Saúde
Sociedade Brasileira de Infectologistas rebate mudança de protocolo do coronavírus
Para infectologistas, discurso de Bolsonaro dá falsa impressão de que medidas de contenção são ineficazes e que Covid-19 é como um resfriado
A Sociedade Brasileira de Infectologistas (SBI) reagiu com preocupação ao pronunciamento oficial feito pelo presidente Jair Bolsonaro na noite da terça-feira 24, que deu a entender uma possível mudança de protocolo nas medidas sanitárias para conter o coronavírus no País. No discurso, Bolsonaro questionou a quarentena, indicando-a somente aos idosos, o fechamento de escolas e incentivou que a população retome a vida normal.
Em nota, a SBI afirma que “tais mensagens podem dar a falsa impressão à população que as medidas de contenção social são inadequadas e que a Covid-19 é semelhante ao resfriado comum, esta sim uma doença de baixa letalidade”.
A sociedade ainda afirma que é “temerário” associar as mortes ocorridas na Itália apenas ao clima frio europeu e reforça: “A pandemia é grave, pois até hoje já foram registrados mais de 420 mil casos confirmados no mundo e quase 19 mil óbitos, sendo 46 no Brasil”. [Levantamento das secretarias de saúde, ainda não oficiais, já somam 48 mortes, uma a mais no Amazonas e uma no Rio Grande do Sul].
A SBI ainda reitera que o Brasil tem uma curva crescente de casos, com transmissão comunitária do vírus e o número de infectados dobrando a cada três dias.
A sociedade reconhece o bom trabalho feito pelo Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e afirma que as ações do ministério e Anvisa, em conjunto com as sociedades médicas científicas têm sido de grande importância na mais grave epidemia que o País enfrenta em sua história recente. Ainda de acordo com a SBI, as medidas de maior ou menor restrição social vão depender da evolução da epidemia no Brasil.
“A epidemia é dinâmica, assim como devem ser as medidas para minimizar sua disseminação. Ficar em casa é a resposta mais adequada para a maioria das cidades brasileiras neste momento, principalmente as mais populosas”, finaliza o comunicado.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.