Política

‘Sou um dos poucos que acredita em segundo turno entre Lula e Ciro’, diz Lupi

Para o presidente do PDT, a economia será fator decisivo para o eleitor e, por isso, Bolsonaro não estará no segundo turno

Carlos Lupi e Ciro Gomes. Foto: Reprodução
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O presidente nacional do PDT, o ex-ministro Carlos Lupi, reafirmou nesta terça-feira 7 em entrevista ao jornal Valor Econômico que ainda acredita no potencial de Ciro Gomes de ir ao segundo turno contra o ex-presidente Lula (PT).

A afirmação contraria os resultados das principais pesquisas eleitorais, que mostram uma disputa centrada no petista, que lidera, e Jair Bolsonaro (PL), que aparece em segundo lugar. Ciro, por sua vez, está em terceiro lugar, mas ainda numericamente distante.

Lupi, no entanto, destaca que sua projeção pode se consolidar pela rejeição de Bolsonaro. Para ele, os preços de alimentos e outros insumos básicos devem se acentuar nos próximos meses, o que irá tirar votos do atual presidente, impedindo assim que ele vá ao segundo turno. O fato, defende, abre espaço para Ciro.

“Isso [alta nos preços] é muito forte, infelizmente mais forte do que 660 mil mortes. Comida, combustível, botijão. Isso para Bolsonaro vai ser fatal. Em quatro meses mudam isso? Não conseguem. Pode segurar uma coisinha aqui, outra ali. Isso vai pesar muito. A rejeição dele vai acentuar muito por causa do preço da comida, do aluguel. Sou um dos poucos – eu, Ciro e João Santana – que acreditam em um segundo turno entre Lula e Ciro”, explicou Lupi.

Questionado então se esse aumento de rejeição a Bolsonaro não poderia, diferente do que afirmou, decidir a eleição no primeiro turno com resultado favorável a Lula, o pedetista negou.

“Ao contrário do que dizem, eu acho inviável decidir essa eleição no primeiro turno”, defendeu. “O eleitor que vota por exclusão não tem muita consistência. Ele é volátil. Se a gente botar uma opção, ele muda. E se você tirar 10% a 15% de Lula ou Bolsonaro, muda todo o quadro”, acrescentou Lupi em seguida.

Na entrevista, Lupi também voltou a projetar um crescimento das intenções de voto em Ciro que o levem, nos próximos meses, ao patamar de 12% a 15%. O resultado, defendeu, atrairia demais players da terceira via, como o PSD, de Gilberto Kassab, e o União Brasil, de Luciano Bivar. A projeção foi feita ao tratar de um perfil para ocupar o cargo de vice na chapa do PDT.

“O ideal para Ciro é um vice de São Paulo ou Minas. Continuamos conversando com o União Brasil, que agora lançou o Luciano Bivar, e com o PSD, do Kassab. A tendência majoritária do PSD é ter neutralidade. Tá bom. Deixa o Ciro aparecer com 12%, 15% que a coisa muda.”

Ainda sobre o desempenho eleitoral, Lupi também projetou a eleição de pelo menos 35 deputados federais.

 

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