Política

“Quem sabe já em agosto estejamos de volta ao trabalho”, cogita Doria

Governador de São Paulo afirmou que, ‘se as pessoas ajudarem’, estado pode voltar à normalidade depois de quatro meses de crise

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Foto: Governo do Estado de São Paulo
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O governador João Doria (PSDB) cogita que o estado de São Paulo deve voltar à normalidade no mês de agosto. O tucano voltou a pedir para que as pessoas fiquem em casa e reforçou a previsão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, de que o pico da doença deve se dar no mês de abril, com maior estabilidade em maio, junho e julho.

No estado de São Paulo, principal atingido pela crise, o coronavírus já mata uma pessoa a cada 2 horas e 20 minutos, conforme balanço da Secretaria de Saúde. Já são 68 mortes e 1.223 casos identificados no território paulista, o que coloca a região no primeiro lugar no ranking da doença no país.

“Nós vamos, agora, para o período de pico, em abril, o que é grave, mas será menos grave se as pessoas ficarem em suas casas. Depois ela desce no final de abril, vai se estabilizando em maio, junho, julho. Os dados, repito, são do Ministério da Saúde. E, se Deus quiser, e se as pessoas ajudarem e respeitarem essas orientações, quem sabe já em agosto nós já estejamos de volta ao trabalho, ao emprego, à produção, às ruas, os parques abertos, tudo funcionando normalmente”, disse o governador.

A declaração ocorreu nesta sexta-feira 27, ao programa Brasil Urgente, da emissora Bandeirantes. Segundo Doria, sua previsão é o seu “desejo”, embora “não possa afirmar isso definitivamente”. Apesar disso, reiterou que “a crise do coronavírus tem prazo determinado, tem um fim”.

Doria decretou quarentena em todo o estado, medida que entrou em vigor em 24 de março e vai até 7 de abril. Segundo o tucano, o governo espera “não ter que renovar a quarentena”. Perguntado se a ação é possível, ele disse que “depende” e que o poder estadual segue acompanhando o cenário diariamente. A ordem é de que, neste período, serviços não-essenciais permaneçam fechados.

O governador de São Paulo trava uma queda de braço com o presidente Jair Bolsonaro, que tem levado uma campanha para que os estados desistam do “confinamento em massa” e apliquem apenas o isolamento para os grupos de risco, compostos, principalmente, por idosos. Em coletiva de imprensa, Doria repudiou a propaganda espalhada pelo Palácio do Planalto nas redes sociais, em que o governo pede o retorno à normalidade, mesmo em situação de pandemia.

“Mais de 50 países estão em quarentena, lutando contra uma pandemia, que é a pior crise de saúde do mundo nos quase 100 anos. O mundo inteiro está errado e o único certo é o presidente Bolsonaro?”, indagou o tucano.

Outro desafeto de Bolsonaro, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), declarou que não seguirá mais as instruções do Ministério da Saúde e que ouvirá apenas a Organização Mundial da Saúde e o seu secretário estadual, Edmar Santos. Em publicação nas redes sociais, Witzel se disse “perplexo” com a mudança de discurso do ministro Luiz Henrique Mandetta, que criticou o que chamou de precipitação nas quarentenas adotadas pelos estados.

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