Sustentabilidade
Falta de recursos faz Ibama recolher agentes de combate a incêndios
Em 2020, os biomas do Pantanal e da Amazônia foram duramente castigados por queimadas
Um ofício enviado por uma chefia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis (Ibama) determinou que todos os brigadistas de combate a incêndios ambientais voltem às suas bases, pois já não há recursos para mantê-los em campo.
A ordem foi assinada por Ricardo Vianna Barreto, chefe do Centro Especializado Prevfogo, que pede “a determinação para que todas as brigadas do Prevfogo retornem as suas bases de origem as 0:00h de 22 de outubro de 2020, onde deverão aguardar ordens para o emprego em operações em campo”.
Outro ofício assinado pelo o diretor de planejamento, administração e logística do Ibama, Luis Carlos Hiromi Nagao, dá o tom da falta de recursos para os brigadistas:
“Considerando que as tratativas com os órgãos superiores para solução do problema ainda não surtiram efeito, comunico a indisponibilidade de recursos financeiros para fechamento do mês corrente, não sendo possível prosseguir com os pagamentos das despesas desta Autarquia”, diz o texto. O documento foi obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Em 2020, os biomas do Pantanal e da Amazônia foram duramente castigados pelos incêndios florestais – causados principalmente por ações que visam expandir área para gado ou outras plantações.
Apesar do fogo no Pantanal estar relativamente mais controlado do que nos meses anteriores, o mês de outubro de 2020 tem sido, até o momento, o 2º pior mês desde as medições de 2002.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), houve um aumento de 217% em focos de incêndio no Pantanal em reação ao mesmo período do ano passado (de janeiro até o dia 21 de outubro). Na Amazônia, o aumento foi de 25%, com mais de 89 mil focos de calor identificados pelos satélites.
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