Sustentabilidade

Polícia investiga navio grego suspeito de derramar óleo no litoral nordestino

A Diretoria de Inteligência Policial da PF concluiu que não há indicação de que outro navio possa ter vazado óleo, proveniente da Venezuela

Mancha de óleo em praia do litoral sergipano / Foto: Governo de Sergipe
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A Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira 1 mandados de busca e apreensão em sedes de representantes e contatos de uma empresa grega suspeita de ser a responsável pelo derramamento de óleo que atingiu o litoral nordestino. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal do Rio Grande do Norte e são cumpridos no Rio de Janeiro.

Segundo a PF, a mancha inicial de petróleo cru em águas internacionais foi localizada a aproximadamente 700 km da costa brasileira em sentido leste, com extensão ainda não calculada. A suspeita é que o derramamento tenha ocorrido entre os dias 28 e 29 de julho. “A partir da mancha inicial e com o uso de técnicas de geointeligência e cálculos oceanográficos regressivos foi possível identificar o único navio petroleiro que navegou pela área suspeita. A embarcação, de bandeira grega, atracou na Venezuela em 15 de julho, permaneceu por três dias, e seguiu rumo a Singapura, pelo oceano Atlântico, vindo a aportar apenas na África do Sul. O derramamento investigado teria ocorrido nesse deslocamento”.

 

Segundo os procuradores da República Cibele Benevides e Victor Mariz, responsáveis pelo caso, “há fortes indícios de que a empresa, o comandante e tripulação do Navio deixaram de comunicar às autoridades competentes acerca do vazamento/lançamento de petróleo cru no Oceano Atlântico.” Para eles, “a medida de busca e apreensão mostra-se necessária e de urgência”, para a coleta de documentos que auxiliem no esclarecimento dos fatos. Segundo o MPF, os responsáveis devem responder nas esferas cível e penal, tipificado na Lei de Crimes Ambientais.

O Inquérito Policial sobre o caso no Rio Grande do Norte  teve acesso a imagens de satélite que partiram das praias atingidas até o ponto de origem (ponto zero) de forma retrospectiva. O relatório de detecção de manchas de óleo, de autoria de uma empresa privada especializada em geointeligência, indicou uma mancha original, do dia 29 de julho, e fragmentos se movendo em direção à costa brasileira. A Diretoria de Inteligência Policial da PF concluiu que “não há indicação de outro navio que poderia ter vazado ou despejado óleo, proveniente da Venezuela.”

O presidente Bolsonaro comentou a ação da polícia nesta manhã: Estão sendo feitas busca e apreensão, parece que tem uma suspeita muito grande de uma empresa, suspeita ainda. Ele (ministro da Justiça Sérgio Moro) tinha que fazer busca e apreensão para, quem sabe, ter a comprovação disso”, comentou. O presidente, juntamento com o ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, chegou a culpar o Greenpeace pelo derramamento de óleo. “Para mim isso é um ato terrorista. Para mim, esse Greenpeace só nos atrapalha”, afirmou Bolsonaro à época.

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