Sociedade

Romeu Zema diz que vítimas das chuvas em MG não obedeceram aos alertas

Governador de Minas Gerais lamentou óbitos e defendeu programas habitacionais, mas disse que solução consistente virá em décadas

O governador Romeu Zema (Novo) falou em coletiva de imprensa, ao lado do ministro do Desenvolvimento, Gustavo Canuto. Foto: Reprodução/Governo MG
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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que parcela das pessoas que morreram por causa das chuvas no estado não havia obedecido orientações do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil. A declaração ocorreu durante entrevista coletiva, neste domingo 26.

Zema falou à imprensa ao lado do ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto. Segundo ele, o governo está priorizando áreas de maior risco e retirando moradores que estão mais vulneráveis a desmoronamentos.

“O que nós estamos fazendo é retirando, priorizando aquelas áreas de maior risco. Há áreas que qualquer chuva maior pode ocasionar um deslizamento. Inclusive, muitas das vítimas que tivemos nesta semana foram porque não obedeceram aquilo que foi orientação dos bombeiros e da Defesa Civil”, afirmou.

O governador prosseguiu com um apelo para que a população atenda às recomendações das forças de segurança e saiam de suas residências em caso de risco.

“Uma das famílias em que perdemos quatro pessoas chegaram a desocupar a residência e depois voltaram. Então, este tipo de fato é que realmente precisamos estar priorizando. Nós estamos pedindo que as pessoas saiam das residências que oferecem alto risco em caso de chuva. Isso é que nós temos solicitado”, disse.

Solução demorará décadas, diz governador

Neste domingo 26, Zema e Canuto sobrevoaram regiões afetadas pelas chuvas e se reuniram com oito prefeitos e representantes das forças de segurança de Minas Gerais. Segundo o ministro do Desenvolvimento, a União cederá recursos para ajudar na recuperação dos municípios. Eles contam com a apresentação de demandas pelos prefeitos, a partir desta semana, para que o governo federal repasse a ajuda financeira de 90 milhões de reais.

Zema lamentou a tragédia ocorrida e o número expressivo de óbitos, mas destacou que as recentes chuvas foram as maiores da história, desde o início das medições. Segundo ele, todas as unidades das forças de segurança estão disponíveis para receber mantimentos de produtos não-perecíveis, de limpeza, higiene pessoal, colchões e lençóis.

Ele afirmou que, com o sobrevoo, concluiu que as ocupações irregulares contribuem com a ocorrência das tragédias. Segundo o governador, é necessário que o Estado invista em programas de assistência para evitar que a população recorra a “despenhadeiros”.

 

“O que nós assistimos nesse sobrevoo é como a ocupação desordenada do solo pode vir a fazer com que muitas famílias venham a morar em área de risco. Sabemos que muitos não têm recursos para comprar uma casa. Um dos pontos que colocamos com o ministro é a reativação de programas habitacionais que poderiam amenizar essa questão de famílias virem para verdadeiros despenhadeiros”, disse.

No entanto, Zema disse que o governo não apresentará soluções de imediato e afirmou que a superação do problema urbano vai demorar “décadas” para se concretizar.

“O que nós precisamos no Brasil realmente é de políticas públicas consistentes, de longo prazo, que, gradativamente, venham a eliminar essas situações de risco. Não adianta eu falar aqui, nós sabemos das limitações de recursos, que isso vai ser resolvido para o ano que vem, porque não vai. É um trabalho que vai levar décadas para ser realizado”, declarou.

As chuvas em Minas Gerais causaram a morte de pelo menos 44 pessoas, segundo confirmou a Defesa Civil do Estado no fim da tarde de domingo. O órgão contabiliza ao menos 19 pessoas desaparecidas e 17 mil pessoas que tiveram de sair de suas casas, devido a deslizamentos de terra e destruições de imóveis.

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