Sociedade

Após ação da PM, desalojados passaram a noite em claro

Líder que acompanhou moradores durante toda a noite relata situação de famílias desabrigas. ‘Não tiveram nem tempo de pegar os documentos’

Abrigo em Igreja para famílias despejadas o Pinheirinho. Foto: Anderson Barbosa/Fotoarena/Folhapress
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Ainda assustados com a ação policial durante a reintegração de posse do assentamento Pinheirinho, muitos moradores expulsos da comunidade passaram a noite acordados após serem levados para abrigos provisórios. É o que conta o advogado Antonio Donizete Ferreira, o Toninho, um dos dirigentes do PSTU que acompanham a situação da área de confronto. Toninho esteve junto às famílias na igreja que está sendo utilizada como alojamento desde que as famílias começaram a deixar suas casas.

“Muita gente ficou acordada, está todo mundo muito assustado. Crianças e mães ficaram dentro da igreja. São oito mil pessoas que ficam perambulando pelo local, sem saber para onde ir”, relatou ele à reportagem.

Toninho relata que algumas famílias estão voltando ao assentamento para recuperar seus bens. Segundo ele, muitos deixaram suas casas sem tempo nem mesmo para pegar seus documentos. “As pessoas saíram sem condições de pegar seus pertences, só com a roupa do corpo. Elas estão com móveis lá dentro e não estão conseguindo tirar suas coisas.”

E completou: “De direitos humanos, aqui não tem absolutamente nada”.

Segundo Toninhi, idosos e paraplégicos também estão desabrigados. “Nem todo mundo cabia na Igreja. As crianças estão dormindo ao relento”, relatou o dirigente.

“[As famílias] Estão perdendo tudo, é um sonho inteiro perdido. O pouquinho que elas tinham tiraram para dar ao Naji Nahas”.

O terreno do assentamento é propriedade da empresa falida Selectas, do empresário Naji Nahas. De acordo com Toninho, o próprio Nahas teria grilado a terra décadas atrás. Nos anos 1960, as terras pertenciam a uma família alemã, que foi assassinada e não deixou herdeiros.  “É uma grilagem antiga, ele nunca usou a terra. Isso faz mais de 30 anos.”

Revoltadas com a ação policial, a população do entorno do assentamento tem organizado todo o tipo de manifestação para denunciar os abusos. Na confusão, sobrou até para um veículo da TV Vanguarda, afiliada da Rede Globo, incendiada por um grupo de moradores.

Ainda de acordo com Toninho, a região sofreu uma grande valorização nos últimos anos e a previsão é de que na área seja construída uma avenida que ligará as rodovias Dutra e Carvalho Pinto, que ligam o interior ao litoral norte e o Rio de Janeiro.

“O mercado imobiliário abriu o olho”, disse ele.

As negociações, que já se arrastavam por anos, foram rompidas com a decisão da juíza Márcia Faria Mathey Loureiro, da 6ª Vara Cível, para reintegração, mas a ordem foi suspensa por outro juíz.

De acordo com Toninho, o senador Eduardo Suplicy (PT) e os deputados Carlos Giannazi (PSOL) e Adriano Diogo (PT) trabalhavam em um novo acordo, mas foram atropelados pela operação. “O Cury dizia que ia conversar nessa próxima terça-feira em Brasília. O Tribunal de Justiça passou por cima de tudo com a anuência do prefeito”, afirmou.

Toninho desmentiu a informação, divulgada pela política, de que o Pinheirinho havia se tornado um ponto-chave do tráfico de drogas da região. “Tem tráfico, como todos os bairros”.

Ainda assustados com a ação policial durante a reintegração de posse do assentamento Pinheirinho, muitos moradores expulsos da comunidade passaram a noite acordados após serem levados para abrigos provisórios. É o que conta o advogado Antonio Donizete Ferreira, o Toninho, um dos dirigentes do PSTU que acompanham a situação da área de confronto. Toninho esteve junto às famílias na igreja que está sendo utilizada como alojamento desde que as famílias começaram a deixar suas casas.

“Muita gente ficou acordada, está todo mundo muito assustado. Crianças e mães ficaram dentro da igreja. São oito mil pessoas que ficam perambulando pelo local, sem saber para onde ir”, relatou ele à reportagem.

Toninho relata que algumas famílias estão voltando ao assentamento para recuperar seus bens. Segundo ele, muitos deixaram suas casas sem tempo nem mesmo para pegar seus documentos. “As pessoas saíram sem condições de pegar seus pertences, só com a roupa do corpo. Elas estão com móveis lá dentro e não estão conseguindo tirar suas coisas.”

E completou: “De direitos humanos, aqui não tem absolutamente nada”.

Segundo Toninhi, idosos e paraplégicos também estão desabrigados. “Nem todo mundo cabia na Igreja. As crianças estão dormindo ao relento”, relatou o dirigente.

“[As famílias] Estão perdendo tudo, é um sonho inteiro perdido. O pouquinho que elas tinham tiraram para dar ao Naji Nahas”.

O terreno do assentamento é propriedade da empresa falida Selectas, do empresário Naji Nahas. De acordo com Toninho, o próprio Nahas teria grilado a terra décadas atrás. Nos anos 1960, as terras pertenciam a uma família alemã, que foi assassinada e não deixou herdeiros.  “É uma grilagem antiga, ele nunca usou a terra. Isso faz mais de 30 anos.”

Revoltadas com a ação policial, a população do entorno do assentamento tem organizado todo o tipo de manifestação para denunciar os abusos. Na confusão, sobrou até para um veículo da TV Vanguarda, afiliada da Rede Globo, incendiada por um grupo de moradores.

Ainda de acordo com Toninho, a região sofreu uma grande valorização nos últimos anos e a previsão é de que na área seja construída uma avenida que ligará as rodovias Dutra e Carvalho Pinto, que ligam o interior ao litoral norte e o Rio de Janeiro.

“O mercado imobiliário abriu o olho”, disse ele.

As negociações, que já se arrastavam por anos, foram rompidas com a decisão da juíza Márcia Faria Mathey Loureiro, da 6ª Vara Cível, para reintegração, mas a ordem foi suspensa por outro juíz.

De acordo com Toninho, o senador Eduardo Suplicy (PT) e os deputados Carlos Giannazi (PSOL) e Adriano Diogo (PT) trabalhavam em um novo acordo, mas foram atropelados pela operação. “O Cury dizia que ia conversar nessa próxima terça-feira em Brasília. O Tribunal de Justiça passou por cima de tudo com a anuência do prefeito”, afirmou.

Toninho desmentiu a informação, divulgada pela política, de que o Pinheirinho havia se tornado um ponto-chave do tráfico de drogas da região. “Tem tráfico, como todos os bairros”.

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