Cultura
Única e múltipla
Jane Fonda, militante, símbolo sexual, missionária da boa forma, mas sobretudo grande atriz
Jane Fonda, que em dezembro completa 75 anos, já viveu muitas vidas, e não apenas nas telas. Filha de um dos maiores astros de Hollywood, Henry Fonda, ela foi símbolo sexual, militante comunista, missionária da boa forma, madame milionária, mas, sobretudo, grande atriz.
Perfeitamente sintonizada com sua época, Jane expôs as múltiplas faces da mulher norte-americana contemporânea. Depois das comédias românticas do início da carreira, marcou época na ficção científica pop Barbarella (1968), de seu então marido Roger Vadim. Em seguida, encarou seus papéis mais densos: a derrotada suicida de A Noite dos Desesperados (Sydney Pollack, 1969), a prostituta chantageada de Klute (Alan Pakula, 1971).
Radicalizou suas posições políticas, incentivada pelo segundo marido, o ator e ativista Tom Hayden. Sua militância pró-vietcongue rendeu-lhe o apelido de Hanói Jane. Como produtora, bancou e estrelou filmes sobre o Vietnã (Amargo Regresso), o fascismo (Julia) e o perigo nuclear (Síndrome da China). Militante feminista, causou surpresa ao lançar em 1982 seu primeiro livro de ginástica.
Em 1990 anunciou sua aposentadoria, e no ano seguinte casou-se com o magnata das comunicações Ted Turner. Mas voltou à ativa em 2005, em A Sogra, e a partir daí não parou. Será a ex-primeira-dama Nancy Reagan em The Butler, de Lee Daniels, previsto para 2013.
O talento herdado do pai e lapidado no Actors Studio foi recompensado com dois Oscars (por Klute e Amargo Regresso) e outras cinco indicações. “Simular emoção é fácil para mim. Meu pai dizia que os Fondas são capazes de chorar diante de um bife.”
DVDs
Histórias Extraordinárias (1968)
Curiosa reunião de contos de Edgar Allan Poe adaptados por Federico Fellini (Toby Dammit), Louis Malle (William Wilson) e Roger Vadim (Metzengerstein). Jane Fonda é a condessa Frederique Metzengerstein, que se entrega a orgias e crueldades e cujo amante reencarnou num cavalo.
Klute, o Passado Condena (1971)
Um homem desaparece e a única pista que o detetive John Klute (Donald Sutherland) tem é uma carta enviada por ele a uma prostituta (Jane Fonda). Passa a vigiá-la e descobre que outros a perseguem. A atriz ganhou seu primeiro Oscar pela atuação nesse drama de Alan J. Pakula.
Num Lago Dourado (1981)
Professor aposentado (Henry Fonda) e sua mulher (Katharine Hepburn) recebem em seu chalé de veraneio a visita da filha (Jane Fonda), que eles não viam havia anos. Jane Fonda produziu o filme de Mark Rydell em homenagem ao pai. Foi a única vez em que atuaram juntos, o último filme dele e o único que lhe deu o Oscar de ator.
Jane Fonda, que em dezembro completa 75 anos, já viveu muitas vidas, e não apenas nas telas. Filha de um dos maiores astros de Hollywood, Henry Fonda, ela foi símbolo sexual, militante comunista, missionária da boa forma, madame milionária, mas, sobretudo, grande atriz.
Perfeitamente sintonizada com sua época, Jane expôs as múltiplas faces da mulher norte-americana contemporânea. Depois das comédias românticas do início da carreira, marcou época na ficção científica pop Barbarella (1968), de seu então marido Roger Vadim. Em seguida, encarou seus papéis mais densos: a derrotada suicida de A Noite dos Desesperados (Sydney Pollack, 1969), a prostituta chantageada de Klute (Alan Pakula, 1971).
Radicalizou suas posições políticas, incentivada pelo segundo marido, o ator e ativista Tom Hayden. Sua militância pró-vietcongue rendeu-lhe o apelido de Hanói Jane. Como produtora, bancou e estrelou filmes sobre o Vietnã (Amargo Regresso), o fascismo (Julia) e o perigo nuclear (Síndrome da China). Militante feminista, causou surpresa ao lançar em 1982 seu primeiro livro de ginástica.
Em 1990 anunciou sua aposentadoria, e no ano seguinte casou-se com o magnata das comunicações Ted Turner. Mas voltou à ativa em 2005, em A Sogra, e a partir daí não parou. Será a ex-primeira-dama Nancy Reagan em The Butler, de Lee Daniels, previsto para 2013.
O talento herdado do pai e lapidado no Actors Studio foi recompensado com dois Oscars (por Klute e Amargo Regresso) e outras cinco indicações. “Simular emoção é fácil para mim. Meu pai dizia que os Fondas são capazes de chorar diante de um bife.”
DVDs
Histórias Extraordinárias (1968)
Curiosa reunião de contos de Edgar Allan Poe adaptados por Federico Fellini (Toby Dammit), Louis Malle (William Wilson) e Roger Vadim (Metzengerstein). Jane Fonda é a condessa Frederique Metzengerstein, que se entrega a orgias e crueldades e cujo amante reencarnou num cavalo.
Klute, o Passado Condena (1971)
Um homem desaparece e a única pista que o detetive John Klute (Donald Sutherland) tem é uma carta enviada por ele a uma prostituta (Jane Fonda). Passa a vigiá-la e descobre que outros a perseguem. A atriz ganhou seu primeiro Oscar pela atuação nesse drama de Alan J. Pakula.
Num Lago Dourado (1981)
Professor aposentado (Henry Fonda) e sua mulher (Katharine Hepburn) recebem em seu chalé de veraneio a visita da filha (Jane Fonda), que eles não viam havia anos. Jane Fonda produziu o filme de Mark Rydell em homenagem ao pai. Foi a única vez em que atuaram juntos, o último filme dele e o único que lhe deu o Oscar de ator.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.



