Economia
Novo pacote antimarasmo
Diante das previsões pessimistas do PIB, o governo amplia os gastos para manter a economia funcionando


O mais recente minipacote divulgado pelo Planalto na quarta-feira 27 bem que tentou clarear o horizonte. Mas a dura realidade teima em se impor, assim como o ceticismo em relação à possibilidade de a economia acelerar para valer nos próximos meses. Sinal inequívoco da maré turbulenta foi o tamanho da revisão da estimativa de crescimento do PIB neste ano anunciada pelo Banco Central. Agora o BC estima que o País crescerá 2,5% (a previsão anterior era de 3,5%), enquanto bancos e corretoras consideram mais provável um desempenho abaixo de 2%. Nos dois casos, muito menos do que as previsões do governo no início do ano, quando se falava em até 5%.
A nova rodada de medidas anunciada pelo ministro Guido Mantega concentrou-se em duas frentes. De um lado, reduziu o custo dos financiamentos do BNDES, de 6% para 5,5% ao ano. De outro, um programa pretende antecipar e incrementar as compras governamentais, que deverão somar 8,4 bilhões de reais até dezembro, ante 6,6 bilhões gastos em 2011, entre equipamentos para prefeituras, ônibus, ambulâncias, caminhões e obras de infraestrutura. Somados, os dois expedientes representarão uma injeção de investimentos equivalente a cerca de 1% do total projetado para o ano. “O PIB será maior que 2,5% neste ano”, garantiu Mantega. “O crédito está aumentando e a taxa de juros, diminuindo. Isso causa um estímulo forte à economia.”
Retórica à parte, foi mais uma semana turbulenta, com as atenções voltadas para a pressão crescente sobre os bancos europeus, temperada por um alerta divulgado pelo Bank of International Settlements (BIS), organismo multilateral de monitoramento dos mercados financeiros. Segundo o BIS, as economias emergentes, o Brasil incluído, deveriam frear o ritmo de crescimento do crédito para evitar uma crise financeira semelhante à que afeta as nações desenvolvidas.
“O recado do BIS fala dos emergentes de uma maneira geral”, diz o economista Emerson França, da consultoria LCA. “Mas ao longo do próprio relatório do banco é possível encontrar elementos que mostram claramente que a situação brasileira em relação ao crédito só é menos confortável do que a do México, tão segura quanto a da Turquia e da Tailândia, e bem melhor do que a dos demais 22 países analisados.”
O mais recente minipacote divulgado pelo Planalto na quarta-feira 27 bem que tentou clarear o horizonte. Mas a dura realidade teima em se impor, assim como o ceticismo em relação à possibilidade de a economia acelerar para valer nos próximos meses. Sinal inequívoco da maré turbulenta foi o tamanho da revisão da estimativa de crescimento do PIB neste ano anunciada pelo Banco Central. Agora o BC estima que o País crescerá 2,5% (a previsão anterior era de 3,5%), enquanto bancos e corretoras consideram mais provável um desempenho abaixo de 2%. Nos dois casos, muito menos do que as previsões do governo no início do ano, quando se falava em até 5%.
A nova rodada de medidas anunciada pelo ministro Guido Mantega concentrou-se em duas frentes. De um lado, reduziu o custo dos financiamentos do BNDES, de 6% para 5,5% ao ano. De outro, um programa pretende antecipar e incrementar as compras governamentais, que deverão somar 8,4 bilhões de reais até dezembro, ante 6,6 bilhões gastos em 2011, entre equipamentos para prefeituras, ônibus, ambulâncias, caminhões e obras de infraestrutura. Somados, os dois expedientes representarão uma injeção de investimentos equivalente a cerca de 1% do total projetado para o ano. “O PIB será maior que 2,5% neste ano”, garantiu Mantega. “O crédito está aumentando e a taxa de juros, diminuindo. Isso causa um estímulo forte à economia.”
Retórica à parte, foi mais uma semana turbulenta, com as atenções voltadas para a pressão crescente sobre os bancos europeus, temperada por um alerta divulgado pelo Bank of International Settlements (BIS), organismo multilateral de monitoramento dos mercados financeiros. Segundo o BIS, as economias emergentes, o Brasil incluído, deveriam frear o ritmo de crescimento do crédito para evitar uma crise financeira semelhante à que afeta as nações desenvolvidas.
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