Saúde

Manaus vive segunda onda de Covid-19, aponta Fiocruz

Pesquisador afirma que fechamento de bares e balneários são insuficientes para conter propagação e fala em necessidade de lockdown

O cemitério Nossa Senhora Aparecida em Manaus, no Amazonas. Foto: Michael Dantas/AFP
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Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que Manaus vive uma segunda onda de casos da Covid-19. Em entrevista ao G1, o epidemiologista e autor do estudo, Jesem Orellana, propôs a adoção de lockdown para conter a circulação do vírus.

O pesquisador falou sobre “aumento sustentável da incidência ou de casos novos de síndromes respiratória aguda grave em Manaus há mais de quatro semanas” e rebateu a tese de que a cidade teria alcançado a imunidade de rebanho.

“É indubitável que estamos em uma segunda onda em Manaus, que estamos tendo um elevando número de hospitalizações por casos graves de síndromes respiratória aguda grave. Esse tipo de cenário epidemiológico em que se tem a Prefeitura aumentando os atendimentos nas unidades básicas de saúde, você tem o governo do estado aumentando o número de leitos para internação por casos suspeitos e confirmados de covid-19, é completamente incompatível com a tese de que temos imunidade de rebanho”, afirmou.

O Governo voltou a decretar o fechamento de bares e balneários, que haviam sido autorizados a reabrir em julho. Também foram anunciadas medidas como redução no horário de funcionamento de restaurantes e lojas de conveniência, até as 22h, com validade por 30 dias. O aumento de número de leitos no Hospital Delphina Aziz, referência no tratamento de Covid-19, também está entre as medidas.

De acordo com o governo, a Vigilância Epidemiológica do estado confirma tendência de aumento de casos de Covid-19 nas últimas semanas devido, principalmente, a aglomerações e a realização de festas clandestinas.

Para o pesquisador da Fiocruz as medidas são insuficientes para conter a circulação do vírus na cidade. Orellana defende lockdown pelo período de 14 dias.

“Para você conseguir conter a circulação do vírus não há outra solução que não seja o lockdown e o lockdown rigoroso em que você consiga fazer você consiga fazer uma fiscalização efetiva da mobilidade intermunicipal, tanto da parte de transporte coletivo quanto do transporte privado das pessoas“, afirmou.

Em nota, o governo do estado afirmou que os dados apontam uma alta na média móvel de internações pela doença após meses de queda, mas descartou que o estado esteja vivendo uma segunda onda da doença.

Em média, o Amazonas confirmou 7 novas mortes por dia na última semana – uma variação de 6% em relação à média de 14 dias antes.

A taxa de ocupação na rede privada é de 70,93% em leitos de UTI e 42,81% em leitos clínicos. Já na rede pública, a ocupação de leitos UTI chega 72,53% e 68,49% em leitos clínicos.

O estado tem 49.237 pessoas infectadas e 2.487 mortes pelo novo coronavírus desde o início da pandemia .

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