Economia

O Brasil profundo

Não é improvável que já na próxima safra o Brasil se torne o maior produtor mundial de soja, à frente dos EUA

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O Brasil, hoje, é o segundo maior exportador mundial de soja em grão e seus derivados, farelo e óleos, basicamente.  Provavelmente, será o primeiro em poucos meses. A oferta americana da oleaginosa terá uma redução importante neste ano por causa das intempéries que causaram perdas não apenas na quantidade produzida, mas também uma queda preocupante na qualidade das lavouras.

O mais recente levantamento divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, em inglês) mostra que, na semana encerrada em 29 de julho, o desempenho do cultivo indicava que apenas 29% das lavouras de soja tinham alcançado níveis satisfatórios de qualidade, o que se compara com o índice de 60% da safra anterior. O nível de “excelente ou bom” da safra em 2012 é o pior registrado nos Estados Unidos desde 1988.

Estimativas de “mercado” já especulam com uma redução de até 100 milhões de toneladas na oferta americana neste ano. Não é apenas a soja que tem perdas ciclópicas estimadas. A produção de milho já tem confirmada a queda de 80 milhões de toneladas em relação às estimativas para o recorde que os produtores americanos esperavam colher na safra 2011-2012. Eles ainda têm esperanças de recuperação futura na quantidade, pois aumentaram consideravelmente a área plantada para a safra 2012-2013, embora já não esperem avanços na produtividade por causa do clima adverso.

Por tudo isso houve um aumento muito grande de preços no mercado externo, com as cotações nos Estados Unidos turbinadas ainda pela especulação dos fundos de investimento. Só não subiram mais pela participação contida da China, que vem comprando menos soja porque, aparentemente, está com estoque suficiente para os próximos meses e reduziu importações por conta da desaceleração econômica.

No Brasil, com as cotações em alta nos mercados externos e o câmbio corrigido, são fortes os estímulos para o aumento da área plantada de grãos nas safras 2012-2013, com destaque para a soja e o milho, ainda mais porque os índices de produtividade têm observado consistente melhora nas regiões mais dinâmicas do agronegócio. Não é nada improvável que já na próxima safra o Brasil se transforme no maior produtor mundial de soja, superando os Estados Unidos.

Ela vai ampliar a ocupação de algumas áreas hoje de pastagens, alguns espaços de outras culturas como o algodão, gerando uma mudança profunda na estrutura da atividade agrícola brasileira. Os produtores estão bastante animados e, se tudo correr bem, vão ter resultados realmente muito bons na jornada 2012-2013, cujo cultivo vai começar em setembro para a soja em Mato Grosso e nos meses seguintes nas demais regiões.

Fator decisivo para esse sucesso (e de todas as demais culturas) será a implantação do Plano Agrícola divulgado pelo governo, seguramente o melhor e mais bem elaborado dos últimos anos. Ele trabalhou os pontos certos: aumentou o financiamento do plantio de grãos, ampliou fortemente a cobertura do seguro rural e, principalmente, voltou a cuidar de uma coisa fundamental, a assistência técnica na agricultura ao plantador no campo.

O governo incorporou a ideia de que o diferencial de produtividade entre a grande e a pequena propriedade no Brasil é menos condicionado pela estrutura e mais pela capacidade que têm as grandes de se apropriar rapidamente dos ganhos tecnológicos disponíveis para a agricultura, principalmente pelos trabalhos desenvolvidos pela Embrapa. Era preciso realmente trazer de volta aqueles instrumentos que existiram no passado e levar aos médios e pequenos agricultores do “Brasil Profundo” o conhecimento das novas tecnologias que foram fundamentais para o grande salto que o País deu no cenário da agropecuária mundial.

Será criada mais uma empresa e – embora haja uma discussão sobre se ela é realmente necessária – o governo pretende acioná-la para difundir o conhecimento que já está sendo utilizado nas grandes companhias, em benefício das empresas menores. De qualquer forma, essas terão um papel muito importante na ampliação dos índices de produtividade e do aumento da riqueza no meio rural.

Para a próxima jornada do setor agropecuário, a expectativa é de aumento da produção e a melhora da produtividade, que vão dar um importante suporte ao crescimento industrial e à ampliação das exportações, ajudando muito a economia brasileira em 2013.

O Brasil, hoje, é o segundo maior exportador mundial de soja em grão e seus derivados, farelo e óleos, basicamente.  Provavelmente, será o primeiro em poucos meses. A oferta americana da oleaginosa terá uma redução importante neste ano por causa das intempéries que causaram perdas não apenas na quantidade produzida, mas também uma queda preocupante na qualidade das lavouras.

O mais recente levantamento divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, em inglês) mostra que, na semana encerrada em 29 de julho, o desempenho do cultivo indicava que apenas 29% das lavouras de soja tinham alcançado níveis satisfatórios de qualidade, o que se compara com o índice de 60% da safra anterior. O nível de “excelente ou bom” da safra em 2012 é o pior registrado nos Estados Unidos desde 1988.

Estimativas de “mercado” já especulam com uma redução de até 100 milhões de toneladas na oferta americana neste ano. Não é apenas a soja que tem perdas ciclópicas estimadas. A produção de milho já tem confirmada a queda de 80 milhões de toneladas em relação às estimativas para o recorde que os produtores americanos esperavam colher na safra 2011-2012. Eles ainda têm esperanças de recuperação futura na quantidade, pois aumentaram consideravelmente a área plantada para a safra 2012-2013, embora já não esperem avanços na produtividade por causa do clima adverso.

Por tudo isso houve um aumento muito grande de preços no mercado externo, com as cotações nos Estados Unidos turbinadas ainda pela especulação dos fundos de investimento. Só não subiram mais pela participação contida da China, que vem comprando menos soja porque, aparentemente, está com estoque suficiente para os próximos meses e reduziu importações por conta da desaceleração econômica.

No Brasil, com as cotações em alta nos mercados externos e o câmbio corrigido, são fortes os estímulos para o aumento da área plantada de grãos nas safras 2012-2013, com destaque para a soja e o milho, ainda mais porque os índices de produtividade têm observado consistente melhora nas regiões mais dinâmicas do agronegócio. Não é nada improvável que já na próxima safra o Brasil se transforme no maior produtor mundial de soja, superando os Estados Unidos.

Ela vai ampliar a ocupação de algumas áreas hoje de pastagens, alguns espaços de outras culturas como o algodão, gerando uma mudança profunda na estrutura da atividade agrícola brasileira. Os produtores estão bastante animados e, se tudo correr bem, vão ter resultados realmente muito bons na jornada 2012-2013, cujo cultivo vai começar em setembro para a soja em Mato Grosso e nos meses seguintes nas demais regiões.

Fator decisivo para esse sucesso (e de todas as demais culturas) será a implantação do Plano Agrícola divulgado pelo governo, seguramente o melhor e mais bem elaborado dos últimos anos. Ele trabalhou os pontos certos: aumentou o financiamento do plantio de grãos, ampliou fortemente a cobertura do seguro rural e, principalmente, voltou a cuidar de uma coisa fundamental, a assistência técnica na agricultura ao plantador no campo.

O governo incorporou a ideia de que o diferencial de produtividade entre a grande e a pequena propriedade no Brasil é menos condicionado pela estrutura e mais pela capacidade que têm as grandes de se apropriar rapidamente dos ganhos tecnológicos disponíveis para a agricultura, principalmente pelos trabalhos desenvolvidos pela Embrapa. Era preciso realmente trazer de volta aqueles instrumentos que existiram no passado e levar aos médios e pequenos agricultores do “Brasil Profundo” o conhecimento das novas tecnologias que foram fundamentais para o grande salto que o País deu no cenário da agropecuária mundial.

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