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“No mínimo, é prevaricação”, diz deputado sobre desmonte da fiscalização ambiental por Ricardo Salles

Presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, Rodrigo Agostinho faz críticas contundentes à política ambiental do governo

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Agência Pública –  Presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, Rodrigo Agostinho faz críticas contundentes à política ambiental do governo e diz preferir dialogar com ministra da Agricultura Ambientalista, advogado, mestre em ciência e tecnologia com ênfase em biologia e especialista em gestão estratégica pela USP, o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, Rodrigo Agostinho (PSB-SP) é homem certo no lugar certo para enfrentar a criticada política para o meio ambiente do presidente Jair Bolsonaro e de seu ministro Ricardo Salles. “No mínimo, isso se chama prevaricação. É você saber de um ilícito e não tomar providências”, diz o deputado federal de 42 anos, em seu primeiro mandato, ao se referir às posições adotadas pelo presidente e seu ministro ao desautorizar a ação dos fiscais do Ibama na Floresta Nacional de Jamanxim, no Pará, e na Lagoa do Peixe, no Rio Grande do Sul, fartas em irregularidades fundiárias. Agostinho, que tem visitado as áreas mais problemáticas, lembra que o desmatamento está aumentando brutalmente na Amazônia. “Só o INPE [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais] emitiu mais de 20 mil alertas de áreas que estão sendo desmatadas agora nesse começo de ano, um aumento de mais de 200%. E o governo não quer trabalhar com entidade nenhuma. É uma visão bem ideológica”, critica o deputado. Ex-secretário do Meio Ambiente, vereador por dois mandatos e prefeito de Bauru (SP), Agostinho tornou-se ativista ambiental aos 14 anos e se aprofundou nos estudos sobre o tema. Ele se diz surpreso com a troca de atores na interlocução entre governo federal e ambientalistas: “Quem está querendo discutir meio ambiente com a gente é a ministra da Agricultura [Tereza Cristina]”, diz, ao constatar que no governo Bolsonaro o grande adversário do setor já não é o agronegócio. O deputado lamenta, no entanto, que Ricardo Salles tenha fechado os canais de negociação. “A administração dele é um equívoco. Se não mudar, e permanecer no cargo, entrará para a história como o pior ministro do Meio Ambiente”, diz o deputado. A visível mudança nas diretrizes do Ministério da Agricultura, segundo Agostinho, se deve às exigências dos mercados internacionais, que podem deixar de comprar os grãos e a carne se o Brasil não ajustar sua política ambiental interna. “Vou dar um exemplo do que ocorreu esta semana: a Rússia avisou que, se não baixar a quantidade de veneno, não compra mais a soja brasileira. O governo já liberou este ano 139 novos agrotóxicos”, aponta. Entre os venenos em uso no Brasil, que já não servem há muitos anos para outros países, está o herbicida 24-D, o famoso agente laranja usado pelos americanos na Guerra do Vietnã. Dois grandes desafios tomarão o tempo da Comissão do Meio Ambiente nos próximos meses: impedir retrocesso no Código Florestal e a flexibilização das regras de licenciamento ambiental, ambos sob ataque do governo e da bancada ruralista. Veja a entrevista: Como o senhor avalia o desempenho do governo Bolsonaro na questão do meio ambiente? É um governo que nunca […]

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