Cultura

Apenas o mistério

Em Menos Que Nada, o diretor gaúcho Carlos Gerbase lança mão de expediente clássico para prender o espectador à narrativa

Suspense e frieza. Felipe Kannenberg, Dante, e Branca Messina, Paula
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Menos que nada


Carlos Gerbase

Em Menos Que Nada, o diretor gaúcho Carlos Gerbase lança mão de expediente clássico para prender o espectador à narrativa que tem por base um breve conto do médico austríaco Arthur Schnitzler. De pronto, temos o mistério que circunda a esquizofrenia do protagonista Dante (Felipe Kannenberg) e a jovem médica interessada no caso (Branca Messina). Paula, seu nome, conseguirá aproximar-se do doente ao localizar pessoas a ele ligadas, incluindo o pai, e deles saber que Dante era um profissional da arqueologia. Na medida em que investiga o motivo do surto, as situações são reveladas em flashbacks.

Nesse formato tradicional há uma quebra interessante que ameniza o recurso um tanto acomodado de relato. Paula grava seus entrevistados e os questiona, como no caso da arqueóloga René (Rosanne Mulholland), com quem Dante fez descoberta de rara ossada em terras de propriedade de uma amiga de infância (Maria Manoella). Ao mostrar as imagens ao paciente, sabe, pela reação deste, que algo está errado.

O filme que no início parece sugerir uma investigação da saúde mental desvia-se então para um suspense moldado apenas no trunfo do esclarecimento. Gerbase analisa seu filme como sequência do estudo sobre a imaginação a que se dedica. Mas a distância e frieza que fizeram bem às situações de conflito em Tolerância (2000), por exemplo, agora não promovem o registro mais adequado a uma trama carente de mais lampejos emocionais. Para o espectador conferir, há lançamento nesta sexta 20 nos cinemas simultâneo à exibição no Canal Brasil, às 22 horas, no Portal Terra e no site Multilivro para compra do DVD.

Menos que nada


Carlos Gerbase

Em Menos Que Nada, o diretor gaúcho Carlos Gerbase lança mão de expediente clássico para prender o espectador à narrativa que tem por base um breve conto do médico austríaco Arthur Schnitzler. De pronto, temos o mistério que circunda a esquizofrenia do protagonista Dante (Felipe Kannenberg) e a jovem médica interessada no caso (Branca Messina). Paula, seu nome, conseguirá aproximar-se do doente ao localizar pessoas a ele ligadas, incluindo o pai, e deles saber que Dante era um profissional da arqueologia. Na medida em que investiga o motivo do surto, as situações são reveladas em flashbacks.

Nesse formato tradicional há uma quebra interessante que ameniza o recurso um tanto acomodado de relato. Paula grava seus entrevistados e os questiona, como no caso da arqueóloga René (Rosanne Mulholland), com quem Dante fez descoberta de rara ossada em terras de propriedade de uma amiga de infância (Maria Manoella). Ao mostrar as imagens ao paciente, sabe, pela reação deste, que algo está errado.

O filme que no início parece sugerir uma investigação da saúde mental desvia-se então para um suspense moldado apenas no trunfo do esclarecimento. Gerbase analisa seu filme como sequência do estudo sobre a imaginação a que se dedica. Mas a distância e frieza que fizeram bem às situações de conflito em Tolerância (2000), por exemplo, agora não promovem o registro mais adequado a uma trama carente de mais lampejos emocionais. Para o espectador conferir, há lançamento nesta sexta 20 nos cinemas simultâneo à exibição no Canal Brasil, às 22 horas, no Portal Terra e no site Multilivro para compra do DVD.

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