Sociedade
Mais de 18 mil petroleiros seguem em greve contra demissões em massa
Grevistas acusam Petrobras de negar o diálogo sobre demissão de 1000 funcionários de uma fábrica de fertilizantes no Paraná
A greve dos petroleiros contra o fechamento de uma fábrica de fertilizantes no Paraná, a Fafen-PR, alcançou mais de 18 mil trabalhadores em mais de 50 unidades de empresas associadas à Petrobras. As informações foram confirmadas pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), que representa a classe sindicalista em vários estados do País.
Na quinta-feira 06, a FUP divulgou que trabalhadores da Usina Termelétrica Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, e de quatro plataformas no Ceará aderiram ao movimento. Na Bacia de Campos, na qual está localizada a maior parte da operação do pré-sal, o número de plataformas envolvidas já chega a 23.
Além da falta de rendição de turnos frequentes e de adesão quase integral dos trabalhadores nas localidades paralisadas, a FUP mantém uma Comissão de Negociação Permanente ocupando uma sala na sede da Petrobras, localizada no Rio de Janeiro. De acordo com os grevistas, a estatal se nega a negociar com os funcionários.
Ao menos três decisões de Justiça já consideraram a ocupação legal, apesar dos recursos da empresa para a aplicação de multas ao sindicato .
Na terça-feira 4, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) acatou um pedido da Petrobras e determinou que ao menos 90% do expediente de trabalhadores volte ao serviço. Já na quinta, o TST autorizou o bloqueio das contas dos sindicatos e a contratação de temporários enquanto a paralisação durar.
Em nota, a FUP divulgou que a categoria deseja que a Petrobras estabeleça todos os Grupos de Trabalho determinados no Acordo Coletivo de Trabalho para que sejam estudadas alternativas à demissão dos trabalhadores da Fafen. Pedem, também, que os GT’s sejam utilizados para a negociação de turnos de trabalho, banco de horas e participação nos lucros e resultados (PLR).
“Ainda que já tenha aberto alguns GTs, a empresa tem tomado decisões por conta própria, sem o devido diálogo com os sindicatos nesses ambientes, como determinado pelo ACT”, afirmam os petroleiros.
A Petrobras, por sua vez, afirmou que “segue aberta para dialogar com as entidades, nos termos e prazos acordados no TST durante a negociação do ACT vigente”. Também garantiu que as todas as unidades “seguem operando dentro dos padrões de segurança.”
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