Sociedade
“Tenho vergonha de ser irmão desse capitão do mato”
Irmão do novo presidente da Fundação Palmares critica seus ataques ao movimento negro e diz que fará de tudo para que racismo seja extinto
O músico e produtor cultural Wadico Camargo manifestou, em suas redes sociais, repúdio ao posicionamento do irmão, Sérgio Nascimento de Camargo, o novo presidente da Fundação Palmares. No dia em que ele foi nomeado ao cargo, Wadico postou: “Tenho vergonha de ser irmão desse capitão do mato”.
Em outra publicação, o produtor agradeceu o apoio que vem recebendo em seu perfil: “Agradeço a todos pela solidariedade e apoio ao meu posicionamento . Sou Negro com muito orgulho. E farei tudo para que o preconceito, o racismo, a injustiça a injúria sejam extintas. Abraço”.
Militante de direita, Sérgio Camargo se define “contrário ao vitimismo e ao politicamente correto”. Em suas redes sociais, ele nega a existência de racismo, motivo pelo qual condena datas como a da Consciência Negra. Entre suas publicações há vários ataques ao movimento negro, a personalidades como Lázaro Ramos e à ex-vereadora Marielle Franco, além de intensa polarização com a esquerda. “O Brasil terá um movimento de negros da direita conservadora. Nós somos muitos! E sempre existimos!”, comemora em uma publicação.
Sérgio e Wadico são filhos do escritor Oswaldo de Camargo, um dos grandes expoentes da poesia negra contemporânea no Brasil. Nascido em 1936, em Bragança Paulista, é jornalista, músico e crítico literário.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.