Sustentabilidade

Representantes do agronegócio e empresários responsabilizam o governo por comércio ilegal de madeira

‘Falta de fiscalização e controle pelo Estado’ é obstáculo a ser superado, diz o texto

Foto: Divulgação
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A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura enviou ao Palácio do Planalto uma carta em que cobra maior controle sobre o comércio de madeira. Segundo o grupo, formado por cerca de de 250 representantes da sociedade civil, do agronegócio, da academia e do setor financeiro, o governo federal é o principal culpado pelo comércio irregular.

“Estudos recentes mostram que mais de 90% do desmatamento no país é realizado ilegalmente e a exploração florestal possui índices parecidos. Além do impacto ambiental e do prejuízo fiscal, a ilegalidade impune gera concorrência desleal para aqueles que operam dentro da lei”, afirma a coalizão no texto. “O maior obstáculo a esse modelo é, justamente, a insegurança jurídica causada pela falta de fiscalização e comando e controle pelo Estado”, prossegue.

Na última terça-feira 17, o presidente Jair Bolsonaro aproveitou uma reunião dos Brics para prometer a divulgação de uma lista de países que compram madeira ilegal do Brasil. “Revelaremos nos próximos dias o nome dos países que importam essa madeira ilegal nossa através da imensidão que é a região amazônica, porque daí, sim, estaremos mostrando que esses países, alguns deles que muito nos criticam, em parte têm responsabilidade nessa questão”, disse Bolsonaro.

“O Brasil dispõe de conhecimento, informações e experiência suficientes para eliminar imediatamente a ilegalidade de sua produção e ir além. Mas isso só será possível quando todos os setores, públicos e privados, integrarem esforços, cooperarem e assumirem sua responsabilidade neste desafio”, diz ainda a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura.

Conforme o grupo, “nenhuma parte das cadeias de produção, dentro e fora do país, pode se declarar livre do problema da ilegalidade, seja ela uma empresa, comércio, consumidor e, obviamente, o governo. Se, juntas, essas partes apostarem em uma solução e atuação conjunta, todos ganham. Mas basta um desses elos não cumprir com seu papel que todos perdem”.

Mourão leu a carta

Questionado sobre o teor do texto entregue pela coalizão, o vice-presidente Hamilton Mourão informou que se reuniu com representantes do grupo na última semana.

“Eles entregaram, já tinham conversado esse assunto comigo e, agora, entregaram oficialmente. Tem meia dúzia de pontos que eles colocam ali que estão dentro da área em que estamos trabalhando, principalmente ligado à regularização fundiária, à questão de CAR [Cadastro Ambiental Rural] em áreas ilegais. Estamos trabalhando nisso aí”, afirmou o vice-presidente nesta sexta.

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