Sociedade

OAB de São Paulo diz que mortes em Paraisópolis são “estarrecedoras”

‘A violência e as violações nas regiões periféricas são uma constante e caminham passo a passo com a impunidade policial’, diz a nota

Polícia bate em jovens em um beco na favela de Paraisópolis (Foto: Reprodução)
Apoie Siga-nos no

Diante da morte de nove pessoas em um baile funk após ação policial em Paraisópolis, a Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo diz que é “estarrecedora mais uma atuação abusiva da Polícia Militar de São Paulo”.

“A violência e as violações nas regiões periféricas são uma constante e caminham passo a passo com a impunidade policial frente aos abusos de autoridades e despreparo nas intervenções em manifestações de massas, políticas, sociais e culturais”, acrescentam, em nota, o grupo de representantes.

Apesar da polícia afirmar que o tumulto começou após uma troca de tiros entre os agentes e duas pessoas em uma moto, vídeos publicados nas redes sociais mostraram PMs batendo em pessoas nas ruas de Paraisópolis com cassetetes e chutes.

A OAB defende, também, que a apuração do que é mostrado nos vídeos seja feita “com transparência e que não haja impunidade”. Para tal, pede que os inquéritos policiais instaurados pela corporação sejam conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e não pelo próprio batalhão, que abriga os agentes envolvidos nos episódios.

“Diante desse caso gravíssimo, a Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP exige a prioridade máxima das instituições competentes no governo do Estado para que apurem com rigor, modifiquem procedimentos de intervenção policial, para que não se repitam e evitem mais mortes”, finaliza a nota da OAB.

O caso foi registrado no 89º Distrito Policial. A PM informou que instaurou um inquérito policial militar para “apurar todas as circunstâncias relativas ao fato”.
O governador de São Paulo, João Doria, disse “lamentar profundamente as mortes ocorridas no baile funk em Paraisópolis”, e afirmou que determinou uma “apuração rigorosa” para os desdobramentos do “triste episódio”.
Leia a nota da Comissão da OAB/SP na íntegra:

Posição da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP frente às Morte de Paraisópolis

Estarrecedora a notícia de mais uma atuação abusiva da Polícia Militar de São Paulo, que teve como resultado a morte de 9 moradores da comunidade de Paraisópolis, por pisoteamento, durante um baile funk com mais de 5 mil pessoas.

A Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP se solidariza com as famílias das vítimas, que fará todos esforços para que o Estado esclareça as circunstâncias de tão bárbara violência e que levou à essa tragédia.

A violência e as violações nas regiões periféricas são uma constante e caminham passo a passo com a impunidade policial frente aos abusos de autoridades e despreparo nas intervenções em manifestações de massas, políticas, sociais e culturais.

Temos acompanhado vários eventos, agindo como Observadores Institucionais para minimizar conflitos, mediar e dialogar com as forças públicas e manifestantes.

Juntamente com a Ouvidoria das Polícias de São Paulo trabalhamos juntos para que as apurações dessas violências sejam feitas com transparência e que não haja impunidade, nesse sentido defendemos que os Inquéritos Policiais Militares (IPM) sejam conduzidos pela Corregedoria da Polícia, o que garantirá a necessária, considerando – se que a maioria, das investigações são hoje conduzidos pelos batalhões a que pertencem os Policiais Militares envolvidos nesses episódios.

Diante desse caso gravíssimo, a Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP exige a prioridade máxima das instituições competentes no governo do Estado para que apurem com rigor, modifiquem procedimentos de intervenção policial, para que não se repitam e evitem mais mortes.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo