Saúde

Ministério desaconselha cloroquina contra covid-19, mas autoriza uso

Seguindo parecer de conselho de medicina, pasta afirma que uso fica a critério de médicos e que recomendação requer estudos científicos

O ministro da Saúde, Nelson Teich. Créditos: EBC
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O ministro Nelson Teich afirmou, durante coletiva nesta quinta-feira 23, que o Ministério da Saúde não recomenda o uso da cloroquina no tratamento de paciente com coronavírus. Teich reforçou que a pasta autoriza o uso da substância em pacientes, seguindo parecer do Conselho Federal de Medicina (CFM), mas que o uso fica a critério da equipe médica.

“O uso da cloroquina fica a critério do médico a nível clínico ou ambulatorial. Não é uma recomendação do ministério da Saúde. Ela vai acontecer com a hidroxicloroquina ou qualquer outro medicamento no dia que tivermos recomendação via estudos científicos. É uma autorização”, afirmou.

 

Nesta quinta-feira, o CFM determinou três situações específicas em que a substância pode ser utilizada. A primeira possibilidade é o caso de pacientes com sintomas leves, em início de quadro clínico, em que tenham sido descartadas outras viroses como influenza, H1N1 e dengue, e que exista diagnóstico confirmado de covid-19.

O segundo cenário é em pacientes com sintomas importantes, mas ainda sem necessidade de cuidados intensivos, com ou sem recomendação de internação.

A terceira condição é o caso do paciente crítico, que recebe cuidados intensivos, incluindo a ventilação mecânica. Nesta situação, o CFM lembra que é difícil imaginar que a cloroquina ou a hidroxicloroquina possam ter efeito clinicamente importante.

Em todas as situações, o médico é obrigado a explicar ao doente que não existe nenhum trabalho científico, com ensaio clínico adequado, feito por pesquisadores reconhecidos e publicado em revistas científicas de alto nível, que comprove qualquer benefício do uso da droga.

Além disso, o profissional também deve explicar ao paciente os efeitos colaterais possíveis, obtendo o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido da pessoa contaminada, ou dos familiares quando for o caso.

 

Durante a coletiva que atualizou o número de casos de coronavírus no País, o ministro da Saúde não soube dizer se a alta de 407 óbitos em 24 horas (14% a mais) acontece devido a um esforço para fechar diagnósticos acerca do coronavírus ou se, de fato, representa uma linha de crescimento.

“Vamos ver nos próximos dois dias o que vai acontecer”, declarou Teich. Com as novas mortes, o Brasil soma 3.313 óbitos e 49.492 casos confirmados.

Entre os anúncios de combate à pandemia, o ministro afirmou que o país recebeu 10 bilhões de testes para testagem do coronavírus, que a pasta habilitou 1134 leitos de UTI e que profissionais da força nacional do SUS foram encaminhados para Manaus, como forma de enfrentar a pandemia.

No estado do Amazonas, o índice de letalidade do coronavírus chega a 8,1%, maior que o de São Paulo, de 8,0%. São 234 óbitos e 2888 casos confirmados.

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