Saúde

Dados contradizem Pazuello sobre distribuição de cloroquina para indígenas

Apresentação de PowerPoint feita por Élcio Franco e documentos da Secretaria de Saúde Indígena mostram medicamentos do ‘kit Covid’

(Foto: Erasmo Salomão/MS)
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Informações publicadas pela Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e pelo Ministério da Saúde por meio do portal Localiza SUS desmentem a afirmação do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na CPI da Covid acerca da distribuição de cloroquina e outros medicamentos sem eficácia comprovada para povos indígenas.

“Nós não distribuímos nenhum ‘kit Covid’ para nenhum DSEI [Distrito Sanitário Especial Indígena]. Pelo contrário, a gente fez outras medidas”, afirmou Pazuello em seu segundo dia de depoimento, na quinta-feira 20.

No entanto, segundo o Localiza SUS, foram distribuídos 100,5 mil unidades de cloroquina para os DSEIs Yanomami e Leste de Roraima. A data do ofício é de 26 de junho de 2020, e o valor total foi de 6.934,50 reais.

Além disso, notas de empenho publicadas no próprio site da Sesai justamente no setor de enfrentamento à pandemia mostram que os DSEIs Alto Purus (AC) e Cuiabá (MT) também adquiriram a azitromicina, outra integrante do ‘kit Covid’. No primeiro caso, foram comprados 20 mil comprimidos do medicamento a 36,4 mil reais. Em Cuiabá, foram 20 mil unidades a 25 mil.

O total de 100,5 mil unidades da cloroquina chegou a ser anunciado pelo próprio Pazuello em uma apresentação de slides feita no dia 28 de julho.

Segundo reportagem da época feita pelo portal Brasil de Fato, os dados foram apresentados pelo ex-Secretário Executivo da Saúde, Élcio Franco, e pelo chefe da Sesai, Robson Santos. Franco será ouvido na CPI da Covid na quinta-feira 27.

Apresentação do Ministério da Saúde indica distribuição de cloroquina (Foto: Reprodução)

Em reportagem publicada nesta segunda-feira 24, o jornal Folha de S.Paulo aponta que há ofícios que atestam a compra da cloroquina pelo DSEI de Vilhena, em Roraima, assim como 24 mil comprimidos do antiverme ivermectina pelos DSEIs Rio Negro e Xingu.

 

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