista, chefia um governo de tecnocratas, não eleito, que há um ano substituiu o executivo liderado por Berlusconi para impor um programa de austeridade, a fim de evitar que a Itália seja obrigada a pedir um empréstimo internacional.
Após a formalização do pedido de demissão, o presidente tem de dissolver o Parlamento e convocar eleições no prazo de 70 dias.
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