Mundo

Espanha anuncia pedido de ajuda à Europa, que lhe oferece até 100 bi de euros

“O que se pede é um apoio financeiro, não tem nada a ver com um resgate”, disse o ministro das finanças espanhol

O ministro espanhol de Economia, Luis de Guindos. Foto: AFP
Apoie Siga-nos no

MADRI (AFP) – A Espanha anunciou neste sábado 9 que pedirá ajuda financeira à zona do euro, que se mostrou disposta a conceder-lhe um empréstimo de até 100 bilhões de euros para sanear seu setor bancário, debilitado após o estouro da bolha imobiliária.

“O governo espanhol declara sua intenção de solicitar ajuda financeira europeia para a recapitalização dos bancos que a necessitarem”, afirmou o ministro de Economia, Luis de Guindos, durante coletiva de imprensa após uma teleconferência dos 17 ministros de Finanças da união monetária, na qual também participou a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde.

O Eurogrupo se mostrou disposto a responder “favoravelmente” ao pedido espanhol afirmando que “o montante a ser financiado deve cobrir as necessidades de capital com uma grande margem de segurança adicional, com uma soma estimada em até 100 bilhões de euros no total”.

“Após a solicitação formal, será realizada uma avaliação pela Comissão, conjuntamente com o BCE, o EBA (Autoridade Bancária Europeia) e o FMI, assim como uma proposta com as condições para o setor financeiro”, disse o Eurogrupo em um comunicado.

“O que se pede é um apoio financeiro, não tem nada a ver com um resgate”, disse De Guindos, antes de insistir que “as condições seriam impostas aos bancos e não à sociedade espanhola”, descartando que o empréstimo irá envolver mais medidas de austeridade para os espanhóis nem implicará em um resgate, ao estilo de Grécia, Irlanda ou Portugal.

“Não há nenhum tipo de condição macroeconômica, nenhum tipo de condição fiscal, nenhum tipo de reforma econômica fora do âmbito do setor financeiro”, afirmou o ministro.

O Eurogrupo, por sua vez, se declarou confiante de que a Espanha honrará seus compromissos de redução do déficit e relativos às reformas estruturais para corrigir os desequilíbrios macroeconômicos”.

“Os progressos serão vigiados muito de perto e com regularidade, paralelamente à assistência financeira” oferecida, disse.

De Guindos reforçou que “não haverá nenhum resgate à Espanha”, precisando que o financiamento será dirigido à parcela de 30% dos bancos espanhóis que têm mais dificuldades, eleitos pelo relatório do FMI publicado na sexta-feira à noite.

Tal relatório estima em ao menos 40 bilhões de euros as necessidades do setor, mas o ministro afirmou que o montante acordado com a Eurozona é uma quantidade máxima, que inclui uma margem de segurança importante.

Segundo o ministro espanhol, a cifra final pedida pelo governo dependerá do resultado da auditoria do banco espanhol realizada pelas empresas Roland Berger (alemã) e Oliver Wyman (norte-americana), que deverá ser entregue até o dia 21 de junho.

Ainda de acordo com De Guindos, os fundos de resgate europeus, o FEEF e o MEE, que entrarão em vigor em julho, injetarão diretamente capital no Fundo público de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB), que será encarregado de direcionar o capital às entidades com problemas.

Tal medida supõe uma solução intermediária que satisfaz a todos, já que o governo espanhol não vê sua soberania ameaçada, ao menos não por uma intervenção tão dura como a da Grécia, e Alemanha também restringe a ajuda aos meios dos fundos de resgate.

Debilitados por sua alta exposição à bolha imobiliária que estourou em 2008, os bancos espanhóis acumulam em seus balanços 184 bilhões de euros em ativos problemáticos até o final de 2011, ou seja, 60% de sua carteira.

E o resgate histórico dos 23,5 bilhões de euros solicitados em maio pelo Bankia, terceiro maior banco do país em ativos, gerou pânico nos mercados, temerosos, de que a Espanha não pudesse fazer frente por si só às exigências financeiras de seu sistema bancário.

“É uma ajuda extremamente confiável, que tira qualquer dúvida sobre a capacidade de recapitalização do FROB”, disse De Guindos, depois do forte ceticismo demonstrado nas últimas semanas pelos mercados financeiros com relação à Espanha, que teve que pagar juros cada vez mais elevados para se capitalizar.

A decisão espanhola foi celebrada por vários de seus sócios como Alemanha, cujo ministro de Finanças, Wolfgang Schäuble, afirmou que a “Espanha está em um bom caminho”, enquanto que seu homólogo francês, Pierre Moscovici, afirmou que “trata-se de um bom acordo, de um forte sinal de solidariedade”.

Também os Estados Unidos e o FMI felicitaram a iniciativa de ajuda. A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, o classificou de “confiável”.

Para De Guindos, o acordo alcançado neste sábado manifesta o “absoluto compromisso dos países do euro com o projeto do euro”.

MADRI (AFP) – A Espanha anunciou neste sábado 9 que pedirá ajuda financeira à zona do euro, que se mostrou disposta a conceder-lhe um empréstimo de até 100 bilhões de euros para sanear seu setor bancário, debilitado após o estouro da bolha imobiliária.

“O governo espanhol declara sua intenção de solicitar ajuda financeira europeia para a recapitalização dos bancos que a necessitarem”, afirmou o ministro de Economia, Luis de Guindos, durante coletiva de imprensa após uma teleconferência dos 17 ministros de Finanças da união monetária, na qual também participou a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde.

O Eurogrupo se mostrou disposto a responder “favoravelmente” ao pedido espanhol afirmando que “o montante a ser financiado deve cobrir as necessidades de capital com uma grande margem de segurança adicional, com uma soma estimada em até 100 bilhões de euros no total”.

“Após a solicitação formal, será realizada uma avaliação pela Comissão, conjuntamente com o BCE, o EBA (Autoridade Bancária Europeia) e o FMI, assim como uma proposta com as condições para o setor financeiro”, disse o Eurogrupo em um comunicado.

“O que se pede é um apoio financeiro, não tem nada a ver com um resgate”, disse De Guindos, antes de insistir que “as condições seriam impostas aos bancos e não à sociedade espanhola”, descartando que o empréstimo irá envolver mais medidas de austeridade para os espanhóis nem implicará em um resgate, ao estilo de Grécia, Irlanda ou Portugal.

“Não há nenhum tipo de condição macroeconômica, nenhum tipo de condição fiscal, nenhum tipo de reforma econômica fora do âmbito do setor financeiro”, afirmou o ministro.

O Eurogrupo, por sua vez, se declarou confiante de que a Espanha honrará seus compromissos de redução do déficit e relativos às reformas estruturais para corrigir os desequilíbrios macroeconômicos”.

“Os progressos serão vigiados muito de perto e com regularidade, paralelamente à assistência financeira” oferecida, disse.

De Guindos reforçou que “não haverá nenhum resgate à Espanha”, precisando que o financiamento será dirigido à parcela de 30% dos bancos espanhóis que têm mais dificuldades, eleitos pelo relatório do FMI publicado na sexta-feira à noite.

Tal relatório estima em ao menos 40 bilhões de euros as necessidades do setor, mas o ministro afirmou que o montante acordado com a Eurozona é uma quantidade máxima, que inclui uma margem de segurança importante.

Segundo o ministro espanhol, a cifra final pedida pelo governo dependerá do resultado da auditoria do banco espanhol realizada pelas empresas Roland Berger (alemã) e Oliver Wyman (norte-americana), que deverá ser entregue até o dia 21 de junho.

Ainda de acordo com De Guindos, os fundos de resgate europeus, o FEEF e o MEE, que entrarão em vigor em julho, injetarão diretamente capital no Fundo público de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB), que será encarregado de direcionar o capital às entidades com problemas.

Tal medida supõe uma solução intermediária que satisfaz a todos, já que o governo espanhol não vê sua soberania ameaçada, ao menos não por uma intervenção tão dura como a da Grécia, e Alemanha também restringe a ajuda aos meios dos fundos de resgate.

Debilitados por sua alta exposição à bolha imobiliária que estourou em 2008, os bancos espanhóis acumulam em seus balanços 184 bilhões de euros em ativos problemáticos até o final de 2011, ou seja, 60% de sua carteira.

E o resgate histórico dos 23,5 bilhões de euros solicitados em maio pelo Bankia, terceiro maior banco do país em ativos, gerou pânico nos mercados, temerosos, de que a Espanha não pudesse fazer frente por si só às exigências financeiras de seu sistema bancário.

“É uma ajuda extremamente confiável, que tira qualquer dúvida sobre a capacidade de recapitalização do FROB”, disse De Guindos, depois do forte ceticismo demonstrado nas últimas semanas pelos mercados financeiros com relação à Espanha, que teve que pagar juros cada vez mais elevados para se capitalizar.

A decisão espanhola foi celebrada por vários de seus sócios como Alemanha, cujo ministro de Finanças, Wolfgang Schäuble, afirmou que a “Espanha está em um bom caminho”, enquanto que seu homólogo francês, Pierre Moscovici, afirmou que “trata-se de um bom acordo, de um forte sinal de solidariedade”.

Também os Estados Unidos e o FMI felicitaram a iniciativa de ajuda. A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, o classificou de “confiável”.

Para De Guindos, o acordo alcançado neste sábado manifesta o “absoluto compromisso dos países do euro com o projeto do euro”.

ENTENDA MAIS SOBRE: ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.