Saúde

Municípios percebem piora da Covid-19 e temem falta de kit intubação

Pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios mostra ‘sinal vermelho’ em relação à terceira onda. Vacinação avança aos 55 anos

Profissional da saúde recebe medicamentos do kit intubação em Porto Alegre (RS) (Fotos: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini/Fotos Públicas)
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Aproximadamente metade dos municípios brasileiros apontou tendência de aumento no número de pessoas infectadas pelo coronavírus nesta semana. É o que aponta um levantamento da Confederação Nacional de Municípios divulgado nesta sexta-feira 12.

Entre 3,1 mil respostas recebidas pela pesquisa, mais de 1,6 mil tiveram a percepção da escalada de casos, o que “acende um sinal vermelho” para a chamada terceira onda da Covid-19 no Brasil, diz a CNM.

Entre os que não perceberam aumento, 28,4% dos participantes observaram a estabilidade dos casos. A queda foi apontada por apenas 15,3%. Em relação aos óbitos, a maioria (48%) alegou estabilidade, seguido de 26,6% que viram um aumento e 20% que relataram diminuição nas mortes.

Os dados estão de acordo com análises de entidades, como o Observatório Covid-19 da Fiocruz, que cravou, na quarta-feira 9, que o Brasil enfrenta um cenário de alto risco atualmente. Na última semana, 12 unidades da federação tinham taxas de ocupação de UTIs igual ou maiores do que 80%.

Para a internação, a CNM também questionou os municípios sobre a preocupação com a falta do kit intubação — cenário que, entre fevereiro e março, causou cenas de completo colapso em hospitais ao redor do Brasil.  Apesar de 61% não apresentarem o temor no momento em comparação com 23,7% que o demonstraram, a Confederação pondera que “em comparação com as duas semanas anteriores, o percentual de municípios que apresentam este problema está aumentando a cada semana”.

Entre as medidas profiláticas contra a contaminação, 74% apontaram que ainda estão sob medidas de restrição a abertura de serviços não essenciais e ações de isolamento social. Cerca de 20% já não aplicam nenhuma ação similar, o que corresponde a 628 municípios.

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Vacina que mais falta é a Coronavac 

A falta de vacinas afetou mais de 450 municípios nesta semana. Não é maioria, já que 79% dos respondentes disse não ter enfrentado o mesmo problema.

Para os que ficaram sem dose, faltou mais a 1ª dose do que a 2ª, sendo que a vacina da Coronavac foi a mais em falta para completar a imunização de quem já havia recebido a 1ª dose anteriormente. As doses da Fiocruz/AstraZeneca vem em seguida, com falta em 20% dos municípios participantes.

Com a liberação do Ministério da Saúde para a vacinação de grupos sem comorbidade e fora da lista prioritária seguindo critérios de idade, 71% dos municípios ainda vacinam pessoas acima de 55 anos, seguido da faixa etária dos 50 a 55 (19%) e apenas 9% já avançaram para grupos de adultos mais jovens.

Chama a atenção a vacinação de gestantes e puérperas, que encontrou uma divisão entre os locais que já começaram a aplicar doses (46,8%) e os que não iniciaram a campanha (46,6%). A maioria das imunizadas recebe a vacina da Coronavac.

A imunização de professores também foi medida na pesquisa e apontada como a ação mais tomada para a retomada das aulas presenciais. Cerca de 79% dos respondentes já começou a vacinação nos profissionais da educação. A compra de mais EPIs (equipamentos de proteção individual) foi a segunda medida mais popular (69%) entre os que preparam as salas de aula para o segundo semestre.

Leia o dossiê completo.

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