Sociedade

IBGE: 1% mais rico do Brasil ganha 33,7 vezes mais do que metade dos mais pobres

Pesquisa do IBGE mostra que, em 2019, enquanto cerca de 900 mil pessoas ganhavam média de R$ 28 mil mês, 4,5 milhões recebiam R$ 165

Moradores de rua deitados em frente à uma antiga agência bancária na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, centro do Rio de Janeiro-RJ - Foto: Andréa Farias/Flickr
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Em 2019, o rendimento médio mensal do 1% mais rico da população brasileira correspondeu a 33,7 vezes o rendimento da metade da população mais pobre, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) – Rendimento de Todas as Fontes 2019. Os números foram divulgados nesta quarta-feira 6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Enquanto cerca de 900 mil pessoas (1%) ganharam R$ 28.659 por mês em 2019, a metade mais pobre da população vive com uma renda média de R$ 850 ao mês. Já os recebimentos médios mensais dos 5% mais pobres, cerca de 4,5 milhões de pessoas, chegam a R$ 165. Em 2015, ano de menor desigualdade desde o início da série histórica em 2012, a diferença foi de 30,5 vezes.

 

A massa de rendimento médio mensal real domiciliar per capita alcançou R$ 294,4 bilhões em 2019. A parcela dos 10% da população com os menores rendimentos detinha 0,8% dessa massa, enquanto os 10% com os maiores rendimentos concentravam 42,9% no mesmo período. Embora a pesquisa mostre que a desigualdade de renda no país tenha parado de crescer, pós três anos seguidos de alta, estagnou nos maiores patamares da série histórica iniciada em 2012.

Os dados também mostram que, em 2019, aumentou a fatia da população com algum tipo de rendimento, uma vez que o desemprego teve queda para 11%. No entanto, o cenário é acompanhado de uma explosão da informalidade, que chegou ao seu maior patamar desde 2016.

Ainda de acordo com a pesquisa, as grandes discrepâncias entre o rendimento médio mensal real dos trabalhadores de acordo com a raça se mantiveram. Enquanto o rendimento mensal das pessoas brancas girava, em média, de R$ 2.999, das pardas era de R$ 1.719 e pretas $$ 1.673. As distorções seguem quanto ao gênero. O rendimento de todos os trabalhos dos homens (R$ 2.555) é 28,7% mais alto que o das mulheres (R$ 1.985).

De acordo com o nível de instrução, o rendimento médio dos trabalhadores com ensino superior completo (R$ 5.108) era, aproximadamente, três vezes maior que o daqueles com somente o ensino médio completo (R$ 1.788) e cerca de seis vezes o daqueles sem instrução (R$ 918).

A pesquisa também mostrou queda no percentual de domicílios atendidos pelo Bolsa Família, de 13,7% em 2018 para 13,5% em 2019. Em 2012, 15,9% dos domicílios do país recebiam o Bolsa Família. Já o Benefício de Prestação Continuada (BPC) era recebido em 3,7% dos domicílios do país em 2019, percentual praticamente igual ao de 2018 (3,6%) e 1,1 ponto percentual acima do de 2012 (2,6%).

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