Saúde

Covid-19: Anvisa aprova fim do uso obrigatório de máscaras em voos e em aeroportos

Se aprovada pelos diretores, medida deixa de ser obrigatória e passa a ser recomendação. Já há autorização para retirar a proteção facial durante as refeições

Foto: ABR
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Os diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) votaram a favor da liberação do uso obrigatório de máscaras em aviões e em aeroportos. Agora, a medida passa a ser uma recomendação individual para passageiros, tripulantes e demais funcionários prevenirem a Covid-19. A decisão foi tomada por unanimidade em reunião da diretoria colegiada nesta quarta-feira e entra em vigor assim que for publicada no Diário Oficial da União (DOU).

Também caíram as regras de distanciamento social de 1 metro em aeroportos nas filas de check-in, de despacho de bagagem e de inspeção de segurança. A realização do desembarque por filas, para evitar aglomeração, a disponibilização de álcool em gel, os procedimentos de limpeza continuam em vigor.

Entre os critérios, o arrefecimento da pandemia, com queda nos indicadores de novos casos de Covid-19 e estabilidade no número de mortes, foi considerado. Além disso, o avanço da vacinação e a tendência de sazonalidade da doença entraram para análise.

Segundo o diretor Alex Machado Campos, relator da medida, a Anvisa avaliou as decisões tomadas em outros países sobre o uso de máscaras em aeroportos, mas se balizou na realidade brasileira:

— O caminho que a Anvisa escolheu foi se assentar nos dados e nas evidências científicas, no acompanhamento e na experiência acumulada. A gente aprendeu com a pandemia. O mundo foi um grande laboratório. É óbvio que as experiências internacionais, as medidas que foram costuradas em outros países, a todo instante foram escrutinadas pelos técnicos da Anvisa — afirmou Campos, em seu voto. — A opção que nós tínhamos era entender a realidade brasileira, respeitar a experiência acumulada, se apoiar na ciência, acompanhar a evolução do conhecimento científico.

Antes, a liberação do uso de máscaras valia para beber água e fazer refeições, por exemplo. A possibilidade de expandir a flexibilização já estava em aberto há algumas semanas. Contudo, o aumento exponencial de casos de varíola dos macacos, também conhecida como monkeypox, no Brasil representava um ponto de entrave para a decisão.

— É obrigatório o uso (de máscara em aviões), entretanto nós temos a possibilidade da refeição a bordo, que cria um período de tempo em que você estará sem máscara. Nós observamos, falando de Covid-19, certo arrefecimento. Então, é possível que seja considerada, no futuro, a flexibilização — disse o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, em entrevista ao GLOBO.

A transmissão da doença ocorre, sobretudo, pelo contato direto, pele a pele, com infectados, porém, já há orientações de uso de máscara para profissionais de saúde por parte da Anvisa. Já o Ministério da Saúde recomendou que gestantes, lactantes (mulheres que amamentam) e puérperas (mulheres até 42 dias pós-parto) usassem proteção facial, além de camisinha.

Já o contágio da Covid-19 se dá pelas vias respiratórias, por aerossóis (partículas menores que 5 micrômetros via tosse, espirro, respiração ou fala) e por gotículas. A obrigatoriedade entrou em vigor por causa do coronavírus em 2020.

No cenário mundial, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Portugal e Reino Unido já tornaram facultativo o uso de máscaras em voos e em aeroportos. Outros países, como Alemanha, Argentina, Canadá, Egito, Grécia, Japão e México, mantêm a obrigatoriedade.

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