Saúde

Fiocruz tem insumo para vacina até a próxima semana; Butantan paralisa produção

O envase de doses da vacina da AstraZeneca depende de remessa prevista para o dia 22, diz a fundação

Chegada das vacinas da AstraZeneca/Oxford contra Covid-19 produzidas pelo Instituto Serum, na Índia, à base aérea do Galeão para serem encaminhadas à Fiocruz. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou, por meio de nota, que possui o insumo necessário para a produção da vacina da AstraZeneca/Universidade de Oxford até a próxima semana. Depois disso, a instituição pode passar pela mesma situação do Instituto Butantan: ficar sem o Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) para despachar as doses ao Programa Nacional de Imunização.

A quantidade de IFA disponível no momento garante entregas de doses até a primeira semana de junho. A instituição depende da nova remessa, que é oriunda da China, para assegurar vacinas para as demais três primeiras semanas de junho.

Apesar de ter a previsão de receber mais IFA no dia 22 de maio (sábado), a Fiocruz admite que, até lá, “haverá uma interrupção na produção de alguns dias na próxima semana”. Outra remessa segue prevista para o dia 29 de maio.

Nesta sexta-feira 14, está prevista a entrega de mais 4,1 milhões de doses da vacina processada em Bio-Manguinhos para o Ministério da Saúde, totalizando 34,3 milhões de doses entregues ao PNI.

Coronavac paralisada

Nesta sexta-feira, o Butantan concluiu a entrega de mais 1,1 milhão de doses da Coronavac, quantia que fechou a quantidade prevista no primeiro contrato com o governo federal (46 milhões de doses) e deu início à entrega de 54 milhões de vacinas até setembro, fechando em 100 milhões de doses.

As doses entregues em maio foram produzidas a partir de 3 mil litros de insumos recebidos no dia 19 de abril, informou a instituição. Agora, são esperados 10 mil litros de insumo, que já estariam prontos para o embarque e necessitariam apenas do aval do governo chinês. Essa quantidade de IFA produz cerca de 18 milhões de doses da vacina, informou o governo.

Em coletiva, o governador João Doria (PSDB) voltou a criticar o governo federal pelos ataques recentes feitos à China. “Temos um entrave diplomático fruto de declarações inadequadas e desastrosas feitas pelo governo federal contra a China, o governo da china e contra a própria vacina, e isso gerou um bloqueio por parte do governo chinês ao embarque desses insumos”, afirmou.

“Os brasileiros não pensam como o presidente da República”, afirmou Doria em apelo ao governo chinês.

O diretor do Butantan, Dimas Covas, afirmou que a previsão era produzir 12 milhões de doses em maio, mas que devem ser entregues 5 milhões – com a última remessa feita nesta sexta-feira 14. Para junho, a estimativa de 6 milhões de doses segue em aberto “se o IFA chegar muito rapidamente”, afirmou.

Covas também negou a existência de rusgas contratuais com a farmacêutica Sinovac, já que o insumo está pronto para a exportação, mas depende exclusivamente da liberação por parte do governo chinês.

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