Sociedade
OAB de São Paulo diz que mortes em Paraisópolis são “estarrecedoras”
‘A violência e as violações nas regiões periféricas são uma constante e caminham passo a passo com a impunidade policial’, diz a nota
Diante da morte de nove pessoas em um baile funk após ação policial em Paraisópolis, a Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo diz que é “estarrecedora mais uma atuação abusiva da Polícia Militar de São Paulo”.
“A violência e as violações nas regiões periféricas são uma constante e caminham passo a passo com a impunidade policial frente aos abusos de autoridades e despreparo nas intervenções em manifestações de massas, políticas, sociais e culturais”, acrescentam, em nota, o grupo de representantes.
Apesar da polícia afirmar que o tumulto começou após uma troca de tiros entre os agentes e duas pessoas em uma moto, vídeos publicados nas redes sociais mostraram PMs batendo em pessoas nas ruas de Paraisópolis com cassetetes e chutes.
A OAB defende, também, que a apuração do que é mostrado nos vídeos seja feita “com transparência e que não haja impunidade”. Para tal, pede que os inquéritos policiais instaurados pela corporação sejam conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e não pelo próprio batalhão, que abriga os agentes envolvidos nos episódios.
“Diante desse caso gravíssimo, a Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP exige a prioridade máxima das instituições competentes no governo do Estado para que apurem com rigor, modifiquem procedimentos de intervenção policial, para que não se repitam e evitem mais mortes”, finaliza a nota da OAB.
Posição da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP frente às Morte de Paraisópolis
Estarrecedora a notícia de mais uma atuação abusiva da Polícia Militar de São Paulo, que teve como resultado a morte de 9 moradores da comunidade de Paraisópolis, por pisoteamento, durante um baile funk com mais de 5 mil pessoas.
A Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP se solidariza com as famílias das vítimas, que fará todos esforços para que o Estado esclareça as circunstâncias de tão bárbara violência e que levou à essa tragédia.
A violência e as violações nas regiões periféricas são uma constante e caminham passo a passo com a impunidade policial frente aos abusos de autoridades e despreparo nas intervenções em manifestações de massas, políticas, sociais e culturais.
Temos acompanhado vários eventos, agindo como Observadores Institucionais para minimizar conflitos, mediar e dialogar com as forças públicas e manifestantes.
Juntamente com a Ouvidoria das Polícias de São Paulo trabalhamos juntos para que as apurações dessas violências sejam feitas com transparência e que não haja impunidade, nesse sentido defendemos que os Inquéritos Policiais Militares (IPM) sejam conduzidos pela Corregedoria da Polícia, o que garantirá a necessária, considerando – se que a maioria, das investigações são hoje conduzidos pelos batalhões a que pertencem os Policiais Militares envolvidos nesses episódios.
Diante desse caso gravíssimo, a Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP exige a prioridade máxima das instituições competentes no governo do Estado para que apurem com rigor, modifiquem procedimentos de intervenção policial, para que não se repitam e evitem mais mortes.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.