Saúde

Gonzalo Vecina: ‘Decisão de Queiroga é de um cinismo imenso. Estamos longe de decretar o fim da pandemia’

A CartaCapital, o fundador da Anvisa cita as subvariantes da Ômicron e defende a adoção do passaporte da vacina para o acesso a locais fechados

Foto: Vinicius Doti/Fundação FHC
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A decisão do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de decretar o fim do estado de emergência em saúde pública pela Covid-19 no País é “eleitoreira”, um erro que produzirá “um estrago muito grande”. A avaliação é de Gonzalo Vecina, médico sanitarista e fundador da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

“O ato de ontem foi de uma hipocrisia e de um cinismo imensos por parte do ministro da Saúde, despreparado”, lamentou Vecina em contato com CartaCapital. Segundo ele, mais grave que os problemas burocráticos gerados pelo decreto é “a mensagem de que a epidemia acabou”, em um momento em que o País ainda registra em média 100 mortes por dia.

Aos números de casos e óbitos alia-se, segundo Vecina, um profundo risco causado pela desigual cobertura vacinal no País, especialmente em estados do Norte.

“Os estados mal estão começando a quarta dose agora. Temos o problema da vacinação de crianças e adolescentes e a necessidade de liberação da dose para crianças acima de três anos. Então, estamos ainda distantes de ter uma solução para essa crise sanitária.”

Gonzalo Vecina cita as subvariantes da Ômicron em circulação em diversos países e defende a adoção do passaporte da vacina para o acesso a locais fechados. Apesar da evolução nos indicadores da pandemia na comparação com o ápice das ondas anteriores, argumenta o fundador da Anvisa, “vivemos um momento terrível com esse negacionismo do Ministério da Saúde”.

“Temos de nos colocar contra e tentar fazer com que a população entenda que estamos longe de decretar o fim da pandemia.”

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