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Sob Araújo, Itamaraty rebaixa áreas de ciência, tecnologia e ambiental

Decreto também extingue departamentos de Temas Científicos e Tecnológicos, de Energia e de Sustentabilidade Ambiental

(Foto: Marcelo Camargo)
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Avançam as ofensivas do governo de Jair Bolsonaro à preservação do meio ambiente e dos acordos globais assumidos em torno do tema. O presidente publicou nesta quinta-feira (10) no Diário Oficial da União o decreto que transforma a Subsecretaria Geral de Meio Ambiente, Energia e Ciência e Tecnologia, do Ministério das Relações Exteriores, em um departamento de Energia, Recursos Minerais e Infraestrutura.

Funcionários da área afirmam que as unidades subordinadas a subsecretaria foram alocadas em outras pastas, e que a medida representa a redução de ênfase nas politicas públicas internacionais voltadas para o meio ambiente.

O decreto altera a estrutura administrativa da pasta, extingue cargos comissionados e fecha os departamentos de Temas Científicos e Tecnológicos, de Energia e de Sustentabilidade Ambiental, além da Divisão de Mudança do Clima.

As medidas vão de encontro aos posicionamentos do chanceler Ernesto Araújo. Antes de se aliar a Bolsonaro, o diplomata escreveu em seu blog Metapolítica 17 que “a esquerda sequestrou a causa ambiental e a perverteu até chegar ao paroxismo, nos últimos 20 anos, com a ideologia da mudança climática, o climatismo”.

A extinção da subsecretaria elimina a dimensão da ciência na esfera da política externa brasileira no que se relaciona a energia, meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

Acordo de Paris

Leia também: Comércio e 'soft power' correm risco com chanceler bolsonarista

Em dezembro do ano passado, Bolsonaro afirmou que o Brasil irá deixar o Acordo de Paris se não forem aceitas mudanças que seu governo pretende apresentar, em uma nova ameaça sobre a participação do país no pacto global sobre as mudanças climáticas.

O Acordo de Paris foi aprovado por 195 países em 2015 e tem como uma de suas principais metas reduzir a emissão de gases do efeito estufa, de forma a evitar o aquecimento global. Em junho do ano passado, os Estados Unidos saíram do acordo por decisão do presidente Donald Trump.

Os possíveis pedidos de mudança no tratado ainda não foram apresentados pelo governo brasileiro.

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