Cultura

Madame volta sem Satã

Famoso durante a década de 80, o clube será reinaugurado no próximo mês, agora sob nova direção

Cartaz de 1985, auge do Matame Satã. Foto: Arquivo Pessoal/Alex Antunes
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 Referência do público alternativo de São Paulo na década de 80, a casa noturna Madame Satã foi, durante anos, considerada pelos seus frequentadores uma espécie de Templo Underground. O clube, que foi fundado em 1983 pelos irmãos Wilson e William Santos e desativado em 2007, terá suas atividades retomadas a partir do próximo mês, agora sob a administração do DJ Gé Rodrigues e de Igor Calmona, sócios e também donos de outras casas noturnas da cidade, entre elas, a DJ Club, balada paulistana localizada no bairro dos Jardins.

Para sua reinauguração, prevista para 29 de fevereiro, o casarão, situado na Bela Vista, passou por inúmeras reformas, já que o imóvel estava em péssimas condições. “Quando entramos no casarão, ele estava totalmente destruído. Cupins devorando as janelas, toda a fiação elétrica antiga roubada. Buracos nas telhas, por onde toda noite a casa era invadida por drogados que permaneciam lá dentro. Enfim, uma situação bem triste para esse lugar histórico”, conta Paula Micchi, diretora cultural do lugar. O clima rockeiro, contudo, ainda é a base da decoração.


O desejo de reabrir o espaço surgiu por razões sentimentais: Gé Rodrigues, hoje com 39 anos, trabalhava como office-boy e fazia panfletagem dos eventos da casa para divulgação. Mais tarde, foi promovido a DJ. Nessa época o Madame Satã viveu seu auge, sendo palco de eventos diversos, como shows, performances, peças, desfiles e exposições.


O público que comparecia era variado. Entre os célebres frequentadores estavam artistas como Cazuza, Renato Russo e Dinho Ouro Preto, que chegaram a cantar no local.


O jornalista Alex Antunes também fazia parte deste grupo fiel e relembra as noites vividas no local: “O Satã era minha segunda casa. Tive a honra de fazer o que provavelmente foi o primeiro show na casa. Meu falecido amigo Caito Gomide de Camargo alugou o porão para fazer uma festa de despedida porque estava indo para os Estados Unidos e chamou três bandas para tocar. Uma delas era a minha”.


Apesar de estar inativo há pouco tempo, o casarão-sede do Madame Satã nem sempre pertenceu aos mesmos donos e nem sempre funcionou com este nome. Nos anos 90 tornou-se o Morcegóvia e, depois, o TheThe, até reabrir em 1999 como o novo Madame Satã, reverenciando o passado, mas também  incluindo em sua agenda novas tendências musicais. Não deu certo por conta de problemas administrativos.


Para 2012, o bar ressurge apenas como “Madame”. Terá na agenda eventos diurnos, como cursos de DJ, teatro e dança.


As noites de sábado serão reservadas para o flashback anos 80, com discotecagem do próprio Gé Rodrigues e do DJ Magal, que também fazia parte da equipe original do Madame Satã.


O bar também contará com uma programação teatral, com temas underground e montagens de humor grotesco – nada de stand up comedies, prometem os proprietários.

Para a estreia, já está agendada a montagem de uma peça dirigida por Marcelo Marcus Fonseca. O nome: “São Paulo Surrealista”.

 Referência do público alternativo de São Paulo na década de 80, a casa noturna Madame Satã foi, durante anos, considerada pelos seus frequentadores uma espécie de Templo Underground. O clube, que foi fundado em 1983 pelos irmãos Wilson e William Santos e desativado em 2007, terá suas atividades retomadas a partir do próximo mês, agora sob a administração do DJ Gé Rodrigues e de Igor Calmona, sócios e também donos de outras casas noturnas da cidade, entre elas, a DJ Club, balada paulistana localizada no bairro dos Jardins.

Para sua reinauguração, prevista para 29 de fevereiro, o casarão, situado na Bela Vista, passou por inúmeras reformas, já que o imóvel estava em péssimas condições. “Quando entramos no casarão, ele estava totalmente destruído. Cupins devorando as janelas, toda a fiação elétrica antiga roubada. Buracos nas telhas, por onde toda noite a casa era invadida por drogados que permaneciam lá dentro. Enfim, uma situação bem triste para esse lugar histórico”, conta Paula Micchi, diretora cultural do lugar. O clima rockeiro, contudo, ainda é a base da decoração.


O desejo de reabrir o espaço surgiu por razões sentimentais: Gé Rodrigues, hoje com 39 anos, trabalhava como office-boy e fazia panfletagem dos eventos da casa para divulgação. Mais tarde, foi promovido a DJ. Nessa época o Madame Satã viveu seu auge, sendo palco de eventos diversos, como shows, performances, peças, desfiles e exposições.


O público que comparecia era variado. Entre os célebres frequentadores estavam artistas como Cazuza, Renato Russo e Dinho Ouro Preto, que chegaram a cantar no local.


O jornalista Alex Antunes também fazia parte deste grupo fiel e relembra as noites vividas no local: “O Satã era minha segunda casa. Tive a honra de fazer o que provavelmente foi o primeiro show na casa. Meu falecido amigo Caito Gomide de Camargo alugou o porão para fazer uma festa de despedida porque estava indo para os Estados Unidos e chamou três bandas para tocar. Uma delas era a minha”.


Apesar de estar inativo há pouco tempo, o casarão-sede do Madame Satã nem sempre pertenceu aos mesmos donos e nem sempre funcionou com este nome. Nos anos 90 tornou-se o Morcegóvia e, depois, o TheThe, até reabrir em 1999 como o novo Madame Satã, reverenciando o passado, mas também  incluindo em sua agenda novas tendências musicais. Não deu certo por conta de problemas administrativos.


Para 2012, o bar ressurge apenas como “Madame”. Terá na agenda eventos diurnos, como cursos de DJ, teatro e dança.


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