Política

Solidariedade expulsa vereador que liderou motim policial no Ceará

Sargento Ailton defendeu ação de homem que atirou no senador Cid Gomes (PDT-CE)

O vereador Sargento Ailton defendeu ação de homem que atirou em Cid Gomes. Foto: Reprodução/Facebook
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O partido Solidariedade expulsou o vereador Sargento Ailton (Solidariedade-CE) por ter sido flagrado como um dos líderes do motim de policiais que resultou no ataque a tiros contra o senador Cid Gomes (PDT-CE), na quarta-feira 19.

A decisão foi tomada em conjunto com o presidente nacional da legenda, deputado federal Paulinho da Força (SP), e o presidente do diretório cearense, deputado federal Genecias Noronha (CE). Em nota, a sigla afirmou que a ação do vereador foi “inadmissível”.

“O Solidariedade mantém sólidas bases democráticas e não permite que seus filiados tomem frente de ações que podem prejudicar a população. É inadmissível que um membro do nosso partido participe de ações que obriguem comerciantes a fecharem suas portas e que acabe em um senador da República baleado”, diz a nota.

A direção nacional chamou ainda o motim de “militância do terror” e escreveu que os policiais promovem “terrorismo”.

“Nós não trabalhamos com militância do terror que causam a depredação do patrimônio de pessoas e não podemos aceitar que policiais e agentes públicos, encapuzados e armados como milicianos, levem o terrorismo às ruas”, diz o texto.

A legenda também afirma que os policiais grevistas são “milícias que agem como bandidos” e chamou a mobilização de “balbúrdia”.

“Hoje vemos em diversos estados essas milícias que agem como bandidos e criam suas próprias leis”, afirma a sigla. “Continuaremos trabalhando para que a paz volte a reinar no Ceará e reiteramos que não admitimos que um de nossos militantes participe desse tipo de balbúrdia que atinge diretamente a população.”

Em vídeo publicado na quarta-feira 19, o Sargento Ailton condenou a ação do senador do PDT, que avançou contra o motim com uma retroescavadeira.

 

“Ele atentou contra a vida de vários profissionais. Atentou mesmo. Se não houvesse um revide para cima, ele teria matado mais de duas, três, quatro pessoas, ou mais. Destempero total, parece que estava sob influência de algo, para agir daquela forma. E os demais nos ameaçou de morte, foi uma situação triste”, disse o vereador.

A Secretaria de Segurança Pública do estado do Ceará registrou 29 assassinatos na quarta-feira 19 e 21 no dia seguinte, em meio a um motim de policiais militares e bombeiros que reivindicam aumento de salário.

Segundo dados do governo, em 2019 a média foi de 6 mortes por crimes violentos por dia, como homicídios dolosos, feminicídios, lesões corporais seguidas de morte e roubos seguidos de morte.

O presidente Jair Bolsonaro decretou no estado a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e defendeu o excludente de ilicitude para os militares na missão. Em transmissão ao vivo no Facebook, Bolsonaro disse que o cenário é de guerra urbana e que “o bicho vai pegar”.

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