Sociedade

A Eurocopa e a diplomacia da bola

A comeptição pode ser uma maneira de levar noções de multiculturalismo à Polônia e à Ucrânia, ainda inebriadas pelo nacionalismo e a xenofobia

Pátria sem chuteiras. Na Ucrânia, bandeiras nazistas tremulam nas partidas de futebol. Foto: AP Photo/ Ukrinform
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Por Michael Goldfarb*

A Eurocopa 2012 deveria ser uma comemoração decisiva não apenas do futebol, mas também do renascimento da Polônia e da Ucrânia, os dois países que mais sofreram no conflito entre os polos gêmeos do totalitarismo no século XX: o nazismo e o comunismo soviético.

Mas uma escuridão ainda permeia os dois países. Em uma recente visita à Polônia e à Ucrânia, não pude deixar de me surpreender com isso. Em Varsóvia, que eu tinha visitado rapidamente 17 anos atrás, fiquei surpreso ao ver como o passado ainda envolve a fachada próspera da cidade.

Existem monumentos pesados e agônicos por toda parte: aos mortos no levante de Varsóvia, aos caídos e assassinados no Leste, aos mártires de Katyn. Cada passo dado pelo turista parece conduzi-lo em uma excursão pelo sofrimento polonês.

Em Lviv, na Ucrânia Ocidental, lugar que eu nunca havia visitado, encontrei a escuridão na alma das pessoas. A cidade sobreviveu ao pior da guerra. Seu centro medieval perfeitamente preservado é rodeado por um cinturão de grandes avenidas e arquitetura imperial austro-húngara.

Mas as várias conversas com habitantes de todas as camadas revelam que elas olham para o passado nos tempos difíceis. Talvez isso fosse de se esperar, dada a destruição catastrófica sofrida pelos dois países, mas levou muitos a uma visão de mundo que é uma perversão da regra de ouro: faça aos outros o que os outros fizeram a você.

Isso fica mais evidente na cultura que cerca o futebol. Racismo, xenofobia, ódio aos judeus, tudo se manifesta em campo. Por que esse ódio é tão forte faz os historiadores sociais arriscarem respostas.

Jan Olaszek, do Instituto Nacional da Memória da Polônia, diz: “As pessoas não conhecem a história. Elas conhecem estereótipos”. É o que está por trás de um dos mais estranhos fenômenos da vida contemporânea na Polônia, o que Olaszek chama de “antissemitismo sem judeus”.

A Polônia foi o centro do Holocausto. Virtualmente não restaram judeus no país, mas o antissemitismo persiste. É o que Olaszek quer dizer com estereótipos: “Alguns poloneses pensam que todos os judeus eram comunistas”. Zhid kommune (judeu comunista) ainda é um epíteto comum na Polônia. É um sinônimo da era soviética. Mas aí também está o velho estereótipo, e é o que se exibe nos estádios de futebol. Lá, “judeu” é um termo agressivo, uma maneira de dizer aos torcedores do outro time que não são realmente poloneses, que são outra coisa, algo menos que humanos.

A feiura é tolerada. Em Rzeszow, no ano passado, ergueu-se uma enorme faixa que dizia “Morte aos narizes de gancho”, ilustrada por uma caricatura grotesca de um judeu barbado com um longo nariz curvo, usando um yarmulke.

“Não havia judeus naquele estádio”, diz o ativista antirracismo Rafal Pankowski, editor da revista polonesa Nunca Mais. “Nem a segurança do clube nem a polícia pediram que os torcedores retirassem a faixa. No caso da segurança, talvez fosse insensibilidade: é assim que os torcedores agem em todo lugar, qual o problema?”

No caso da polícia, Pankowski indica que havia razões suficientes para retirar a faixa e deter os que a exibiram. “A manifestação antissemítica é contra a lei na Polônia.” Mas a polícia também poderia não ter visto que havia algo errado. Uma faixa como aquela é considerada normal.

O mesmo tipo de feiura existe do outro lado da fronteira, na Ucrânia, onde os torcedores se agridem chamando-se mutuamente de judeus. Mas na Ucrânia, ao menos, quem quer extrapolar o que acontece na sociedade de acordo com o comportamento das torcidas pode estar cometendo um erro.

“O foco no futebol é mal aplicado”, diz Danylo Mokrik, jornalista liberal de Lviv. “Os problemas da sociedade ucraniana estão em um nível mais profundo.”

Mokrik condena como sensacionalista a reportagem de Panorama, da BBC, que detalhou o racismo generalizado. “Aqui em Lviv quase não existem crimes de ódio racial violentos. Qualquer pessoa de qualquer cor pode assistir ao campeonato em segurança.” A verdadeira história na Ucrânia, na opinião de Mokrik, é sobre Yulia Tymoshenko, que salienta os problemas no topo da política local.

A ex-primeira-ministra Tymoshenko está na cadeia, condenada por “abuso de autoridade”. Líderes internacionais e grupos de direitos humanos são unânimes: as acusações foram forjadas e a líder política nacionalista deveria ser libertada.

Em Lviv, parei no mercado Halitski, onde encontrei duas mulheres chamadas Luba. A história recente estava evidente em seus sorrisos. Dentes metálicos da era soviética brilhavam quando elas riam. Uma Luba vendia legumes de sua horta, a outra vendia queijo feito em casa. Ambas estavam complementando suas aposentadorias e ajudando a sustentar seus filhos adultos.

“Eles foram à universidade e à escola técnica, mas mesmo assim não encontram emprego”, disse uma delas. “Os políticos fazem tudo para si próprios. São corruptos”, disse outra.


As estatísticas as confirmam. Pesquisas publicadas pelo grupo de professores Friedrich Ebert Stiftung, de Kiev, financiado por alemães, notou que em 2011 o PIB da Ucrânia cresceu 5,2%. A projeção para este ano é de que desacelere para 3,5%, porque o país, assim como o Reino Unido, faz comércio basicamente com a União Europeia.

Esses números fortes do PIB não se traduziram, segundo a reportagem, em “benefícios em termos reais para a população” e “não geraram empregos ou dotaram o orçamento de recursos”.

As Lubas sabem quem é o culpado. “O país ainda é conduzido pelos russos. O presidente é russo, o primeiro-ministro é russo.” Então quem elas apoiam politicamente? “Yulia”, é sua resposta.

Mas com sua opção nacionalista preferida na prisão elas estão transferindo seu apoio para o partido político ultranacionalista Svoboda.

O Svoboda é um sintoma mórbido. Enquanto algum tipo de nova ideia europeia de nação espera para nascer, o Svoboda prega uma noção mais antiga, catastroficamente fracassada, de nacionalismo de sangue e terra. É também o partido político de crescimento mais rápido na Ucrânia Ocidental.

Seus seguidores respeitam os veteranos da Halychyna, a brigada local das SS formada em 1943 para combater os soviéticos. Eles também prestam tributo à OUN e à OUP, milícias que praticaram uma campanha de limpeza étnica contra a população polonesa da região durante a guerra, que fazem os acontecimentos na Bósnia parecerem brandos: padres católicos foram eviscerados, aldeões foram reunidos em celeiros e igrejas e depois incendiados.

O quanto esses milicianos e as unidades das SS se sobrepunham é um tema de discussão, assim como a mistura com grupos anteriores que ajudaram os nazistas a assassinar mais de 95% dos judeus da região – cerca de 200 mil –, tarefa basicamente completada em apenas 18 meses, desde o início da Operação Barba Ruiva, em junho de 1941, até janeiro de 1943.

Os líderes do Svoboda admiram protonazistas como Ernst Jünger e são “compreensivos” com Goebbels. Eles falam em “pureza do sangue” e da Ucrânia como “uma raça, uma nação, uma pátria”.

“Somos contra a diversidade”, diz Yuri Michalchyshyn, o jovem chefe de propaganda do partido. “A Ucrânia é para os ucranianos.” Mas a verdade é que a Ucrânia como um país-Estado de sangue puro é mais uma ideia que um fato histórico.

Durante mais de 500 anos a parte ocidental ao redor de Lviv, que se chamava Galícia, foi governada ou pela Polônia ou pela Áustria-Hungria. Na época da invasão nazista, era um dos lugares mais diversificados da Europa. Lviv, era aproximadamente, 55% polonesa, um pouco mais de 30% judia e perto de 12% ucraniana. Também havia tártaros e russos a viver na região. Hoje ela é 90% ucraniana.

A ideologia intolerante do Svoboda só foi elevada por causa da inépcia e da corrupção do establishment político pós-soviético da Ucrânia.

“Se os partidos democráticos fossem eficazes, ninguém votaria no Svoboda”, diz o vice-reitor da Universidade Católica da Ucrânia, Myroslav Marynovych, que passou dez anos no gulag soviético por causa de suas atividades nacionalistas.

Se houvesse uma política efetiva na Ucrânia, o Svoboda poderia ser reduzido a seu núcleo: os seguidores mais velhos do grupo SS e os integrantes dos ultras, que incluem os torcedores do time de futebol Karpaty Lviv. Seus vídeos em alta definição no YouTube são assustadores, assim como os comentários que endossam seus sentimentos racistas, que vêm de toda a Europa Ocidental, como este: “Continuem com o bom trabalho, senão seu país se perderá para sempre sou da Inglaterra … kateithesinger123”.

Mas, por enquanto, a política efetiva na Ucrânia não existe, por isso a mentalidade racista se firma entre a geração mais jovem.

A feia xenofobia mantém torcedores de fora da Polônia e da Ucrânia longe da Euro 2012, mas o ativista antirracismo Pankowski vê o torneio como um evento histórico. “Ele obriga as pessoas a ter um confronto positivo com o multiculturalismo.”

Pela primeira vez na Polônia, afirma Pankowski, há um debate nacional sobre o que significa o multiculturalismo. “Precisamos garantir que não seja um debate apenas para este mês, mas que continue.”

*Michael Goldfarb é escritor, jornalista e radialista.


** Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

Por Michael Goldfarb*

A Eurocopa 2012 deveria ser uma comemoração decisiva não apenas do futebol, mas também do renascimento da Polônia e da Ucrânia, os dois países que mais sofreram no conflito entre os polos gêmeos do totalitarismo no século XX: o nazismo e o comunismo soviético.

Mas uma escuridão ainda permeia os dois países. Em uma recente visita à Polônia e à Ucrânia, não pude deixar de me surpreender com isso. Em Varsóvia, que eu tinha visitado rapidamente 17 anos atrás, fiquei surpreso ao ver como o passado ainda envolve a fachada próspera da cidade.

Existem monumentos pesados e agônicos por toda parte: aos mortos no levante de Varsóvia, aos caídos e assassinados no Leste, aos mártires de Katyn. Cada passo dado pelo turista parece conduzi-lo em uma excursão pelo sofrimento polonês.

Em Lviv, na Ucrânia Ocidental, lugar que eu nunca havia visitado, encontrei a escuridão na alma das pessoas. A cidade sobreviveu ao pior da guerra. Seu centro medieval perfeitamente preservado é rodeado por um cinturão de grandes avenidas e arquitetura imperial austro-húngara.

Mas as várias conversas com habitantes de todas as camadas revelam que elas olham para o passado nos tempos difíceis. Talvez isso fosse de se esperar, dada a destruição catastrófica sofrida pelos dois países, mas levou muitos a uma visão de mundo que é uma perversão da regra de ouro: faça aos outros o que os outros fizeram a você.

Isso fica mais evidente na cultura que cerca o futebol. Racismo, xenofobia, ódio aos judeus, tudo se manifesta em campo. Por que esse ódio é tão forte faz os historiadores sociais arriscarem respostas.

Jan Olaszek, do Instituto Nacional da Memória da Polônia, diz: “As pessoas não conhecem a história. Elas conhecem estereótipos”. É o que está por trás de um dos mais estranhos fenômenos da vida contemporânea na Polônia, o que Olaszek chama de “antissemitismo sem judeus”.

A Polônia foi o centro do Holocausto. Virtualmente não restaram judeus no país, mas o antissemitismo persiste. É o que Olaszek quer dizer com estereótipos: “Alguns poloneses pensam que todos os judeus eram comunistas”. Zhid kommune (judeu comunista) ainda é um epíteto comum na Polônia. É um sinônimo da era soviética. Mas aí também está o velho estereótipo, e é o que se exibe nos estádios de futebol. Lá, “judeu” é um termo agressivo, uma maneira de dizer aos torcedores do outro time que não são realmente poloneses, que são outra coisa, algo menos que humanos.

A feiura é tolerada. Em Rzeszow, no ano passado, ergueu-se uma enorme faixa que dizia “Morte aos narizes de gancho”, ilustrada por uma caricatura grotesca de um judeu barbado com um longo nariz curvo, usando um yarmulke.

“Não havia judeus naquele estádio”, diz o ativista antirracismo Rafal Pankowski, editor da revista polonesa Nunca Mais. “Nem a segurança do clube nem a polícia pediram que os torcedores retirassem a faixa. No caso da segurança, talvez fosse insensibilidade: é assim que os torcedores agem em todo lugar, qual o problema?”

No caso da polícia, Pankowski indica que havia razões suficientes para retirar a faixa e deter os que a exibiram. “A manifestação antissemítica é contra a lei na Polônia.” Mas a polícia também poderia não ter visto que havia algo errado. Uma faixa como aquela é considerada normal.

O mesmo tipo de feiura existe do outro lado da fronteira, na Ucrânia, onde os torcedores se agridem chamando-se mutuamente de judeus. Mas na Ucrânia, ao menos, quem quer extrapolar o que acontece na sociedade de acordo com o comportamento das torcidas pode estar cometendo um erro.

“O foco no futebol é mal aplicado”, diz Danylo Mokrik, jornalista liberal de Lviv. “Os problemas da sociedade ucraniana estão em um nível mais profundo.”

Mokrik condena como sensacionalista a reportagem de Panorama, da BBC, que detalhou o racismo generalizado. “Aqui em Lviv quase não existem crimes de ódio racial violentos. Qualquer pessoa de qualquer cor pode assistir ao campeonato em segurança.” A verdadeira história na Ucrânia, na opinião de Mokrik, é sobre Yulia Tymoshenko, que salienta os problemas no topo da política local.

A ex-primeira-ministra Tymoshenko está na cadeia, condenada por “abuso de autoridade”. Líderes internacionais e grupos de direitos humanos são unânimes: as acusações foram forjadas e a líder política nacionalista deveria ser libertada.

Em Lviv, parei no mercado Halitski, onde encontrei duas mulheres chamadas Luba. A história recente estava evidente em seus sorrisos. Dentes metálicos da era soviética brilhavam quando elas riam. Uma Luba vendia legumes de sua horta, a outra vendia queijo feito em casa. Ambas estavam complementando suas aposentadorias e ajudando a sustentar seus filhos adultos.

“Eles foram à universidade e à escola técnica, mas mesmo assim não encontram emprego”, disse uma delas. “Os políticos fazem tudo para si próprios. São corruptos”, disse outra.


As estatísticas as confirmam. Pesquisas publicadas pelo grupo de professores Friedrich Ebert Stiftung, de Kiev, financiado por alemães, notou que em 2011 o PIB da Ucrânia cresceu 5,2%. A projeção para este ano é de que desacelere para 3,5%, porque o país, assim como o Reino Unido, faz comércio basicamente com a União Europeia.

Esses números fortes do PIB não se traduziram, segundo a reportagem, em “benefícios em termos reais para a população” e “não geraram empregos ou dotaram o orçamento de recursos”.

As Lubas sabem quem é o culpado. “O país ainda é conduzido pelos russos. O presidente é russo, o primeiro-ministro é russo.” Então quem elas apoiam politicamente? “Yulia”, é sua resposta.

Mas com sua opção nacionalista preferida na prisão elas estão transferindo seu apoio para o partido político ultranacionalista Svoboda.

O Svoboda é um sintoma mórbido. Enquanto algum tipo de nova ideia europeia de nação espera para nascer, o Svoboda prega uma noção mais antiga, catastroficamente fracassada, de nacionalismo de sangue e terra. É também o partido político de crescimento mais rápido na Ucrânia Ocidental.

Seus seguidores respeitam os veteranos da Halychyna, a brigada local das SS formada em 1943 para combater os soviéticos. Eles também prestam tributo à OUN e à OUP, milícias que praticaram uma campanha de limpeza étnica contra a população polonesa da região durante a guerra, que fazem os acontecimentos na Bósnia parecerem brandos: padres católicos foram eviscerados, aldeões foram reunidos em celeiros e igrejas e depois incendiados.

O quanto esses milicianos e as unidades das SS se sobrepunham é um tema de discussão, assim como a mistura com grupos anteriores que ajudaram os nazistas a assassinar mais de 95% dos judeus da região – cerca de 200 mil –, tarefa basicamente completada em apenas 18 meses, desde o início da Operação Barba Ruiva, em junho de 1941, até janeiro de 1943.

Os líderes do Svoboda admiram protonazistas como Ernst Jünger e são “compreensivos” com Goebbels. Eles falam em “pureza do sangue” e da Ucrânia como “uma raça, uma nação, uma pátria”.

“Somos contra a diversidade”, diz Yuri Michalchyshyn, o jovem chefe de propaganda do partido. “A Ucrânia é para os ucranianos.” Mas a verdade é que a Ucrânia como um país-Estado de sangue puro é mais uma ideia que um fato histórico.

Durante mais de 500 anos a parte ocidental ao redor de Lviv, que se chamava Galícia, foi governada ou pela Polônia ou pela Áustria-Hungria. Na época da invasão nazista, era um dos lugares mais diversificados da Europa. Lviv, era aproximadamente, 55% polonesa, um pouco mais de 30% judia e perto de 12% ucraniana. Também havia tártaros e russos a viver na região. Hoje ela é 90% ucraniana.

A ideologia intolerante do Svoboda só foi elevada por causa da inépcia e da corrupção do establishment político pós-soviético da Ucrânia.

“Se os partidos democráticos fossem eficazes, ninguém votaria no Svoboda”, diz o vice-reitor da Universidade Católica da Ucrânia, Myroslav Marynovych, que passou dez anos no gulag soviético por causa de suas atividades nacionalistas.

Se houvesse uma política efetiva na Ucrânia, o Svoboda poderia ser reduzido a seu núcleo: os seguidores mais velhos do grupo SS e os integrantes dos ultras, que incluem os torcedores do time de futebol Karpaty Lviv. Seus vídeos em alta definição no YouTube são assustadores, assim como os comentários que endossam seus sentimentos racistas, que vêm de toda a Europa Ocidental, como este: “Continuem com o bom trabalho, senão seu país se perderá para sempre sou da Inglaterra … kateithesinger123”.

Mas, por enquanto, a política efetiva na Ucrânia não existe, por isso a mentalidade racista se firma entre a geração mais jovem.

A feia xenofobia mantém torcedores de fora da Polônia e da Ucrânia longe da Euro 2012, mas o ativista antirracismo Pankowski vê o torneio como um evento histórico. “Ele obriga as pessoas a ter um confronto positivo com o multiculturalismo.”

Pela primeira vez na Polônia, afirma Pankowski, há um debate nacional sobre o que significa o multiculturalismo. “Precisamos garantir que não seja um debate apenas para este mês, mas que continue.”

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