Cultura

O Artista provoca onda de nostalgia em Hollywood pela era do silêncio

Uma biografia de Rudolph Valentino e um musical sobre Charles Chaplin estão entre os novos projetos em produção

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O sucesso surpreendente do filme mudo O Artista, que poderá ter uma vitória arrasadora no Oscar, inspirou uma série de projetos de teatro e cinema que comemoram os primeiros anos de Hollywood.

Essa onda nostálgica provocou não apenas mais filmes mudos, como peças e filmes que homenageiam as estrelas da época. Um dos maiores projetos é um musical baseado na vida de Charles Chaplin, que estreará na Broadway este ano. Ele já foi encenado na Califórnia e teve críticas mistas, mas está sendo reformulado para Nova York. O roteiro, de Thomas Meehan, que escreveu as produções teatrais de sucesso Hairspray e The Producers, trata da polêmica vida privada de Chaplin enquanto acompanha sua trajetória desde o início modesto em Londres até o apogeu em Hollywood.

Os produtores de um filme baseado no astro romântico da era silenciosa Rudolph Valentino, que estrelou O Sheik e A Águia, também esperam que seu filme chegue em breve às telas. Silent Life [Vida Silenciosa], um filme americano feito e estrelado por Vlad Kozlov, um diretor estreante que foi tratado com sucesso de um distúrbio da fala tão grave que mal conseguiu falar durante quase 20 anos, está sendo preparado para o lançamento, depois de quatro anos em produção.

Coestrelado por Isabella Rossellini como a mulher de Valentino, ele se concentra na morte precoce do ator, aos 31 anos, depois que entrou em coma ao ser tratado de peritonite. Inconsciente de seu destino, ele compreende sua vida através de uma sequência silenciosa e onírica em que tem fama e glória, mas é privado das coisas mais prezadas na vida.

Tim Gray, editor-chefe da revista Variety, disse que não se surpreende com o surgimento hoje desses projetos de teatro e cinema inspirados na era muda. “Quando surge uma história de sucesso surpreendente como O Artista, você sempre terá imitadores — é natural. Tendo dito isso, eu acho que O Artista é único. O motivo de seu sucesso não é porque é mudo, mas porque é muito inteligente e incomum. Eu ficaria surpreso se surgisse um grande número de filmes mudos.”

Ele argumenta que apesar de O Artista ter provocado uma nostalgia por aquela época, se esses projetos tiverem sucesso será porque contam uma história mais pessoal. “Talvez a maior tendência atual do cinema sejam as biografias. As pessoas sempre querem fazê-las e o público sempre quer vê-las. Nos últimos anos vimos pessoas competindo para fazer histórias baseadas na vida de pessoas famosas — houve dois filmes sobre Truman Capote na competição e três filmes sobre Janis Joplin que não foram terminados nos últimos anos.

“Neste momento está sendo feito um filme sobre uma estrela pornô dos anos 1970 de quem ninguém sabia realmente nada, Linda Lovelace. Eu não me surpreenderia se muitos cineastas hoje se interessarem por fazer biografias de Chaplin.”

Até hoje só houve um filme baseado na vida de Chaplin, o drama de 1992 Chaplin, dirigido por Richard Attenborough e estrelado por Robert Downey Jr. Teve grande aclamação, e Downey recebeu um prêmio Bafta e uma indicação para o Oscar como melhor ator, mas os críticos consideraram a vida de Chaplin vasta demais para ser imortalizada em filme. Desfrutando uma carreira como ator, produtor, diretor e compositor que abrangeu mais de 75 anos, Chaplin viveu até os 88 e teve uma vida pessoal colorida, em que namorou atrizes de apenas 15 anos, embarcou em vários casamentos e romances e gerou 12 filhos.

Outros astros dessa época cujas vidas poderiam ser narradas em filmes são Buster Keaton e Harold Lloyd. Mas Gray afirma que o momento passará rápido.

“Não acho que haverá um verdadeiro ressurgimento dos filmes mudos”, ele diz. “A maior influência de O Artista em Hollywood é liberar os cineastas para experimentar algo completamente original, aumentar as capacidades tecnológicas em um momento em que se investe principalmente em ‘apostas seguras’, como franquias de histórias em quadrinhos e sequências de filmes.”

Leia mais em guardian.co.uk .

O sucesso surpreendente do filme mudo O Artista, que poderá ter uma vitória arrasadora no Oscar, inspirou uma série de projetos de teatro e cinema que comemoram os primeiros anos de Hollywood.

Essa onda nostálgica provocou não apenas mais filmes mudos, como peças e filmes que homenageiam as estrelas da época. Um dos maiores projetos é um musical baseado na vida de Charles Chaplin, que estreará na Broadway este ano. Ele já foi encenado na Califórnia e teve críticas mistas, mas está sendo reformulado para Nova York. O roteiro, de Thomas Meehan, que escreveu as produções teatrais de sucesso Hairspray e The Producers, trata da polêmica vida privada de Chaplin enquanto acompanha sua trajetória desde o início modesto em Londres até o apogeu em Hollywood.

Os produtores de um filme baseado no astro romântico da era silenciosa Rudolph Valentino, que estrelou O Sheik e A Águia, também esperam que seu filme chegue em breve às telas. Silent Life [Vida Silenciosa], um filme americano feito e estrelado por Vlad Kozlov, um diretor estreante que foi tratado com sucesso de um distúrbio da fala tão grave que mal conseguiu falar durante quase 20 anos, está sendo preparado para o lançamento, depois de quatro anos em produção.

Coestrelado por Isabella Rossellini como a mulher de Valentino, ele se concentra na morte precoce do ator, aos 31 anos, depois que entrou em coma ao ser tratado de peritonite. Inconsciente de seu destino, ele compreende sua vida através de uma sequência silenciosa e onírica em que tem fama e glória, mas é privado das coisas mais prezadas na vida.

Tim Gray, editor-chefe da revista Variety, disse que não se surpreende com o surgimento hoje desses projetos de teatro e cinema inspirados na era muda. “Quando surge uma história de sucesso surpreendente como O Artista, você sempre terá imitadores — é natural. Tendo dito isso, eu acho que O Artista é único. O motivo de seu sucesso não é porque é mudo, mas porque é muito inteligente e incomum. Eu ficaria surpreso se surgisse um grande número de filmes mudos.”

Ele argumenta que apesar de O Artista ter provocado uma nostalgia por aquela época, se esses projetos tiverem sucesso será porque contam uma história mais pessoal. “Talvez a maior tendência atual do cinema sejam as biografias. As pessoas sempre querem fazê-las e o público sempre quer vê-las. Nos últimos anos vimos pessoas competindo para fazer histórias baseadas na vida de pessoas famosas — houve dois filmes sobre Truman Capote na competição e três filmes sobre Janis Joplin que não foram terminados nos últimos anos.

“Neste momento está sendo feito um filme sobre uma estrela pornô dos anos 1970 de quem ninguém sabia realmente nada, Linda Lovelace. Eu não me surpreenderia se muitos cineastas hoje se interessarem por fazer biografias de Chaplin.”

Até hoje só houve um filme baseado na vida de Chaplin, o drama de 1992 Chaplin, dirigido por Richard Attenborough e estrelado por Robert Downey Jr. Teve grande aclamação, e Downey recebeu um prêmio Bafta e uma indicação para o Oscar como melhor ator, mas os críticos consideraram a vida de Chaplin vasta demais para ser imortalizada em filme. Desfrutando uma carreira como ator, produtor, diretor e compositor que abrangeu mais de 75 anos, Chaplin viveu até os 88 e teve uma vida pessoal colorida, em que namorou atrizes de apenas 15 anos, embarcou em vários casamentos e romances e gerou 12 filhos.

Outros astros dessa época cujas vidas poderiam ser narradas em filmes são Buster Keaton e Harold Lloyd. Mas Gray afirma que o momento passará rápido.

“Não acho que haverá um verdadeiro ressurgimento dos filmes mudos”, ele diz. “A maior influência de O Artista em Hollywood é liberar os cineastas para experimentar algo completamente original, aumentar as capacidades tecnológicas em um momento em que se investe principalmente em ‘apostas seguras’, como franquias de histórias em quadrinhos e sequências de filmes.”

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