Política

Mourão admite culpa pelo fracasso no combate ao desmatamento da Amazônia

‘Eu não consegui fazer a coordenação e a integração da forma que ela funcionasse’, disse o vice-presidente

Foto: Bruno Batista/VPR
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O vice-presidente, general Hamilton Mourão, admitiu nesta terça-feira 23 que é o culpado pelo fracasso do combate ao desmatamento na Amazônia. O militar é coordenador do Conselho Nacional da Amazônia Legal, estrutura responsável por coordenar as ações de preservação no bioma, mas disse que não soube cumprir a função.

“Se você quer um culpado, sou eu. Não vou dizer que foi ministro A, ministro B ou ministro C. Eu não consegui fazer a coordenação e a integração da forma que ela funcionasse”, disse o general a jornalistas em Brasília nesta terça.

Segundo explicou, conforme relato da Folha de S. Paulo, só na última fase de seu plano ele conseguiu fazer com que as coisas funcionassem minimamente. O sucesso da última empreitada, no entanto, não teria sido o suficiente para conter o avanço recorde da devastação da floresta na região, com aumento de 22% em relação ao último ano.

“Ela só foi funcionar na última fase da operação, quando a Sumaúma aconteceu e aí a turma acordou para a necessidade de conversar efetivamente uns com os outros, despirem seus preconceitos. Porque cada um tem seu preconceito, em relação ao outro, à forma do outro de trabalhar, e a partir daí houve sinergia dos trabalhos”, justificou Mourão.

Sob a gestão de Mourão, os militares fizeram três intervenções na região para combater o desmatamento ilegal e outras irregularidades. O custo total das operações superou os 550 milhões de reais e não derrubou os índices de devastação do bioma. Até o momento, a ação militar não foi prorrogada.

Nesta segunda-feira 22, ao ser questionado sobre os dados alarmantes que revelam a ineficiência da política de combate ao desmatamento, Mourão disse que ainda iria ‘analisar a realidade desse troço’. Jair Bolsonaro, por sua vez, chamou de ‘xaropada’ os números divulgados.

Nesta terça, o último encontro do conselho coordenado pelo vice-presidente foi realizado. Os ministros Joaquim Leite, do Meio Ambiente, e Anderson Torres, da Justiça e Segurança Pública, não participaram da reunião. Os dois são os atuais responsáveis pelas principais programas do governo para combater o desmatamento.

Sobre as ausências, Mourão minimizou dizendo que os coordenadores técnicos das pastas teriam participado. O general disse ainda que Leite seria ‘a cara do combate ao desmatamento’ no atual governo. O ministro, no entanto, não demonstrou resultados práticos na sua gestão no Meio Ambiente para conter o avanço da devastação ilegal da Amazônia.

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