Saúde

Estados brasileiros não divulgam leitos ocupados por pacientes com coronavírus

Levantamento da Open Knowledge Brasil diz que 90% dos estados, incluindo o governo federal, não publicam dados detalhados da pandemia

Obras do primeiro Hospital de Campanha de Belém, que está sendo instalado no Hangar – Centro de Convenções, da capital do Pará (Foto: Pedro Guerreiro/ Fotos Públicas)
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Um levantamento realizado pela organização Open Knowledge Brasil aponta que nenhum estado brasileiro divulga o número de leitos ocupados nos hospitais e qual a porcentagem deles em relação ao disponível, dado útil em um momento de calamidade pública decretado por conta da pandemia de coronavírus.

Em um relatório divulgado nesta sexta-feira 03, a organização indica que 90% dos estados, incluindo o governo federal, ainda não publicam dados que “permitam acompanhar em detalhes a disseminação da pandemia de covid-19 pelo país”. O levantamento foi divulgado pela Agência Bori.

Os critérios de avaliação dos dados disponíveis incluíram conteúdo, formato e nível de detalhamento das informações divulgadas nos portais das secretarias de saúde e do ministério da Saúde. Onze estados não “publicam dados mínimos”, diz a organização, e o estado com mais casos e mortes confirmados até o momento não apresenta um bom detalhamento das infecções.

São Paulo, o estado com mais casos confirmados, não apresenta informações sobre comorbidades prévias das vítimas da covid-19 – que podem agravar a situação da doença -, o sexo e status da internação das pessoas. No entanto, tais requisitos são preenchidos pelos dados do Ceará, que é o terceiro local com mais infecções confirmadas.

Na análise feita, apenas Pernambuco conta, atualmente, com um nível alto de transparência, sendo seguido do Ceará e do Rio de Janeiro, que é o segundo local com mais casos no Brasil.

Diariamente, as secretarias estaduais de saúde divulgam boletins informativos sobre a quantidade de casos confirmados e o número de óbitos. À tarde, o ministério da Saúde fornece as informações compiladas e atualizadas, além de alguns detalhamentos, como as doenças prévias dos pacientes que morreram. No entanto, não há um detalhamento mais apurado por estado.

Mesmo com a baixa transparência, o estudo ressalta que os estados têm se esforçado para divulgarem mais abertamente os perfis de pessoas atingidas pelo coronavírus e as informações que podem embasar outras políticas públicas emergenciais pelo governo federal.

“É preciso reconhecer os esforços desses gestores, pois esses dados são fundamentais para que pesquisadores e jornalistas possam ajudar os governos a monitorar a crise e mesmo contribuir com soluções”, diz Fernanda
Campagnucci, diretora-executiva da Open Knowledge Brasil.

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