Carnaval político: veja 5 fantasias militudas para protestar na folia

Se há quem pense que, no carnaval, os brasileiros esquecem dos problemas para se entregar aos bloquinhos, por outro lado não faltam foliões que usam suas próprias fantasias como forma de manifestação política.

Seja para protestar, para “lacrar” ou apenas para brincar, a lista de possibilidades se renova a cada ano, principalmente em uma época em que o mundo da política anda cheio de novidades. 

Ao mesmo tempo, algumas fantasias clássicas não saem de moda. Algumas são uma boa pedida para quem não quer muito desgaste na hora da confecção e, ainda assim, busca um traje que tenha algo a dizer.

CartaCapital reuniu, a seguir, algumas fantasias militudas para inspirar os foliões que querem cair na diversão sem deixar de protestar. Confira.

A revolucionária Frida Kahlo

Famosa por ser uma artista transgressora, a pintora mexicana Frida Kahlo teve uma vida marcada por dores, perseverança e pelos sonhos políticos de uma revolução proletária nas Américas. Frida morreu aos 47 anos, em 1954, mas até hoje seu rosto estampa camisetas e sua figura recebe homenagens em manifestações feministas.

No carnaval, muitas foliãs também se vestem com trajes da pintora. Para a produção da fantasia, a sugestão é usar um vestido florido, uma echarpe e flores falsas para reproduzir o marcante arranjo que Frida usava em sua cabeça. Vale também apostar em uma maquiagem vibrante e colorida, bem ao gosto da mexicana.

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A bandeira LGBT

Maior símbolo do orgulho da comunidade LGBT, a bandeira do arco-íris se tornou referência na luta pela igualdade. Segundo a Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, a primeira versão da bandeira originou-se nos Estados Unidos, em 1978. A flâmula tem seis faixas horizontais coloridas. A faixa vermelha representa a vida; a laranja, a cura; a amarela, a luz do sol; a verde, a natureza; a azul, a harmonia; e a violeta, a representatividade do espírito.

No carnaval, o uso das cores da bandeira é variado. Há quem adote as cores em brincos, arcos na cabeça, pinturas faciais ou até mesmo se vestindo com uma bandeira. No vídeo a seguir, o youtuber Pedro Passos dá dicas de como confeccionar adereços com fitas, de forma simples e barata.

Militante da Ursal

Não teve jeito. A declaração do ex-presidenciável Cabo Daciolo, em debate nas eleições 2018, ainda inspira brincadeiras para este ano. À época, Daciolo “denunciava” um plano de união dos países latino-americanos em uma só nação: a União das Repúblicas Socialistas da América Latina (Ursal). Pela boca do então candidato, a hipótese era um absurdo, mas, para muitos, a ideia cai muito bem no carnaval.

Para confeccionar a fantasia, é imprescindível vestir trajes vermelhos, como um bom militante da Ursal. Uma possibilidade também é imprimir a célebre ilustração de um urso vermelho, maior representante da teoria conspiratória, para colar na roupa. 

 

Laranjal do PSL

Os escândalos em torno de candidaturas femininas laranjas do PSL nas eleições presidenciais de 2018 também viram protesto no carnaval. Em 2019, quando o caso veio à tona, a fantasia de laranjal foi sensação nos blocos do mesmo ano e promete continuar presente na folia de 2020.

A fruta pode vir em arcos para a cabeça e em colagens na roupa. Há também trajes especiais no formato de laranja que podem ser facilmente encontrados em lojas.

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Água suja da Cedae

Esta vai especialmente para o Rio de Janeiro, estado que passa por uma crise na distribuição de água pela Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae). Moradores se queixam de alterações no gosto, no cheiro e na coloração da água em diversas localidades da região metropolitana. 

Diante do problema, foliões vestiram fantasias com críticas à crise já nos blocos de pré-carnaval. Arcos com escritos de “Água”, placas com a marca gráfica da Cedae, roupas azuis e garrafas PET com água preta dominaram diversos cortejos no estado. Houve até quem se pintasse de carvão para lembrar o carvão ativado utilizado na estação de tratamento da empresa.

Protestos pela água suja dominam carnaval no Rio de Janeiro. Foto: Fernando Maia/Riotur